Os Príncipes do Inferno

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***

  Azakiel estava caminhando em direção a casa de Adam. Ele esperava que sua irmã fosse ir com ele ao menos de carona, mas aparentemente ela tinha de comparecer ao emprego.

  Óbvio que Zak não insistiria, já que moravam de favor agora na casa de justamente aquele que o mesmo fez sofrer. Ele estava envergonhado, e surpreso por Adam o ter aceitado em sua casa. Apesar de neste momento tanto Adam quanto Rafael estarem tendo uma conversa séria, dá qual o rapaz não se envolveria...

  Zak parecia triste enquanto mexia nos seus bolsos a procura de seu cigarro.

  Removeu um e o colocou entre os dentes parando no caminho para acender.

  No momento em que Zak ia acender o cigarro ele escuta um murmúrio vindo de uma rua. A mesma rua onde ele fora pego pelos enfermos da última vez.

  Desta vez os murmúrios não pareciam demoníacos, parecia algo como uma discussão em silêncio, como se alguém estivesse brigando com outra pessoa mas não quisesse alarmar. Ele respirou fundo e jogou o cigarro no bolso novamente.

  Quanto mais perto Zak chega mais claro ficava os sussurros e cheiro nítido de álcool.

— Para Evan! Está me machucando! — Sussurrou uma voz em ódio tentando se esquivar. Era uma voz feminina.

— Você fugiu... E eu exijo uma explicação, sua garota imunda! Sua mãe encheu a porra do meu saco a noite toda perguntando de você! — Disse uma voz grave e enjoada como se a estivesse forçando uma voz máscula, arrastada aparentemente bêbado.

— Eu não teria fugido se não tivesse tentado me matar enforcada! — Contrapôs e ele a bateu no rosto fazendo Zak intervir imediatamente.

— Ei! — Gritou o garoto empurrando o homem de perto da moça.

— Azakiel? — Perguntou a moça e só então Zak notou que quem estava naquela rua vazia necessitando de ajuda, era ninguém menos que...

— Lizzy?

***

Adam respirou fundo antes de encarar o filho.

– O que quer que eu diga? — Perguntou Adam sentado na arquibancada vazia ao lado do filho.

  Rafael riu em falso incrédulo com a pergunta.

— O que quer que eu responda? — Perguntou ele e Adam achou a contra pergunta justa.

— Eu sei que está zangado...

— Zangado? — Perguntou o rapaz se levantando freneticamente e franzido a testa. — Estou mais do que zangado pai. Quem diria que esse tempo todo meu pai deseja matar a minha mãe que por acaso é uma Deusa? Por mais que suas ações fossem para me proteger, o que eu completamente e entendo, porém foi irracional! Como? Achei que fosse gay!

— E sou! — Ele se levantou igualmente. — Não vou discutir como você nasceu por que é íntimo e muito pessoal, mas o que posso dizer é que isto está no passado Rafa. Se quer que isso destrua sua cabeça pois bem! É o que ela quer! Foi pra isso que ela quis que você fosse criado pior mim! Pra ter sentimentos e se virar contra eles! E então correr nos braços de chupa cu dela! — Disse ele logo em seguida colocando uma mão na cintura e outra massageando a sua testa. — Podemos por favor... Ficar em paz. — Ele encarou o filho removendo a mão. — Última coisa que quero fazer é brigar com você.

— Acha que eu quero? Eu só quero me encaixar... E entender... Nunca pense que irei sair correndo para "os braços de chupa cu dela" pai. — Disse retrucando sua piada. — Ela não me criou e só quer me usar eu sei disso. Só quero que confie mais em mim...

— Assim como confiou em mim? — Perguntou e Rafael franziu a testa. — Acha mesmo que não sei o que você e Macayla fazem em Bloodville como Hobbie? Se arriscando ao ponto de se machucar... E ainda por cima a defendendo não me contando a verdade. Bom queridinho, eu sou um médium, não pode esconder nada de mim. — Respondeu Adam brincando com as mãos no ar. — Sei até que horas você bate punheta e em quem pensa pra se ter uma noção.

— PAI! — Gritou Rafael envergonhado. — OK entendi! Estamos quite! Não escondo de você se você não esconder nada de mim ok? — Respondeu e Adam revirou os olhos logo em seguida mostrando sua palma da mão aberta em espera de um cumprimento.

— Feito. — Disse Adam e Rafael apertou sua mão.

— A propósito, por que acolheu os gêmeos lá em casa? Achei que não gostasse do Zak.

  Adam sorriu abraçando seu filho que ficou surpreso, mas retribuiu o abraço.

— Por que eles dois não possuem isso. — Respondeu se referindo ao abraço paternal. — Quero mostrar a eles e especialmente ao Zak... Que podemos escolher a família e o caminho certo... — Adam se afastou do abraço e encarou Rafael nos olhos. — Mas minha preocupação maior não é com os gêmeos. Eu definitivamente não me importaria de que Macayla os acolhessem, exceto pelo que senti quando cheguei perto dela.

  Rafael franziu o cenho e fez cara de confusão.

— Como assim?

— Tem algo negativo rondando ela. — O olhar de Adam era sombrio. Ele se afastou de Rafael e respirou fundo. —  Eu senti... Consigo senti a escuridão dela... E o pior. —  Adam pareceu hesitante. — Veio com acompanhante, meu filho.

— Que acompanhante?

— Você sabe... Isso só pode significar uma coisa. —  Adam olhou  para o chão e logo depois olhou para os olhos do filho. — Rachel está de volta, e o colar de Macayla está cada vez mais poderoso. O que põe um sorriso nos lábios de Aurora e uma expressão de ódio no meu rosto...











Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoWhere stories live. Discover now