91- Sobre o silêncio que precede a continuação.

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Sorrimos um para o outro, mas não dissemos nada. Nos olhamos, eu imaginando que aquele Humberto, pai ou papai que estava à minha frente era um pouco diferente do que eu havia conhecido por tantos anos. Que sua existência sem a existência indireta de minha mãe não era a mesma, mas era a que tanto eu quanto ele teríamos. Para mim ele seria para sempre duas pessoas, ao mesmo tempo que era a mesma, também para sempre. Não sei o que ele pensava, mas seu olhar parecia feliz, ou, ao menos, sem infelicidade.

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