novamente

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Meredith

Ela me beijou, e foi incrível! Intenso, verdadeiro. Mas eu tive medo.

Medo pelo trauma que o Finn me causou.

Por culpa dele eu sou traumatizada.

Medo de me envolver com alguém. Não estou chorando por que não gostei.

Claro que não!

Estou chorando porque sou uma verdadeira medrosa. Uma covarde! Ela já demonstrou ser uma boa pessoa, mas meu medo não permite ir além.

Chego em casa e me tranco no quarto.

Pego minha lâmina e vou ao banheiro.

E mais uma fez estou aqui.

Sou fraca, e isso é como um vício, me culpo, eu não deveria estar fazendo isso de novo, mas é a única maneira que encontro para descontar minhas frustrações, meus medos, eu ainda tenho nojo do meu próprio corpo. Pelo estrupo.

Eu tento ser forte, mas é como se fosse uma maneira de me punir. Punir por ser estupida. Por ser fraca com a Addie, com a Ellis, com meu pai, com os garotos da rua, é uma maneira de descontar tudo isso.

Meus braços doem, mas não é a maior dor que estou sentindo no momento.

A dor física não chega nem perto.

Escuto um barulho do lado de fora.

Deve ser ele.

Bêbado, mais uma vez.

Addison é a única que me ouve, me entende, me protege.

Eu não posso perder essa amizade, ou algo mais por minhas fraquezas.

Escuto baterem na porta do quarto e me assusto.

- Mer? - é ela! Como ela entrou aqui?

- Meredith, abra a porta, por favor! - ela fala. E continua batendo. - Eu só quero conversar. Olha, eu não vou sair daqui se você não abri essa porta!

Droga, se meu pai chagar aqui vai dar a maior confusão.

Limpo meus braços, abaixo as mangas do moletom e vou abrir a porta.

- Oh, graças a Deus! - fala ela. - Queria me matar pequena?

- Me desculpe. - falo olhando para meus pés, e tentando segurar as lagrimas que insistem em rolar em meu rosto.

- Não se desculpe, eu que fui imprudente e... - Ela se interrompe. - O que é isso em seu braço? Você ainda ta se cortando? - Merda, merda, merda... Mil vezes merda!

- Nã... - Ela me interrompe antes que eu invente alguma mentira.

- Por que você fez isso, pequena? - Ela pergunta me abraçando.

- Por que eu sou fraca. Medrosa. Estupida! - Falo e meus gritos ecoam pela casa, ainda vazia.

- Pare já! Pare de se maltratar! Você merce mais, você é mais! Você é a pessoa mais perfeita que eu já conheci. Por dentro, e por fora.
Pare de se torturar! De se culpar por algo que você não tem controle! - Ela fala olhando nos meus olhos, segurando o meu rosto em suas mãos.

- Eu vou te ajudar, "tá" bem?
Eu tô' aqui, com você. Você vai ficar bem.

- Eu não queria...

- Quanto a isso, não se preocupe, não vou te forçar a nada. Apenas vou respeitar se você não quiser.

- Eu quero você.

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Meus cortes foram por você - MeddisonWhere stories live. Discover now