Olhe mais uma vez, há uma nova oportunidade.

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A jovem olhava pela janela, com pequenos soluços entrecortados expressando uma dor profunda. Seu querido amigo estava sendo enterrado no fundo do quintal. Já não poderia brincar pelas manhãs com o seu cão. O avô aproximou-se, abraçando-a e conduzindo-a pela sala para a janela da frente da casa para poder observar o jardim. Enquanto avô e neta percorriam o espaço de uma janela à outra, ele disse: "Quanta tristeza, não é".
O comentário fez com que a neta chorasse convulsivamente. Ao chegarem à outra janela, o avô abriu as cortinas, de onde se podia ver o jardim. Em seguida comentou: "Lembra daquela roseira que está florescendo ali na frente. Veja como estão lindas as rosas amarelas. Fomos nós que a plantamos!".
Passados alguns segundos, para que pudesse observar a cena descrita pelo avô, a jovem parou de chorar, vendo as flores que enfeitavam o lindo jardim. Lembrou-se que ela teve participação nisso e esboçou um sorriso. O avô ficou feliz e complementou: "Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas pelas quais podemos escolher olhar".
Ao perceber que uma das janelas oferece um quadro triste, sobre o qual não se tem influência, pode-se buscar outra perspectiva. A vida oferece tantas situações de aprendizagem que permitem a todos desfrutar de momentos felizes que não se deve perder tempo diante de circunstâncias que não se podem mudar. Sempre tem que se buscar, o mais rapidamente possível, o caminho entre uma janela e outra para olhar mais uma vez.
Da mesma forma, vive-se um momento completamente diferente daquele vivido no ano 1000 da era cristã. Nos países democráticos, tem-se um ambiente com muitas janelas que permitem que se olhe mais uma vez. Olhar mais uma vez para transformar o acto de aprender em prazer. Olhar mais uma vez para ter iniciativa o suficiente para comprar a melancia, mas para não esvaziar o lago. Olhar mais uma vez para ser criativo. Olhar mais uma vez para ser flexível o bastante para saber abaixar as orelhas e ouvir, mas também para agir e reagir. Mais uma vez para entender que mesmo um pontapé pode empurrá-lo para frente, para novas oportunidades.
O cenário atual permite que cada um possa ser exatamente aquilo que pretende ser. Mesmo com todas as dificuldades, este mundo permite, inclusive, sonhar com a lua, desde que se responsabilize por cruzar a rua. Por isso, deve-se olhar mais uma vez, definir o sonho que se quer sonhar, saber o seu valor para descobrir o preço a pagar. Para isso, olhe mais uma vez, busque conhecimentos, desenvolva habilidades e tenha atitudes, pois são estas que o farão melhor e que o levarão rumo à realização dos sonhos.
Em nome desse sonho, o preço a ser pago será baixo, porque trata-se da própria vida. Cavar um metro a mais será pouco, pois o tesouro está logo ali. Aprender, estudar e ser melhor será estimulante, porque a própria pessoa será a maior beneficiada. Estar presente será prazeroso, porque pode-se apreciar e ser apreciado, pode-se contribuir e receber contribuições, pode-se aprender e ensinar, e pode-se amar e ser amado. Porque, afinal, este é o nosso tempo. Tempo de olhar mais uma vez!
Conforme já dito, tem-se uma única certeza: ninguém é o mesmo, porque tudo o que se vê, sempre se vê pela primeira vez, mas também pela última vez. Quando se vê um rio, é pela primeira e pela última vez que se o vê, porque a água não é a mesma que se viu antes, assim como nunca mais será a mesma que se verá num futuro

Uma nova oportunidadeWhere stories live. Discover now