Finalmente.

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Após mais alguns dias Mark e eu estávamos "saindo", era como se ele fosse meu namorado mas ao mesmo tempo, ele dizia pra todos que perguntavam que eu era apenas uma amiga dele. Me incomodava muito.

  Ele me acordava, isso quando não dormia em casa comigo, ele me levava para a aula, estudávamos juntos, ele fazia comida pra mim, saíamos para andar no cair da noite e assistíamos filmes abraçados depois. Ele tinha se tornado bem mais gentil, cuidadoso, era até romântico, falava feito um bobo comigo e vivia me pegando no colo mesmo que o enchesse de tapas. Mas ainda assim, eu era apenas uma amiga.

Tinha que tomar alguma atitude.

– Mark? – eu disse implorando atenção.

– O que é? – ele respondeu ainda concentrado no videogame que jogava tão empenhado.

– O que nós somos? – perguntei por impulso e curiosidade.

– Do que está falando, Haemin? – ele falava sempre olhando para a droga do jogo, estavámos em sua casa naquela noite.

– Bem... ah, esqueça. Estou pirando. – eu resmuguei, levantando do sofá.

– Ei, onde vai? – Mark segurou minha mão, me olhando de canto.

– Tomar água. Pode me soltar?

  Eu realmente estava brava, não sabia o que fazer mas queria mudar nossa situação. E não era pressa, só achava que merecia algo mais que "amizade" depois de tudo que passamos juntos.

Mark continuou jogando enquanto eu pegava cerveja escondido dele, já que ele tinha me proibido de beber por eu ter o proibido também. Mas eu precisava, para criar coragem de fazer o que me veio em mente.

  Minhas mãos estavam tremendo, eu não conseguia respirar e minha garganta travou, mas precisava falar.

– Mark, acho que a gente devia... – comecei a falar sozinha, tentando encontrar a maneira certa de me expressar – Não, isso não vai dar certo.

  Fiquei falando comigo mesma, até perceber que Mark tinha pausado o jogo e estava me escutando. Fiquei quieta e esperei ele decidir voltar a jogar, não era fácil pensar em voz alta com ele ouvindo tudo.

– Que se dane. – eu disse a mim mesma, largando a garrafa em cima da pia na cozinha e voltando batendo os pés até a sala – Mark Tuan!

  Eu meio que gritei, foi o melhor que eu consegui mas então me deu muito arrependimento, porque o garoto me olhou assustado.

– Por quê está gritando? O que eu fiz?

– O que você não fez!

– O que eu não fiz?

– Eu preciso te perguntar algo. – minha voz já começava a fraquejar, mas eu tentava falar com confiança.

– Fale, estou ouvindo. – e ele me olhava com deboche, balançando o controle do videogame.

– Deixa de ser infantil e olhe direito pra mim. – tomei o controle de sua mão e ele ficou assustado.

– Eu estou te olhando, Haemin!

– É... você... está afim de uma pizza de novo? – improvisei já que não conseguia falar o que realmente queria.

– Claro. Muito queijo, muito! – Mark brincou pegando o controle novamente, mas me olhava desconfiado.

– Ok.

  Peguei meu celular e me sentei junto com ele, mas digitava com as mãos tremendo o número da pizzaria. Então a pedi com dificuldade, e fiquei me enrolando para criar coragem de falar com Mark.

– Baby, não gritou só pra perguntar de comida, não é? – e foi com essa pergunta que resolvi desabafar logo.

– Precisosabersequernamorarcomigo.

  Falei atropelando as palavras sem querer, mas eu estava nervosa, não achei que eu teria que fazer isso.

– Como é? Sabe que apesar de eu morar aqui a bastante tempo ainda não entendo nada quando falam rápido, desculpe, baby. – Mark me encarava mesmo com a expressão de quem estava perdido.

– Mark... – suspirei mantendo a calma – Eu quero saber se quer ser meu namorado... ou se está só brincando com meus sentimentos.

  De repente, Mark paralisou na minha frente, com as bochechas vermelhas e o olhar parado, o silencio tomou conta da sala toda. Então ele piscou várias vezes e levou as mãos ao cabelo.

– Vou entender se não...

  E rapidamente puxou meu rosto pra junto do dele, me dando um beijo violento e apaixonado. Não soube como reagir, meus braços continuaram tensos ao lado do corpo e apenas fechei os olhos e o correspondi por alguns instantes.

– Hae... – ele disse sem afastar a boca da minha – É claro que eu quero ser seu namorado. Sinto muito por não ter pedido antes, achei que não era a hora certa.

– Acho que esperamos muito tempo pela hora certa, Mark. – eu respondi sendo sincera.

– Tem razão. – ele deu um sorrisinho, soltando meu rosto e descendo as mãos até minha cintura – Então, acho que aceito.

– Acha? – eu fiz piada, jogando os braços em volta do pescoço dele.

– Eu te amo, Haemin. – Mark me surpreendeu, me olhando firmemente nos olhos – Não diria isso sem ser verdade.

– E-Eu também te amo, Mark. – eu sorri querendo chorar, de alegria, mas contive as lágrimas inconvenientes.

  Mark me beijou novamente, lento e delicadamente, me apertando contra si. De repente, ele começou a rir.

– Eu não acredito que você me pediu em namoro. – o garoto gargalhava alto, segurando meu rosto.

– Se dependesse de você nunca iria acontecer, palhaço. – eu disse segurando o riso também.

– "Nunca" seria a palavra errada...

– Eu te conheço desde sempre, Tuan! Não minta. – eu o interrompi.

– Eu amo quando me chama de Tuan, fica tão fofa. – ele me beijou rapidamente de novo.

– Pare de evitar o assunto! – eu disse rindo, o chacoalhando pelos braços.

– Não importa, eu sempre tive você toda pra mim de qualquer forma.

– Convencido.

– Convencido nada! Eu sei que é verdade. Agora... – então me puxou para perto, levando as mãos às minhas pernas e me pegou no colo – Só sou oficialmente seu "dono".

– Calma lá, apressadinho. – eu disse assustada, mas gostava desse novo sentimento de poder estar com Mark sem culpa.

– Não preciso te soltar, não é?

– Não. Gosto do seu colo. Vou dormir aqui hoje. – suspirei e abracei seu pescoço, me aninhando por ali.
 
  Mark continuou me segurando, mas endireitou minhas pernas em sua cintura, e se jogou de costas de volta no sofá, voltando a jogar e me fazendo carinho nas costas até a pizza chegar.

Teardrops & Pizza - Mark TuanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora