Capítulo Dezessete - Você não pode esconder nada de Franklin Johnson.

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Era bastante fornicação, sim. Mas não era só isso, tinha algo mais, algo que fazia aquele segredo valer a pena.

— Não importa! — Franklin disse e sorriu. Eu ainda estava processando o fato de que ele tinha pagado Phil para nos prender no elevador. — Eu só quero meu cachorro de volta!

— O quê? — Perguntei.

— O cachorrinho que eu dei para vocês! — Ele disse. Vi o sorrisinho de Ian murchando. — Era parte do plano e eu o quero de volta!

Ian morrendo em 4,3,2 ...

▪ ▪ ▪

Eu.

Franklin era um cara diferente, eu sabia disso desde que ele tinha me contratado por fazer abdominais no chão de sua sala (por favor, nem eu me contrataria e sabemos que eu sou meio sem noção).

Mas ele tinha acabado de enlouquecer completamente. Ou talvez eu tenha enlouquecido, porque poderia jurar que ele me pediu para devolver "seu cachorro", que era, no caso, meu filho Cauê.

Ele tinha acabado de ver Cauê dentro da bolsa, ao lado da minha mesa. O pobre cachorrinho sacudiu o rabo ao notar que ele estava se aproximando, sem entender que Franklin era o vilão ali.

— Como assim de volta? E como assim seu? — perguntei a Franklin, enquanto tirava a bolsa com Cauê de perto dele e a mantinha protegida dentro dos meus braços. — Cauê é meu.

Franklin cruzou os braços.

— Para começar, o nome dele é Floquinho de Neve. — Franklin disse. Cauê balançou o rabo ao ouvir aquele nome. Mas ele não entendia nada e gostava do meu chefe, então isso não significava absolutamente nada. — E ele é meu. Eu só o deixei com vocês para ajudar

— Ele era parte de um plano? O tempo todo?

Olhei para Cauê o culpando por ter conquistado todo meu amor pra si.

Ele era um vilão!

Quando me falaram que ele era um Pinscher de capa preta achei que era devido à coloração, e não porque ele era um vilãozinho medíocre e fofo! Eu deveria saber! Mocinhos não usam capa! Quer dizer, exceto Superman, Batman e alguns outros heróis que nunca ouviram falar de Edna Moda.

Enfim, foco. Voltando ao vilão: Floquinho de Neve ou seja lá qual for o nome dele.

— Você me traiu. — disse eu.

— Eu te ajudei com a Olive! — Franklin disse, colocando a mão sobre o peito de um modo teatral. — Seja menos ingrato!

Me virei para ele com cara de poucos amigos.

— ESTOU FALANDO COM O CAUÊ! Falo com você depois, Johnson! — Me voltei para o cachorro, que me olhava com seus grandes olhões de jabuticaba e com uma expressão de quem não fazia ideia do que estava acontecendo. — Você lambeu meus pés só porque esse troglodita mandou, Cauê? — Meus olhos suaram um pouco nessa hora, mas não gosto de comentar sobre isso.

— Ian, ele não entende. — Olive disse, colocando a mão sobre o meu ombro.

— Eu sei que Franklin não entende de limites, mas Cauê... — Estreitei os olhos para o serzinho no meu colo. — Você é o pior amigo do homem, Floquinho.

Cauê começou a chorar e Franklin pegou o cachorrinho no colo.

— Não se volte contra o cachorro, Ian. — Franklin disse, coçando as orelhas de "Floquinho". — A culpa foi minha.

— Foi mesmo! — Eu disse, abraçando a bolsa vazia no meu colo e me sentindo enganado. — Você pode fazer um plano para me juntar com a Olive, mas você não pode me dar amor e depois tomar de volta!

— Eu só queria que você ficasse feliz! — Ele disse. — E tem mais: sua bolsa de cão é para mulheres! — Franklin começou a chorar.

— Você arrancou meu coração! E é masculina!

— Então porque ela é rosa? — Por que estamos em um país livre? Por que rosa não é cor exclusiva de meninas? Por que rosa destaca meus lindos olhos azuis? — E por que está escrito "baby girl"?

— Porque Cauê é menina! — Eu disse.

Franklin virou o cachorro de barriga para cima para verificar e anuiu ao ver que Cauê tinha uma borboleta e não um pônei.

— Tudo bem, mas talvez a gente deva repensar o nome dele. Dela. Sei lá, estamos em um país livre, uma menina pode se chamar Floquinho.

Nós não vamos repensar nada, Franklin.

— Ei, parem, agora! — Olive se intrometeu, ficando entre nós dois.— Franklin não fez por mal, Ian! É só um cachorro!

Fechei a cara.

Assim que Franklin percebeu que rolaria uma DR, pegou o pseudo Cauê e saiu da sala.

Cruzei os braços, encarando Olive incrédulo.

— Não é só um cachorro! É o nosso filho.

— É só um cachorro, Ian! Eu te dou outro, só para de chorar e de brigar com o Franklin. — Olive bufou.

Eu não sei quão idiota você vai me achar por eu ter feito que fiz em seguida, mas, como ela podia não entender o quanto aquilo me magoava? Eu havia superado meus medos, eu havia dado todo meu carinho e amor para aquele cãozinho, aquele serzinho havia nos unido. Como ela poderia simplesmente abrir mão dele?

— Não é ter um pet que é importante, Olive! — Eu disse, passando a mão embaixo dos olhos suados. — É o que ele representa!

— Do que você está falando?

— Ele foi nosso por tanto tempo, sabe? É todo o amor, carinho, afeto. Eu amo aquele cachorro, Olive. — Expliquei. — Ele foi quem me fez ver você e também foi começo da nossa história.

— Não tem "nossa história", para começo de conversa. — Disse Olive. — Não quando você está se recusando a ser racional! Vamos conversar com Franklin e...

— Que bom que não tem "nossa história", então. — Disse eu, ignorando o que ela tinha a dizer. — Porque assim fica mais fácil colocar um ponto final. A gente foi só um conto de uma página.

Ao dizer isso, simplesmente saí da sala. Eu não queria ter que ver Olive, não naquele momento.

Ainda bem que eu tinha desistido de emprestar para ela o meu creme facial caro no último segundo.

♥ ♥ ♥

Hello, chuchus!  

Chegamos na parte onde o casal repolho começa a desandar... O que vocês acham que acontece, agora que Aaron saiu de cena? Quero teorias hahahaha

Não se esqueçam de votar e de me contar o que estão achando!

Até logo, Gabs ♥

Você e Eu (Concluído).Onde as histórias ganham vida. Descobre agora