Capítulo 3 - Uma maldição de troll

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- Será que alguém poderia me dizer o que ainda estamos fazendo aqui? – Exasperou-se Oito, olhando para os colegas que não tinham arredado o pé da ponte desde a batalha com o troll.

- Trolls são criaturas burras, quase animalescas. Eles não falam. Não usam ferramentas. Pelo menos eu nunca vi um deles falando, exceto por hoje. Outra coisa: um troll não precisa de dinheiro. Tem mais aqui do que estamos vendo. – Começou a explicar Travok. O Paladino poderia não saber muito sobre muitas coisas, mas quando o assunto eram seus costumes anões ele parecia uma verdadeira enciclopédia.

Sem aviso Okarin subiu pela amurada da ponte, bem de onde o troll tinha saído. Ele limpou a poeira da túnica e comentou:

- Você tinha razão. A toca do bicho fica neste vão no meio da ponte. Mas tem alguma coisa errada. Tem um colchão de palha lá em baixo. Uma mesinha com restos de comida. Acho que era frango assado.

- Um troll que faz frango assado e dorme num colchão de palha. Esse dia não para mesmo de surpreender... – Disse Joanna revirando os olhos de impaciência.

- Acredito que alguém está manipulando esse troll para arrecadar dinheiro dos viajantes. Essa mesma pessoa é que deve ter deixado as placas e queimado a ponte na estrada lá em cima. – Comentou Travok. – Seja lá quem for, vai voltar para pegar o que foi arrecadado e deixar mais comida para o troll. Voto que fiquemos de tocaia, aguardando.

- E se o troll voltar? – Perguntou Oito, olhando a bainha vazia de sua adaga. – Não acho que podemos dar conta dele no jeito que estamos agora.

- Esse troll foi ferido de verdade por nossos ataques. Nós causamos um dano que sua regeneração natural não trata e nem cura com facilidade. Eu diria que temos um dia, com sorte dois dias, até que ele volte para a ponte. Até lá podemos esperar. Só precisamos de um bom lugar...

- Copa de árvore grande, bom esconderijo! – Apontou Neega para um carvalho secular, de frondosa copa, estacionado a poucos metros da ponte. De lá de cima poderiam ver a estrada e a ponte sem serem vistos.

A espera demorou-se por algumas horas, até o sol batesse o pino da metade da tarde. Nesse meio tempo, dezenas de viajantes cruzaram a ponte, cada um deixando o seu tributo. O sol já se preparava para anunciar a quinta hora da tarde quando todos viram uma mulher chegar até a margem da ponte. Ela carregava uma cesta de piquenique. Ela parou na primeira panela e com a ajuda de uma colher de madeira deu três sonoros golpes na sua lateral. Depois recolheu as moedas. Foi até o final da ponte e fez o mesmo procedimento. Depois voltou até a metade da ponte, abriu a cesta de piqueniques e de lá tirou um rolo de corda. Amarrou a corda na ponte e desceu a cesta. Depois foi a vez dela mesma descer.

- Como foi o seu dia amor? – Perguntou ela na frente da toca do troll.

- Foi puxado, de verdade... – Respondeu Okarin, arco em punho. A jovem gritou de susto e se desequilibrou, caindo de costas na parte mansa da correnteza do rio. Ela tencionou se levantar e correr quando percebeu a meia-orc ali do seu lado. A mão férrea da bárbara agarrou seu ombro, impedindo qualquer tipo de chance de fuga. Poucos segundos depois, sob gritos de socorro a jovem foi içada pela mesma corda que ela trouxera, para o topo da ponte.

O grupo esperou que ela parasse de espernear e de gritar por socorro. Finalmente ela se calou.

- Essa daí é a terrível vilã que consegue controlar um troll? Deve ser magia, porque ela não é muito bonita... – Comentou sarcasticamente Joanna.

- Muito bem menina é melhor começar a falar. Dê-nos o instrumento que você usa para controlar o troll e para que posamos nos livrar dele, de você e desse maldito troll... – Falou Kael, apontando o cajado para ela.

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⏰ Last updated: Jan 22, 2020 ⏰

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