Jimin correu o mais rápido que conseguia. Pulou a pequena cerca que limitava a propriedade, indo em direção a mata que começava nos fundos. Agradeceu por morarem em uma das extremidades da vila. As árvores atrapalhariam ela a correr e ele teria uma vantagem para sobreviver.

Ele não a culpava. Sabia que aquela não era mais a sua mãe. Ele havia feito o possível, mas não havia uma cura e ela estava condenada no final de tudo. Conseguia ouvir os gritos diminuindo, mas não parou de correr para ver se ela tinha desistido.

Não tinha para onde correr. As pessoas estavam ficando mais hostis e poucos eram saudáveis. Voltar não era uma opção. Ele então pensou em fugir para uma aldeia vizinha, talvez conseguisse abrigo e ajuda e caso não conseguisse, iria dar um fim definitivo em sua vida.

Não sabia para onde estava indo ou se naquela direção pararia em algum lugar. Não tinha notícias de como estava as outras aldeias. Não sabia como estava a situação lá. Também não sabia muito bem onde ficava, nunca havia saído de sua pequena vila e estava apavorado com a ideia de estar atravessando a floresta sozinho. Era um lugar perigoso e escuro, que poderia esconder muitas coisas.

Corria por entre as árvores com toda a velocidade que ainda restava. Suas pernas doíam e a qualquer segundo sentia que suas forças acabariam. A lua brilhava no céu iluminando o caminho. Apenas o barulho das folhas secas se fazia presente e o susto do menino ao ouvir um uivo alto ao seu lado foi tanto que tropeçou na raiz de uma árvore.

Jimin encarava o meio das árvores à procura do animal que soltou o barulho. Sabia que tinha animais na floresta, mas esperava conseguir chegar ao outro lado sem encontrar com nenhum. Doce ilusão.

Ao ver os olhos azuis e assustadores lhe fitando, a pelagem branca, os dentes afiados e os rosnados altos, apenas se entregou. Se deixou cair de joelho no meio das folhas secas, sabia que sua hora havia chegado.

Não tinha mais um motivo para viver.

Não faria mais sentido continuar tentando, em seu ponto de vista. Aquela era sem sombra de dúvidas a melhor alternativa. Não iria lutar por algo sem sentido e muito menos queria morrer pela praga. Sem sofrimento ou remorso. Não estava deixando nada para trás, de fato ele queria aquilo.

O animal o cercava, um tanto quanto desconfiado com a desistência e então rosnou alto, raspando as garras nas folhas mortas, como se o instigasse a agir, mas Jimin não fez nada.

O lobo iria atacar a qualquer momento e ele só implorava mentalmente que fosse o mais rápido possível. Fechou os olhos com força quando acreditou que o animal finalmente iria atender seu pedido, mas sentiu mãos o puxando com força para cima.

Estava basicamente sendo arrastado, sendo forçado a correr por um caminho que não conhecia. Abriu os olhos rapidamente para observar o que ou quem estava o levando e se surpreendeu ao ver cabelos negros e costas largas.

— Quem é você? O que está fazendo? — perguntou em um tom baixo, assustado e ofegante. — Onde está o lobo? — Olhou ao redor, mas já estavam longe e o animal não os seguia.

— Calado! — o homem, que não parecia ser muito mais velho do que Jimin, disse com a voz firme e rouca fazendo o menino estremecer.

Ambos correram por alguns minutos. Jimin sentia seu pulmão ardendo, mas aquilo parecia ser comum para o outro.

— Qual o seu nome? — Jimin tentou novamente quando pararam de correr, mas o outro nem ao menos o encarava. Parecia furioso por algum motivo.

— Eu mandei você ficar quieto.

O menino não tentou novamente. O outro parecia irritado e não queria piorar tudo. Era grato pela ajuda e o homem de cabelos negros parecia saber para onde estava indo. Não se atreveria a falar novamente.

Depois de algum tempo de caminhada em silêncio pôde avistar uma grande construção de pedras cheia de musgo, que mais parecia uma pequena cabana abandonada no meio do nada.

O moreno bateu na porta grossa de madeira e logo se virou para observar o loiro de perto, abriu a boca para dizer algo, mas a porta foi aberta por um menino alto de cabelos castanhos escuros e olhos curiosos.

— Você demorou, ficamos preocupados — o menino reclamou puxando o moreno, mas seus olhos pararam no pequeno menino loiro que, encolhido, a encarava curioso. — Quem é esse? — Perguntou, fechando a porta após todos estarem dentro do casebre. — Ele está contaminado? — Analisou o menino com um olhar crítico procurando por qualquer detalhe que pudesse estar errado.

— Eu não sei. Ele estava na floresta e acabei o encontrando. — O homem explicou.

— Jungkook. Que bom que voltou — Uma terceira pessoa desconhecida por Jimin apareceu no cômodo. Um homem de altura mediana, com uma postura firme e um olhar amigável. — Fiquei preocupado. — Abraçou o moreno com força. Pareciam íntimos. Talvez fossem uma família. — Céus. Já fazia dias. — Se afastou observando o rosto do moreno. — Teve problemas lá fora? Algum infectado? Conseguiu o extrato? — Perguntou de uma vez. Estava afoito e ansioso por algo.

— Não tive muitos problemas, Paim — Seu tom estava cansado. — E eu teria conseguido mais extrato se ele não tivesse me atrapalhado. — Exclamou sem paciência indicando com a cabeça o loiro, que continuava em silêncio.

— Deus! — O olhar de Paim era assustado, como se só agora tivesse notado o visitante. — Você está bem? — Perguntou se aproximando de Jimin com um olhar preocupado. — Você parece abatido e cansado. Quer descansar? — Jimin encarava todas as perguntas, mas seu cérebro estava focado na mesa atrás do desconhecido, cheia de substâncias e ferramentas estranhas.

"Quem eram aquelas pessoas?" pensou.

— Onde eu estou? — perguntou baixinho. — Quem são vocês?

— Você está no meu laboratório e somos as pessoas que estão procurando uma cura. 


Os sobrenomes são importantes para vocês identificarem os personagens, nas futuras historias, quando menções ou eles aparecerem. 

SOBRENOME DOS PERSONAGENS:  

PARK JIMIN VILLIN

JEON JUNGKOOK GRIFFIN 

KIM SEOKJIN PAIM 

KIM TAEHYUNG GRIFFIN 

JUNG HOSEOK MADSON 

KIM NAMJOON MARSHAL 

MIN YOONGI RIVER 

A Origem ABO - Jikook | LIVRO 2 | MY ABO UNIVERSEWhere stories live. Discover now