The story never ends

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— Saiba que eu não senti saudades, Bogum. — Jeongguk soou completamente amargurado, enquanto Taehyung e Sohye se aproximavam de ambos com feições preocupadas e azedas. Bogum nunca seria bem visto.

— Papai, quem é ele? — Junhyuk perguntou com a voz baixinha, como se contasse um segredo ao moreno, que apenas respirou fundo e juntou as sobrancelhas enquanto mantinha a postura firme e olhava o alfa sem vacilar.

— É apenas um homem qualquer, amor. — as palavras do mais novo atingiram Bogum ao nível de fazer o olhar afiado vacilar em segundos, perdendo aquele brilho sorrateiro que sempre adornava as orbes do Park.

Ele nunca admitiria ao Jeon, mas ouvir aquilo e ver então o desenteresse do garotinho em relação a si o machucou silenciosamente.

— Jeongguk, eu...

— Não precisamos escutar mais nada. Essa conversa já está durando mais do que deveria.

— Eu só queria saber como vocês estão.

Jeon soltou um riso sem qualquer graça e então entregou o filho ao Kim, que segurou o pequeno com possessão, vendo o quão mexido Bogum ficou com aquela situação toda.

— Depois que você foi embora, eu consegui dar um jeito. Eu sempre dei um jeito, Bogum. E hoje eu estou bem, nós estamos bem e superamos você. Então obrigada por sua falsa ou tardia preocupação, mas isso aqui — apontou várias vezes de si para Bogum e de Bogum para Junhyuk — nunca mais vai acontecer. Então adeus.

Taehyung e Sohye deram as costas e Bogum pôde ver uma última vez o olhar iluminado de Junhyuk passar de si para se prender completamente ao outro alfa, que o tinha como seu verdadeiro pai. O que ficou ao lado de Jeongguk desde início e criou o alfinha como seu rebento, mesmo que não compartilhassem o mesmo sangue. E fora inevitável não sentir uma pontada de ciúmes e inveja o atingir.

Aquela poderia ser a sua vida. Ele poderia ter aquele olhar de admiração voltado somente para si. Porém, sabia reconhecer que não merecia o amor que Junhyuk tinha por Taehyung.

— Eu só queria dizer que eu sinto muito por tudo que eu fiz a vocês, Jeongguk — em quatro anos, muitas coisas mudaram. Inclusive a cabeça de Park Bogum, que vivendo todos esses anos sozinho, aprendeu a conviver com o arrependimento e a se culpar pela falta de maturidade de anos atrás. Agora já era tarde demais para querer recuperar seu posto e ter seu ômega e seu filho; eles já pertenciam a outra família e a outro alfa. E a culpa era sua por ter deixado tudo aquilo escorregar de seus dedos em um piscar de olhos. — Eu apenas posso te desejar parabéns pela família. O pequeno cresceu e sei que tem o melhor pai do mundo ao lado dele.

Jeongguk viu naquele instante o quão abalado o Park estava e soube que as palavras dele eram verdadeiras, eram sinceras e de fato o alfa estava lidando com as consequências de suas escolhas. Entretanto, aquela era a vida e nada poderia fazer, seus sentimentos quanto a ele ainda eram ruins e por mais que Bogum tenha demonstrado pela primeira em sua vida compaixão ao filho, nada poderia mudar o que anos atrás ele fez. Bogum estava colhendo o que plantou e deveria seguir em frente com sua nova vida. Junhyuk não tinha mais espaço para tê-lo na sua; pelo menos, não naquele momento.

— Eu espero com todo o meu coração que você se torne alguém melhor, Bogum. Junhyuk graças a Deus não puxou sua falta de caráter e ele tem o melhor de nós dois. Ele foi a melhor coisa que me aconteceu. — e então Jeongguk viu o olhar de Park Bogum brilhar, mas de vulnerabilidade e o ômega viu a primeira lágrima escorrer no rosto alheio, sendo seguida por outras sem fim. Então era aquilo. Aquele era o momento em que se resolvia com o fantasma de seu passado e via que tudo nessa vida tinha um preço. E estava feliz por ter escolhido o caminho certo. — Sinceramente, eu espero que você se torne um bom homem e que não faça as mesmas merdas de antes. Eu sei que você pode se tornar um homem melhor se deixar o ego para trás. 

Don't leave me | taekook Where stories live. Discover now