4. Quando a música soa como cena.

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Respirei fundo, mordendo meus lábios quando fui encarado por Jeon. Eu não suporto xingar, mas, merda! Ele estava tão sério, notei o quão estava concentrado na situação em que eu estava. E tudo passou tão em câmera lenta, as tatuagens no rosto, as mãos no volante, o cabelo longo... Eu... MEU DEUS!

Foco, Jimin. Foco.

O protegido de Lúcifer te odeia e para completar a bagagem, os companheiros dele também. E além do mais, por que coisinha eu tenho de ficar reparando na beleza dele?

Oras, não é nada demais. É só um cara qualquer. Pior, hétero. Gigantescas são as chances de ele ser hétero, eu não teria um pinguinho sequer de chance com Jeon Jungkook.

Não que eu queira, longe disso. Ele me causa medo. É só que, ah!

Passo minhas mãos por meu rosto, abafando um murmúrio de desgosto por tais pensamentos. Por Deus, eu não estou tendo sossego.

— Se liga, pô. — Jihyun me cutucou. Tirei as mãos de meu rosto e encarei o rebelde sem causa. — Conversei com um dos caras da última casa da rua. Eu não sabia que você estudava com eles, mané. O moleque me deu uma palheta nova, coisa fina, mano. — contou, observando o carro dos tatuados evaporar pela rua a fora.

Encostei minhas costas no banco do carro, notei com cautela o pirralho se olhar no retrovisor, passando a mão pelo topete mal feito. Os fios estavam todos espetados.

— Hm, com qual deles você conversou? — tentei não esboçar meu pânico pela recente informação.

— Jungkook. Nós temos gostos parecidos. — respondeu, animado. — Ele quer me ver tocar com a Pink Hat.

Arregalei meus olhos, mas os desviei para meu colo sem saber o que fazer. Por Deus, sinto como se Jungkook estivesse fazendo isso para me punir por ter invadido sua casa. Consigo sacar sua estratégia: Se aproximar de meu irmão e, oh, deixe-me ver. Hm, talvez criar uma amizade com ele, e então, ficar próximo a mim. A conclusão que tenho disso é que ele quer estar perto para que eu lembre sempre do mal que fiz em invadir sua propriedade.

Estou muito coisado. Muito.

— Eu acho que ele não é normal. — comentei. — Talvez seja a falta de Deus em sua vida. — com calma, admirei o trajeto que o carro de policia percorria.

— O maluco é maneiro. — meu irmão rebateu da maneira que bem entendeu. — E se diz que é falta de Deus, por que não o convida para ir á igreja?

— Uh, o quê? Do jeito que ele é me mandará plantar flores no cemitério! — exclamei. — Para não dizer outra coisa. — concluí.

Jihyun sorriu, balançando a cabeça em negação. Ele se manteve o restante do caminho inteiro conversando sobre os assassinatos com Dominic e outro policial que ocupava o assento do passageiro. Eu me mantive viajando por vários planetas, até que meu destino chegasse e quando ele chegou eu desejei estar em casa.

Eu desci da viatura e me despedi do chefe e do policial, agradeci pela carona e segui em direção á entrada do colégio. Porém, antes de entrar dei uma olhada em volta, em busca do carro dos tatuados. Não tive sinal algum deles. Talvez ainda não tivessem chegado, Lisa sempre está junto. Presumo que tenham ido buscá-la.

Subi os degraus e caminhei até o grande pátio, geralmente quem chegava ia para lá até todos estarmos juntos. No entanto, antes de chegar de fato ao local, fui surpreendido com Taehyung surgindo em minha frente. O bendito celular estava em sua mão e lá estava ele gravando stories.

— Olá, Chim! Dê um "Oi" para os rabugentinhos que estão do outro lado da tela. — ele me abraçou de lado, enfiando o celular em minha cara.

ROCK MÁFIAWhere stories live. Discover now