"Maybe A Love Story ".

~7~

Alec Mazon...
  
   O tempo está nublado ,o que significa que muitas pessoas estão em casa por medo de pegar chuva. São quase oito e meia , e estou andando pelas ruas de Jesstick , tentando respirar um pouco do ar poluido da cidade, estou com um moletom preto e uma camiseta cinza . Coloco as mãos no bolso e ando mais devagar .
   Algumas poucas pessoas passam por mim na rua , apesar de ter morado aqui minha vida inteira, quase ninguém me conhece. Nunca fui muito de sair de casa .
  Sinto algo cair na minha  cabeça,  olho para cima... está começando a chover. Eu estou longe do apartamento acho que é mais facil eu achar algum lugar aberto . A chuva começa a engrossar . Olho no fim da rua , tem uma loja com a fachada escrito "Dream" , não consigo ver direito mas acho que está com a placa de fechado ,apesar disso a luz está acessa.  A chuva está mais forte.  Passo a mão no rosto que está molhado.  Eu não tenho muita opção... começo a correr.

Liel Gastesy ...

   A cerca de uma hora o Derek veio buscar o Liam,  até que eu simpatizei com ele ,  o suficiente para ficar tranquilo que ele vai cuidar bem do Liam hoje , não que ele precise que alguém cuide dele... Enfim, pouco depois que eles sairam ,começou a chover . O movimento foi caindo, ja que as pessoas que saiam do trabalho só queria fugir da chuva e chegar em casa logo... então, eu virei a placa de fechado e estou limpando tudo. 
   Termino de limpar as mesas e vou levando os copos para o balcão,  quando escuto alguém bater na porta . Olho para trás,  e vejo um homem , como o vidro está embaçado não consigo identificar de quem se trata.
- Espera ai - grito.
   Deixo as coisas no balcão e tiro a chave do avental enquanto corro até a porta . Abro a mesma .
- Entra-  puxo a pessoa para dentro ... ele estava muito molhado , as roupas estavam molhadas... subo o olhar... não pode ser . - Você  de novo?
   Não acredito... meu vizinho/idiota da livraria, está olhando para mim tão surpreso quanto eu.
- Não é possivel - ele coloca a mão na cara e tira o cabelo molhado do rosto . Puxa a porta , uma ventania entra na Dream ... otimo agora está caindo uma tempestade com direito a relâmpagos . - Eu não vou te atrapalhar... - ele vai sair quando seguro seu braço e fecho a porta ,girando a chave a trancando .
  Olho para ele.
- Eu não vou deixar você sair com essa chuva . - respiro fundo - Eu vou lá dentro.... acho que tenho uma camiseta  aqui... você veste ela .... pode ser ?
   Ele assente.
- Ok. Fica  ai .... acho que tem uma toalha também,  só não vou ter uma calça. 
- Está bom só a camisa. - ele diz com sua voz rouca ,pela primeira vez sem ser de forma ríspida.
  Assinto. 
  Ando até os armarios lá atrás, pego uma camisa minha do Linkin Park,  e uma toalha.  Volto e entrego para ele.
- Pode entrar com o sapato . Tem um banheiro lá no fundo,  troca a camiseta....
   Ele assente e passa por mim .
  Serio ....? Nenhum obrigado?... ok...
  Não posso acreditar nisso ... respiro fundo ,ando até o balcão jogo os copos na sacola de lixo e vou limpar as maquinas quando ele passa por mim.  A blusa ficou boa nele .
- Pelo visto serviu .
- É não está desconfortável. 
   Ficamos parados olhando para a cara um do outro, sabe quando fica aquele silêncio constrangedor ,e ninguém sabe o que falar ? Pois é...
  Ele olha para fora.
- a.... chuva não parou ainda .
- Não... está pior... - limpo a garganta-  pode se sentar ai ... quando a chuva parar pode ir para casa.
   Ele senta em uma cadeira e se apoia no balcão. 
- Quer tomar algo ?
- pode ser um cappuccino ?
   Assinto. 
- É bom tomar alguma coisa quente quando tomamos chuva-  começo a pegar as coisas e colocar na maquina - Ajuda para não termos nenhum tipo de gripe ou mal estar depois.
- É...
   Termino de fazer dois cappuccino.  Tiro o avental e penduro no corredor. Dou a volta e sento do lado dele . Acho que posso limpar a maquina amanhã cedo... eu limpei antes dos últimos clientes terem chegado , não está muito suja .
- Aqui - estico um até ele .
  Ele coloca a mão no bolso.
- Quanto fica ?
- Pode ficar... o expediente já acabou mesmo ...
  Ele assente e toma um pouco.
- Então ... posso saber seu nome ?
  Ele olha para mim.
- Meu nome ?
- É... é bom começar daí.
- Tem razão ... Alec Mazon.
- Liel Gastesy... - ele bate os dedos no balcão e olha para os lados.  - Acho que não começamos muito bem não é?
- Não... talvez pela sua petulância... - Quando ia debater ele volta a falar - ou pela minha ... Acho que o que você disse na livraria estava certo,  eu que não queria enxergar-  ele solta o ar fundo ... como se dizer isso fosse algo muito difícil para ele.
  Arrumo meus óculos que estavam quase caindo.
- Você... é muito fã do Ciel ?
  Ele parece meio confuso, como se estivesse pensando na coisa certa a se responder. 
- Não é bem isso ...
- Eu gosto dos livros do Ciel sabe... sempre acho os romances perfeitos.
- Mas sempre é cheio de problemas...- ele diz.
- Por isso que é perfeito-  ele me encara confuso. - ele não romantiza tudo,  ele trabalha com a realidade por assim dizer ,não é porque o protagonista achou um amor que todos os problemas da vida vão se resolver ... como em um passe de magica. Todos ou a maioria dos outros livros,  esquecem os problemas quando o casal fica junto ... isso não é real ...  Ler os livros do Ciel ... me dá esperança-  sorrio e o encaro.
   Os olhos cor de mel dele estavam presos no meu .
- Como um livro te dá esperança?.. não é nenhum livro de auto-ajuda.
- Não... mas mostra que está tudo bem sabe, eu ter problemas... tudo bem eu ser do jeito que sou é tipo...
- É tipo mostrar que não importa o quão fodido você seja , alguém na droga desse mundo vai te amar ... alguém.... vai ter a habilidade de aceitar você,  do seu jeito... com os erros e acertos... com toda a bagunça ... que parece ser complicada demais para resolver.
  Olho para ele ... eu não sei o que falar... é como se....

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   " Quem tentar possuir uma flor,  verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo , permanecerá para sempre  com ela . Você nunca será minha e por isso terei você para sempre".
                        - Paulo Coelho.