Capítulo Cinco - Uma história de amor melhor que Crepúsculo.

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Você.

Era simplesmente patético.

Eu nem podia acreditar que estava acontecendo. Se bem que, depois de acabar comprando justamente o mesmo apartamento que Ian Simmons – não podia ser o Ian Somerhalder? – eu realmente estava chegando a outro nível de má-sorte.

Mas, de qualquer forma, só podia ser algum tipo de sacanagem. Tudo bem, eu tinha concordado em participar do Beijo do Vampiro quando Franklin me perguntou, mas, em minha defesa, eu não sabia que era uma barraca do beijo! Se pelo menos o Jacob Elordi estivesse aqui...

Mas é claro que não estava, então eu estava beijando dúzias de executivos muito mais velhos que eu e que, após arrastarem o selinho por tempo demais (embora qualquer tempo os beijando fosse tempo demais), ficavam me cantando e sendo muito insistentes sobre nos encontramos depois do evento. Eu devo ter beijado todos os executivos velhos daquele lugar e, por deus, talvez as empresas devessem investir em ensinar escovação dentária.

E, para piorar tudo, Daphne Hoyes do almoxarifado, que deveria me substituir estava "atrasada" mais de vinte minutos – eu também atrasaria se soubesse o que me aguardava naquela barraca.

Se eu realmente soubesse no que estava me metendo, teria usado uma fantasia que erguesse menos os meus peitos. Tipo uma de hambúrguer ou talvez de picles. Nenhum homem iria querer ser o cara que beijou o pepino, então eu estaria salva.

Contudo, enquanto eu tentava deixar minha mente totalmente longe do que meu corpo estava fazendo, Ian acabou me tirando do transe ao passar na frente da barraca. Por algum motivo, ele estava todo molhado, vermelho e tremia de frio.

Mesmo ele sendo uma das minhas pessoas menos preferida no mundo, me preocupei com a sua situação, então pedi um segundo ao próximo cliente da fila e coloquei meio corpo para fora pela lateral do estande onde a barraca estava funcionando, avistando meu confuso e vermelho colega de apartamento.

— Ian! — Gritei e mesmo que o local estivesse bastante barulhento, ele se virou para mim.

Fiz um gesto com a mão direita o chamando e, meio desnorteado, ele foi até onde eu estava.

— Tudo certo? — Ele perguntou, encarando os homens na fila que me encaravam como se eu fosse um bife suculento. Um belíssimo filé mignon para alguém que não comia nada há dois meses ou mais.

— Comigo sim. — Disse, olhando Ian de cima a baixo. A coisa estava tão ruim que eu até senti, sabe, compaixão. Não é o tipo de sentimento que eu costumo direcionar a Ian. — O que aconteceu com você?

Ele me explicou, de forma meio desconexa, devo ressaltar, do que se tratava o jogo no qual ele estava.

— Eu era o idiota que caía na água! — ele disse e eu mordi os lábios para não rir ao imaginar a cena, mas ele percebeu. — Tomara que você beije alguém com bafo. — praguejou, abraçando o próprio corpo.

Como se aquilo fosse o pior que pudesse me acontecer a essa altura do campeonato.

— Ian, meu anjo. — Eu disse, deslizando meu indicador pelo maxilar dele. Inclusive nunca tinha reparado em quão marcado e anguloso era. — Você consegue imaginar quantos homens querem me beijar por um dólar?

Ele mexeu nos bolsos um segundo e então tirou uma moeda de lá.

— Minha carteira deve ter ficado no carro, ou talvez esteja no fundo daquela piscina junto com a minha dignidade. — Disse, mas colocou a moeda na minha mão. Pensei em dizer que era muita burrice deixar qualquer coisa dentro de um Buggy, porque aquela coisa literalmente não tem portas, janelas ou um teto, mas o que ele disse na sequência mudou o foco da minha atenção. — O que eu consigo de você por cinquenta centavos?

Você e Eu (Concluído).Onde as histórias ganham vida. Descobre agora