CAPÍTULO 11 - Susan

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"Mãos para o alto, novinha

Mãos para o alto, novinha

Por que?

Porque hoje tu tá presa

Tu tá presa

Tu tá presa..."

Prisioneira - Bonde do Tigrão

Ada havia sido uma péssima pessoa e eu não tinha dúvidas desse fato. É difícil acreditar que Susany e ela ainda são consideradas amigas; sempre achei que as duas seriam do tipo amigas-para-sempre-até-a-primeira-disputa-por-macho. Mesmo com meu passado claustrofóbico, foram raros os momentos em que pensei na Ada ou Lucile no Brasil. Eu as apaguei da minha vida como um sopro na vela, então revê-las era algo mais inacreditável que presenciar um porco casando com uma vaca laranja. Simplesmente improvável! Era uma situação hipotética até agora.

Inquieta me encontrava, esperando notícias do ocorrido. Não estava nervosa pelo fato da criatura ter sido presa, mas claro na possibilidade de olhá-la de novo, já que, no nosso último encontro, teoricamente, eu havia me tornado amante do seu pai.

Susany parecia lutar contra a angustia evidente. Eu duvidava muito que esse sentimento seja preocupação com o bem-estar da melhor amiga, mas, sim, com o suposto escândalo para o noivado. Gisele andava por todo escritório com o celular na orelha na tentativa fracassada de resolver a situação antes da cerimônia começar. Mamãe se empenhava, inutilmente, em acalmar minha irmã de alguma forma; claro que ela estaria do lado da filha preferida. Revirei os olhos.

Algum tempo antes, papai havia saído com Bitello para tentar tirar a perturbada da cadeia. Óbvio que o povo precisou fazer um escândalo por essa simples prisão. Pense numa mania ordinária que esse pessoal tem de fazer tempestade em copo d'água.

Bebendo um gole do meu chá da tarde, Mel me acompanhava no sofá do escritório. Evidente que eu preferia uma dose de uísque, contudo mais vale um pássaro na mão que dois voando.

A reação das pessoas ao nosso redor era das mais cômicas. Porém, poderia facilmente afirmar que estávamos absolutas naquele momento. Com as pernas cruzadas, apenas me divertia em ver o desespero das três mulheres.

- Já dizia Seu Madruga, - Sussurrei para Mel. – a vingança é sempre plena, salva a alma e a desenvenena.

– Eu acho que essa não é a fala do Seu Madruga. – Dei de ombros.

– Não importa! Dá tudo no mesmo.

Minutos mais tarde, Bitello e papai irrompiam pela porta do aposento. Atrás de ambos, vinha Ada, perfeitamente bela e surrada. Seus cabelos castanhos claros estavam em caos, numa mistura evidente de Chewbacca e Capitão Jack Sparrow; a maquiagem borrada era uma cópia autêntica do Coringa. No entanto, posso dizer que ela ainda continuava bonita, esbelta e com um incrível corpão. Ela aparenta estar cansada fisicamente e psicologicamente e, por um instante, quis consolá-la. Não era do meu conhecimento seus problemas familiares, então quem era eu na fila do pão? Não tenho o direito de criticar a jovem mulher.

Uma Susany histérica avançou na amiga. O barulho do tapa estalado preencheu o ambiente, tomando a sala inteira num perturbante silêncio.

– Como você ousa fazer uma barbárie dessas na noite do meu noivado? – Minha irmã parecia descontrolada e, mais uma vez, mamãe tentava acalmar a onça. – Minha reputação estaria arruinada.

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⏰ Laatst bijgewerkt: May 25, 2022 ⏰

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