— Como você sabe? — Mas respondi sua pergunta com outra e eu sabia que ela entenderia que eu não gostaria de falar sobre isso. 

— Cheiro de cigarro barato na sua roupa e a sua mãe me ligou! — Automaticamente senti o cheiro dos meus cabelos e percebi que eu realmente estava cheirando a álcool e a cigarro. Dei um sorriso amarelo a ela. — Você deve estar de ressaca, né? — Ela se esticou no sofá e serviu um copo com um pouco de Whisky. — Tome isso! — O peguei e bebi em um só gole. 

— Me desculpe! — Quando senti o ardor pela minha garganta pedi desculpas não a ela, mas para mim mesma. 

— Não precisa se desculpar, vamos focar no agora, certo? — Ela pediu para eu me sentar ao seu lado, mas eu neguei isso. Não estava me sentindo confortável para isso. 

— Posso tomar um banho? — Não queria que minha mãe ou minha irmã mais nova me vissem daquela forma. Não queria ter feito algumas coisas na noite passada. 

— Claro, pode ficar a vontade ao abrir meu guarda roupas! — Ela indicou para eu subir e me virar, já que estava bem acostumada a fazer isso. 

...

— Tia Demi! — Ben me abraçou por trás enquanto eu prendia o meu cabelo que estava um pouco abaixo do meu ombro. Estava molhado, mas de alguma forma me incomodava deixa-lo solta para secar. 

— Olá Ben! — O cumprimentei e pude ver o quanto ele havia mudado desde a última vez que nos vimos. Ele era muito parecido com Selena. — Estava com saudades! — Baguncei o cabelo dele e ele sorriu em forma positiva.

—  O Peter veio com você? — Neguei e ele fiz biquinho. 

— Não, ele está na casa do papai dele. — Ben era um garotinho mimado, mas muito educado e carinhoso. 

— Ah, que pena! Ele é tão legal! — Talvez para mim fosse reconfortante saber que meu pequeno tinha amigos e que alguém achava ele legal.

— Você pode ir em casa quando quiser brincar com ele! — Ele concordou com a cabeça com muita animação. — Vamos descer? — Estendi a mão para ele que a agarrou bem. Talvez Selena pensasse duas vezes antes de leva-lo em minha casa.

— Mamãe, a tia Demi está aqui também. — Ele me levou até a cozinha onde as duas estavam conversando. 

— Olá Demi! — Ela me estendeu a mão de longe e eu a apanhei me aproximando. Queria poder abraça-la, mas com todos os rumores não me esforcei para isso. — Ben, será que podemos conversar sozinhas? — Troquei olhares com Marissa que estava tão perdida quanto eu. 

— Ah, mamãe! — Ele reclamou mas ela lhe lançou um olhar que até mesmo eu fiquei com medo. Logo o garoto saiu.

— Eu soube o que aconteceu com sua menina, acho impossível não saber. — Ela não me encarou alisando a boca de sua xícara. — Estou surpresa com sua presença aqui! — Agora sim os seus olhos me penetravam. 

— É justamente por isso que estou aqui! — Falei baixo sem auto domínio sobre mim. Porém queria gritar. Pedir ajuda. Chorar. Mas ao invés disso engoli o seco e sorri. Talvez fosse mais fácil do que explicar. 

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