Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol Único

Caixa de Pandora

— Quem te deu permissão de me chamar pelo nome seu traidor? — Disse ela com os olhos sérios e enraivados. — Eu sou a sua majestade. E você me deve respeito.

— Ninguém respeita você. —  Ele respondeu removendo o sorriso do rosto igualmente sério. — Nenhum dos 5 príncipes do inferno restantes respeitam... Você não merece respeito. Apenas... Maldições. — Disse ele e logo seu rosto relaxou e ele voltou a sorrir. —  Ah me lembrei! —  Exclamou. — Sua vida é amaldiçoada desde que nasceu, a uns sei lá. 600 anos atrás? —  Ele aumentou o sorriso e Rachel apertou o cubo mágico com força sobre sua testa enquanto pressionava o maxilar. Seu olhar era fatal em cima dele.

—  Bom. —  Ela disse e logo em seguida retirando os pés da mesa.

  O corpo de Rachel saía fumaça e sua pele se avermelhava como se estivesse se queimando devido a alta temperatura. O cubo mágico de repente se rachou, mas Rachel o pressionou com tanta força que ele se partiu em mil pedaços ao chão, seus olhos estavam cada vez mais vermelhos, porém sua roupas estava mudando. Uma massa negra de poder a envolveu cobrindo seu corpo e mostrando uma roupa vinda do inferno, feita de magia infernal, completamente negra e feroz. Por cima de sua cabeça, uma enorme coroa recaia e Rachel se levantou caminhando lentamente em direção ao garoto.

—  Acho que devo ensinar aos meus súditos... — Disse enquanto garras negras cresciam de sua mão. —  A nunca mais subestimar a Deusa da morte.

— Uma Deusa que está morrendo por não conseguir conter os próprios poderes, não é considerada Deusa. E sim uma farsante. —  Respondeu ele e Rachel o jogou contra a parede. Suas veias negras estavam mais expostas e pele cada vez mais branca.

  Azazel bateu contra a parede perto da porta, mas ele sorria enquanto se levantava novamente. Um rachado havia ficado na parede, mas não alarmou a escola. Ele sorriu.

  O corpo de Rachel continuava a sair uma fumaça, e ela até pensou que ele pudesse estar provocando ela para que perdesse o controle dentro da escola, mas logo ele revelou não ser isto.

— Qual a graça? —  Ela perguntou com a voz multiplicada e ecoando pela sala.

— Você! —  Ele respondeu as gargalhadas. —  Eu quero muito entregar sua cabeça a Aurora, mas eu não sou burro. Só estava ganhando tempo para minha carta na manga chegar.

—  E quem é sua carta na manga? — Rachel perguntou. E nesse momento o mundo pareceu rodar mais lento.

—  Rachel? — Era aquela voz... — Ouvi um barulho vindo daqui e... —  Macayla. Logo a rainha entendeu. Azazel era o demônio da ira. E extremamente experto.

—  MACA! CORRE! — Gritou Rachel pronta para usar sua velocidade vampírica, porém Azazel estava basicamente do lado dela, não foi difícil para ele conseguir tocar no pescoço de Macayla.

  Mas não foi magia que Azazel usou, ele não precisava. Bastava remover um simples objeto de seu pescoço...

  O colar.

  Rachel correu o mais rápido que pode abraçando Maca com tudo  contra o outro lado da parede.

  Azazel usou esse momento para fugir. Ele não precisava mais ficar ali. Afinal... O que ele precisava já estava nas suas mãos.

  Rachel arregalou os olhos ao olhar o pescoço de Macayla que também havia feito o mesmo.

  Maca em um ato de desespero tocou seu pescoço em busca do colar. Ela não havia sentido... O maior problema não era ela está sem o colar com Rachel ali na sala de química. O problema maior era ela está ali sem o colar com mais de 500 alunos presentes naquela imensidão de escola.

—  Corre! —  Disse Macayla. — CORRE, RACHEL! — Gritou e sentiu uma imensa dor logo em seguida.

  Seus olhos mudaram de cor. Mas não era azul e vermelho... Era dourado e vermelho... Seu cabelo se tornou prateado com uma mexa negra e diversas runas começaram a surgir de sua pele. 

  Uma massa negra de poder formou um redemoinho ao redor de Macayla e Rachel acionou o alarme de segurança para tentar expulsar os alunos da escola. Ela saiu da sala largando Macayla sozinha. Estava mais preocupada com os alunos e com a porra do colar que Azazel havia roubado.

  Rafael apareceu no meio da multidão de estudantes e Rachel estava voltando ao normal antes de ser vista com uma deusa ao redor da escola quando puxou o garoto.

—  Tirem todos daqui! Macayla está se o colar vou tentar atrasar ela. Mantenha todos longe!

—  Macayla o que?!

—  VAI RAFAEL! —  Ela gritou e ele acenou a cabeça. O alarme acabou assoado o rociador de incêndios que inundou a escola em água.

  Rachel permaneceu parada ali. Porém todos os pelos de seu corpo se arrepiaram. Era como se ela estivesse no inferno, ela estava sentindo a presença dele ali naquele momento. Ela engoliu em seco.

—  Rachel... —  Cantarolou Macayla com sua voz multiplicada e ecoando pelas paredes da escola enquanto que as suas garras ensaguentadas perfuravam a parede em um arranha constante. —  Aparece para mim... Eu quero te ver de perto... — Disse aquele sorriso maldoso, os olhos estavam estranhos haviam runas no seu rosto inteiro, e no seu olho estavam uma cor dourada e outra vermelha, ambos com um risco no meio, como olhos de dragão.  

  Agora aquela massa negra ainda rodeava ela. Saia de seu corpo como ondas de um mar calmo. Porém negros. Era outra pessoa.

—  RACHEL! —  Gritou nervosa e com raiva vendo que ainda não havia encontrado a rainha.

— Calma docinho, eu estou aqui. — Disse ela em deboche e Macayla virou-se com um sorriso no rosto.

  Ao se virar Rachel corre rapidamente dando um soco no rosto de Macayla.

  Porém com aquela velocidade o soco provavelmente deveria ter levado Macayla longe daquela escola, mas não foi o que aconteceu. Ela nem se moveu, apenas seu rosto devido ao impacto. O local onde Rachel socou arrancou a pele que ficou submersa no ar, a ferida exposta da menina estava negra assim como seus poderes. Macayla sorriu.

  A pele que estava flutuando no ar retornou ao local se cicatrizando na hora. Rachel arregalou os olhos, que tipo de cura era aquela?

—  O que diabos você é? —  Perguntou Rachel e a garota virou o rosto para Rachel.

—  Eu sou o seu inferno. —  Respondeu devolvendo o soco. E dessa vez ela atravessou as paredes grossas da escola.

   Era uma batalha entre a Deusa da morte e uma necromante sem controle.