Prólogo

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Londres| Inglaterra

30 de Janeiro de 2020

O dia amanhecia costumeiramente cinzento no centro do capitalismo britânico. O relógio marcava sete e quinze da manhã quando  Henry se levantou. A enorme cama king size estava completamente revirada deixando apenas os lençóis de seda egípcia cobrindo parcialmente a nudez da mulher adormecida. Sem empolgação, o bilionário caminhou até o banheiro fazendo sua higiene matinal e se direcionando para um banho relaxante, sabia que um longo dia o esperava pela frente e precisava estar o mais acordado possível.

No auge de seus 32 anos, Henrique Edwards esbanjava saúde e boa forma, mês sim e no outro também era capa de revistas, matéria em colunas de fofocas e especulações em sites de celebridades. Mas nada disso o importava, havia conquistado tudo a pulso e suor, dava valor a cada centavo investido em sua cobertura avaliada em bilhões de euros ou a cada ação cotada na bolsa de valores mundial. A empresa de seus pais havia crescido quase 1000% após sua entrada na mesma e para Henry, aquilo era só o começo.

Sentiu mãos delicadas acariciando seu peitoral e suspirou.

- Pensei que fosse me acordar para tomarmos banho juntos - a voz manhosa de Bárbara o incomodou, por mais que a noite passada tinha sido agradável, não tinha interesse em continuar com aquilo.

- Estou atrasado para o trabalho.

- Você é o dono Henry, pode se atrasar algumas horas sempre que quiser.

Ele deteve duas mãos e a encarou.

- Agradeço pela noite de ontem, mas sabe que não estou interessado em romance - foi direto, não gostava de iludir as mulheres com quem compartilhava a cama. Não havia espaço para romance em sua vida naquele momento e mesmo que tivesse, aquilo não estava em seus pensamentos.

- Mas... - os olhos amendoados o fitaram confusos.

- Vou pedir um táxi para te deixar em casa.

Ela assentiu e saiu do box sem dizer mais nada, conhecia bem a fama de Henry Edwards e sabia que ele era um caso de apenas uma noite. Porém não deixou de se sentir triste pela rejeição.

Quando voltou para o quarto a mulher já havia partido. Caminhou em direção ao enorme closet com ternos que custavam mais do que um carro, sapatos e acessórios mais valiosos do que um simples trabalhador poderia imaginar.

Enquanto fazia seu desejum acompanhou as notícias de Londres e do mundo, conferiu suas ações e decidiu iniciar de vez mais um dia de trabalho.

- Bom dia, senhor Henry - Dora, a governanta que administrava toda sua casa o cumprimentou. A senhora amável fora a figura materna em toda sua infância e por isso não pensou duas vezes em levá-la consigo quando saiu da casa dos pais.

- Bom dia, Dora. Vou para Moscou hoje e provavelmente volto no final de semana. Pode manter a casa arejada?

- Sim senhor.

- Obrigado.

- Faça uma boa viagem menino Henry.

Ele assentiu e sorriu, ela era uma das únicas com quem ele se permitia ser gentil.

Chegou a matriz da enorme empresa às oito horas em ponto, afinal era um britânico nato e jamais se atrasava. Cumprimentou alguns colaboradores e se dirigiu ao elevador privado que somente acionistas e a diretoria usavam. Arrumou a gravada no espelho das laterais e respirou fundo.

- Bom dia, senhor Edwards - sua secretária cumprimentou com o tablet nas mãos - Hoje o senhor terá uma reunião com os acionistas as dez da manhã, a pauta está em sua mesa. Sua mãe confirmou o almoço ao meio dia e as reservas já foram feitas no seu restaurante favorito. A tarde o senhor tem uma reunião administrativa com o diretor financeiro.

Jogo do PrazerWhere stories live. Discover now