CAPÍTULO 11 - Susan

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Contive os risos internos e externos. Sua reputação de piranha estava mais intacta que a Torre Eiffel.

– Filha, você não tinha o direito de bater na Ada. Ela é sua melhor amiga! – Papai mostrava toda sua incredulidade.

– Claro que eu posso! Ainda mais agora que eu quase tive um infarto por causa dela.

­­– Não, não pode. – Pronunciei-me. Óbvio que eu não perderia a oportunidade de contradizê-la. ­– Isso foi agressão. Ela poderia muito bem te denunciar.

Ada finalmente parecer notar minha presença. Seu olhar foi de confusão à surpresa num estalar de tempo. Esperei um novo escândalo, já que, supostamente, a pessoa que havia destruído sua família estava na sua frente. Porém, graças à Deusa de todas as falsas amantes injustiçadas, o barraco não veio. Ada parecia espantada e culpada.

– Não é para tanto, Susan. Foi apenas uma confusão boba. – Não me surpreendia o fato de mamãe preferir ficar ao lado da outra filha.

Susany ainda se encontrava em um completo status de fúria. Ada parecia não ligar para o drama rotineiro da amiga, quase como se já estivesse acostumada.

– O que deu em você para fazer um barraco na casa do seu pai? – A louca estava realmente enfurecida. Só faltou arrancar as "penas" da cabeça como a galinha que era. – Supera, idiota! Ele tem outra família e você foi esquecida. Cresça, Ada!

Minha irmã tinha a terrível mania de mandar as pessoas crescerem. Contudo, ela também não poderia ser considerada um exemplo de ser humano intelectual e desenvolvido, visto que parecia ter acabado de sair do jardim de infância. Só pude sentir pena de Ada por aguentar essa belíssima "amiga" na vida.

Suas feições mostraram o quanto ficou sentida com as palavras da minha irmã. Consegui distinguir resquícios de raiva, mas ela conteve e escondeu os sentimentos. Infelizmente, não entendi a razão dessa repressão. Eu já teria mandado Susany ir tomar no ânus (Claro que eu sou uma moça "culta e pura" que não falaria palavras tão feias. Risos internos. Voltando ao personagem em 3,2,1...) e sei que, com toda certeza, ela também estava com essa vontade insaciável.

– Não precisa se preocupar, Susany. Eu já estou aqui para atuar como melhor amiga da noiva na festa. – Seus olhos brilhavam com uma raiva contida.

Caraca, produção! Elas não eram amigas? O escritório se transformou num ringue de luta por encaradas. Sentia-me no próprio UFC Combate e Mel também não estava diferente. Mirando minha amiga, notei o quanto ela queria que Ada pulasse no pescoço penoso de Susany. Aquilo mais parecia uma versão italiana dos filmes do Bruce Lee ou Jackie Chan.

­– Pessoal, vamos manter a calma! O problema foi resolvido e Ada já está aqui. – A cerimonialista se meteu entre as duas. Poxa, Gisele! Deixa-as se engatarem, por favor!

Ada assentiu, evitando a discussão. Susany deixou o aposento contraída e furiosa, como um furacão. Sua BFF apenas deu de ombros e eu revirei os olhos perante o drama da minha irmã.

– Preciso descansar. Vou subir agora. – Ela realmente parecia exausta.

– Claro, querida! – Mamãe pôs a mão no seu ombro. – Vá deitar um pouco.

Ada agradeceu e se retirou. Quando seus passos não foram mais escutados, virei-me para papai e Bitello.

– Alguém vai me explicar o que aconteceu? – Coloquei as mãos na cintura. – Eu estava muito ocupada antes de vocês me ligarem desesperados.

Isso não seria uma mentira completa. Claro que o tal do Liam parecia a encarnação física e mais bonita do Super-Homem, mas também aparentava ser o próprio Cavalo de Troia; ou seja, PERIGO ambulante, cujo "P" é tão grande que não caberia escrito numa folha de papel 40 quilos. Não estava, nem estou preparada para mais uma decepção amorosa. Quando recebi a ligação, não houve tempo para despedidas. O carinha até tentou me ajudar, perguntando qual era o problema, porém eu já me encontrava na rua. Por sorte ou azar dos cosmos, eu só o encontraria uma vez.

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⏰ Last updated: May 25, 2022 ⏰

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As Damas de (Des)HonraWhere stories live. Discover now