Eu era muito bobo e inocente

174 19 3
                                    

~ Duas semanas depois ~

Se Loki fosse uma pessoa bondosa interferiria no teatro que a garota Stark estava fazendo. Chegava a ser ridículo como todos acreditavam tão fácil nela e a cercavam com suas boas intenções. Talvez o laço sanguíneo com o Homem de Ferro não fosse necessariamente algo ruim, afinal era isso que proporcionava a maior parte da confiança.

Queriam coloca-la em um pedestal e chama-la de exemplo perfeito. Os vingadores eram mesmo patéticos. Mas o que mais o intrigava era que, às vezes, até ele não notava as mentiras dela. O que significava que ou ela estava se tornando uma excelente mentirosa ou que Lin estava acreditando nas próprias calúnias. A segunda opção era realmente ruim.

Loki e ela nunca seriam os mocinhos de um conto de fadas, eles não são bons e nunca há final feliz para os vilões. São os monstros de quem as pessoas têm medo, ambos têm uma natureza maligna que os puxa para o caminho do mal mesmo quando tentam seguir o bem. Ninguém nunca os amaria se soubessem da fera que eles guardam no interior de suas almas, todos os deixariam outra vez de lado, vivendo eternamente na sombra de algum herói. Não estarão mais solitários no mundo enquanto estiverem juntos.

O problema maior era que talvez somente Loki se encaixasse nessas categorias. Sim, o jotun já havia levantado essa hipótese, ele não era nem um pouco cego, não foi difícil notar que a Stark se sentia bem de verdade com os novos amigos. Ele via o carinho que ela dirigia a Peter e a Morgan, a atenção especial que Pepper sempre ganhava, o interesse que Thor e Bruce despertavam, até a amizade que Rhodes e Clint conquistavam. Talvez o lugar dela fosse mesmo com aquelas pessoas, mas Loki era egoísta demais para admitir isso. Ele sempre hesitava quando a ideia de voltar a ficar sozinho surgia.

No momento o jotun se encontrava vagueando pelas ruas da cidade mais próxima da mansão Stark, levava uma sacola de compras na mão e estava um tanto perdido, não que ele fosse admitir isso para alguém. Haviam certos ingredientes raros em Asgard que alguns de seus feitiços precisavam e que Midgard tinha de sobra, por isso vagueava entre os humanos em busca destas tais especiarias. Ou talvez era porque também estava entediado. Lin estava se dedicando muito a construção da armadura da Garota de Ferro, não saia do laboratório para praticamente nada e sua companhia apenas a distraia. Em resumo, estava a atrapalhando. Não que a humana houvesse reclamado, mas ela quase explodiu toda a construção por ter usado o composto errado enquanto conversava animadamente com o príncipe, sorte que Sexta-Feira a avisou. 

Depois disso Loki preferiu deixa-la sozinha com suas maquinas. Tudo bem que isso foi a seis dias, mas ele não acreditava que sua ausência a incomodava completamente, ambos possuíam uma ligação forte demais, sabiam a exata distancia em que estavam um do outro e as vezes até conseguiam sentir o que o outro estava sentindo.

Pepper havia feito um cartão de credito sem limites para a Stark e era exatamente aquele pedaço de plástico que agora ele usava para pagar o que tivesse interesse em comprar. Essas invenções humanas eram curiosas: um cartão que o permitiria comprar toda a cidade, literalmente, se quisesse. Nunca os entenderia.

Foi então que, enquanto passava por um parque isolado, "faíscas" rodearam seus pés em um círculo perfeito no chão, as mesmas curiosas faíscas que fizeram com que despencasse por trinta minutos seguidos quando veio ao lado de Thor buscar Odin na Terra em um de seus passados confusos. Assim como esperava que acontecesse, o solo abaixo de seus pés desapareceu e só por já estar prevenido conseguiu aterrissar no local em que surgiu sem sofrer nem um tipo de dano.

Seja lá onde estivesse agora não era um lugar de tudo ruim, de certa forma até despertava um grande interesse em Loki. Haviam dezenas de livros antigos ao redor, assim como artefatos místicos na qual alguns até lhe eram muito familiares.

Loki - A Profecia Do InfinitoWhere stories live. Discover now