Como Se Declarar Para o Paquera

08. Bônus: Independente do medo, fale.

Como Se Declarar Para o Paquera

Capítulo Bônus

Lidar com sentimentos, ainda mais
quando são amorosos, não é fácil, isso é óbvio. Amar alguém e não ter certeza se é recíproco ou não é complicado; amar o seu melhor amigo, que você jura que é heterossexual, só piora as coisas.

Esses pensamentos problemáticos enchiam a cabeça de Bakugou, e eram a causa de toda a irritação e frustração que ele vinha sentindo nas últimas semanas. Desde que havia percebido e aceitado seus sentimentos por Kirishima Eijirou, viver não estava sendo fácil.

Talvez fosse um tanto de drama, sim, mas o loiro pensava realmente que sua vida estava indo pro ralo devido àquela paixãozinha. Por conta dela, não se concentrava em nada e se pegava sempre em devaneios sobre Kirishima. E, claro, estava se afastando cada vez mais do ruivo, mesmo que inconscientemente, numa tentativa – falha – de esquecê-lo.

Tais devaneios frustrantes o levaram ao terraço da escola, que era um lugar sem muito movimento e mais silencioso. Precisava ficar sozinho ou ia acabar surtando. Deitou no chão e se pôs a observar o céu.

Mas claro que essa calmaria não duraria muito.

– Bakugou!

Ele não precisou olhar para o lado para saber que Kirishima Eijirou vinha em passos apressados em sua direção.

– Cara, o pessoal tava te procurando. Você sumiu do nada! – disse enquanto se sentava no chão ao lado de Bakugou.

– Foi mal, eu precisava de um tempo – respondeu.

– Tem alguma coisa acontecendo? Você tá estranho ultimamente…

Bakugou não pôde evitar de sentir as malditas borboletas no estômago quando sentiu a mão de Kirishima tocar seu braço. Era quente e gentil. Céus, ele se sentia tão idiota quanto Midoriya. O amor realmente deixa as pessoas bobas.

– Não é nada.

Kirishima ficou em silêncio, o que era estranho para Katsuki, já que ele nunca ficava quieto.

Depois de um tempinho, ele disse em tom baixo:

– Se você precisar de mim, estou aqui.

Se tinha algo que Katsuki gostava em Eijirou, era a preocupação e o carinho que ele demonstrava consigo. Sem nenhuma vergonha ou orgulho, ele estava lá para ele; cuidando, observando. Mas tudo isso também machucava bastante, já que para Bakugou, Kirishima o via apenas como um amigo ou um irmão.

– Ok – respondeu.

O horário do intervalo acabou, e o sinal tocou por toda a escola. Kirishima se pôs de pé e estendeu a mão para ajudar o loiro a se levantar, e juntos eles voltaram para a sala.

Tudo nos conformes, exceto pelo aperto que Bakugou sentia no peito.

•°O°•

– São duas da manhã, Bakugou – a voz sonolenta de Mina Ashido soou do outro lado da linha. – Espero que seja importante.

O loiro suspirou enquanto fitava o céu pela janela de seu quarto escuro.

– Eu tô fodido, Mina. Preciso de ajuda.

– Pra você estar pedindo minha ajuda tão de repente deve ser sério mesmo – ela riu. – Fala, o que aconteceu? Perdeu o cabaço?

– Quê? Não – revirou os olhos, já se arrependendo de ter ligado. Hesitou um pouco antes de continuar. – Então… é sobre o Kirishima.