Capítulo 1: Parte 2 - Sandro?

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Ele a pegou e tirou daquele lugar, passou pelos corpos, havia inocentes demais no meio. Mordeu o lábio e rodou.

Alguns momentos depois, apareceu em um quarto pequeno onde depositou a garota. Ela tinha cortes nas costas e um galo na parte de trás da cabeça.

Fez uma compressa de gelo, a deitou de bruços e foi até um pequeno armário, voltou com gaze e alguns potinhos com ervas, cheirou algumas e, satisfeito, as misturou e mastigou um pouco. Depois cuspiu na gaze e aplicou sobre os cortes, em poucas horas não haveria nem cicatriz. Se desse sorte, ela não acordaria nesse meio tempo.

Procurou os documentos da jovem, se impressionou ao ver que até a foto na identidade era bonita. Riu e foi até o computador.

Foi fácil descobrir quem ela era. Parecia gostar muito de redes sociais. Fotos de academia revezavam com a de livros de fantasia, também havia algumas com amigos e bebidas.

Não precisou de muito para saber onde ela morava, agora era torcer para poder tirar os curativos antes dela acordar. O melhor era fazê-la pensar que era um sonho.

Se sentou na cadeira e a observou. Se a situação fosse diferente, poderia ter conseguido uma parceira pela noite, fazia tempo que não fazia... bem, essas coisas.

Não percebeu quando cochilou, mas acordou com o sol nascendo. Deu mais uma olhada na visita inconsciente e voltou ao computador para continuar suas pesquisas.

— O que... o que aconteceu?

Ele se assustou e olhou para trás. Vendo a garota acordar e olhar para ele, o jovem levou uma mão ao rosto.

— Mas que merda, custava dormir mais uma horinha?

— Do que você está falando? — Ela começou a se lembrar da noite anterior. — Você estava na boate! Você me drogou? O que fez comigo?

A jovem se encolheu na cama, tentando se afastar.

— Uou, uou! Calma ai! Não sou o tipo de pessoa que você está imaginando. Continua se lembrando aí.

As coisas começaram a voltar na mente de Alice, os gritos, a fumaça. O homem com chapéu e o buraco na cabeça.

— Aquele homem... Ele tinha um buraco na cabeça...

O garoto de touca vermelha a encarou, surpreso.

— Você viu o buraco?

— Claro que sim! Como poderia não ver?

— O que mais você viu?

— Pessoas... pessoas brilhando... E você.

— Eu?

— Você, parecia deslizar no ar!

— Ótimo, tinha que ser alguém que consegue "ver". — Revirou os olhos.

— Será que você poderia me explicar por que as pessoas estavam brilhando?

— Não eram pessoas, eram baetatas.

— Ah, claro... o quê?

— Demônios de fogo, nada demais. Um copo de água e você acaba com eles.

— Não... espera... e aquele homem?

— Não era homem.

— Tá, aquele baetata.

— Não era baetata.

— ENTÃO EXPLICA A COISA TODA!!! — A jovem se levantou da cama, irritada, isso a deixou tonta e ela se sentou.

— Calma, calma! — O negro misterioso ria, se divertindo com a confusão dela. — Era o Boto.

O silêncio se prolongou por alguns instantes, os dois se encarando, até que Alice deixou a cabeça pender para um dos lados, preocupada.

SAN - Detetive Folclórico (Degustação)Where stories live. Discover now