Capítulo 4

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       Em São Gonçalo, Galileo chega em casa de noite e percebe um clima melhor no ar. Sua mãe estava mais calma e entusiasmada no telefone. Galeso se aproxima do irmão.

- Galileo! Como está o vô?- pergunta Galeso.

- Do mesmo jeito. Mas a médica falou que ele está melhorando.- diz Galileo.

- O convênio ligou para dizer que o vô pode ser transferido para um tratamento de primeiro nível em Niterói pelo mesmo valor do plano. Parece que houve uma mudança de direção nesse hospital e eles estão selecionando pacientes de fora.- diz Galeso.

- Puxa! Isso é ótimo. E quando ele vai para Niterói?- pergunta Galileo.

- Amanhã mesmo, de manhã. É o Hospital São Túlio, em Icaraí. Já pesquisei sobre ele na internet.- diz Galeso.

Galileo fica satisfeito com a notícia. Amanhã poderá visitar o seu avô no novo hospital. Mais tarde, no Comunicatix, Galileo passa a boa notícia para Alene e depois volta para a planilha de investigações sobre a Martelaria em São Gonçalo. Galileo descobre que mais igrejas e salões continuam sendo arrombados e têm as suas imagens destruídas. O rapaz cataloga as igrejas com imagens que ainda não foram violadas e a forma que fará para criar uma armadilha com o auxílio da polícia. Começa a sentir sono e ao olhar para o relógio do rodapé do monitor, se assusta. Já havia passado das quatro horas da manhã. Só teria algumas poucas horas de sono até o trabalho. Galileo pula na sua cama de cima da beliche e desaba de sono, mas tem a impressão que o despertador tocou assim que ele deitou a cabeça no travesseiro.

Com muito esforço, Galileo se levanta. As pálpebras estavam doloridas e desobedientes. Não queriam abrir de nenhuma forma. Galileo se arrasta em passos até o banheiro, onde toma uma ducha gelada. Se sente um pouco melhor, mas ainda estava cansado e dolorido. O sono ficou empurrado para mais algumas horas a frente. Preferiu café puro em vez de seu habitual café com leite. O seu escritório é perto de casa e vai a pé até o trabalho.

Na Rua Carlos Gianelli, Galileo encontra seu amigo Gervásio no outro lado da calçada. Galileo levanta o braço num aceno para o amigo. Gervásio responde levantando um potinho transparente.

- Oi, Galileo! Estou indo levar o meu exame de fezes!!- grita Gervásio, provocando risadas nas pessoas próximas.

Galileo sorri, concordando. Gervásio continuava sem noção, mas seria útil para ajudá-lo nas investigações. Precisava conversar com ele depois, porque ele também é seminarista e pode ter uma boa resposta sobre as influências martélicas na cidade de São Gonçalo.

Ao chegar no escritório, na Rua Doutor Nilo Peçanha, Galileo encontra sua mesa com os papéis da cota diária. Galileo aproveita a influência do trabalho para obter todos os acessos dos investimentos da Martelaria nos apoios e patrocínios culturais da cidade. O presidente da ONG, Alessandro Mathias, fica curioso ao saber o volume de pesquisas que o secretário havia feito na última semana.

- Galileo, por que pesquisou tanto sobre a entrada da Martelaria em São Gonçalo?- pergunta Alessandro.

- Porque eles são filantropos e estou elaborando um projeto de parceria e busca de apoio.- diz Galileo.

- Mas por que não disse antes? Eu também sou martel e tenho todo o material na minha estante.- diz Alessandro com um largo sorriso.

- Obrigado.- agradece Galileo.

- Eu acho que é um bom momento para você se iniciar conosco também. Você tem todos os requisitos que precisamos e também pode obter muitas vantagens e benefícios.- diz Alessandro.

- Eu não acho que é o momento certo, ainda. Estou com muitos problemas e vida agitada e a Martelaria envolve muito compromisso.- explica Galileo.

O Vulcão da Vaca MalditaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora