Império (Malec)

Capítulo 5: Trégua

Depois de deixar sua noiva em casa, Alec pegou o carro e ficou dirigindo sem rumo pelas ruas de Nova Orleans.

A inauguração da nova galeria havia sido um sucesso felizmente, Alec estava exausto, mas não queria voltar para casa. Ainda não.

Parte da sua exaustão era psicológica. Era muita coisa para administrar, ele estava precisando de férias.

Se o seu pai ou Jace soubesse que ele estava cansado eles ririam dele, o chamariam de fraco. Pessoas como eles não tiravam férias, o mundo do crime nunca para, sempre tem algo novo para administrar, sempre um novo negócio para fechar ou um inimigo novo querendo a cabeça dos Lightwood’s, e apesar de estar envolvido cada vez menos com os negócios da família, ele ainda fazia parte e ainda ajudava o pai, por insistência do próprio, como podia.

Alec estava perfeitamente ciente de como seu pai ficaria bravo com o que ele havia feito, mas ele não ligava, diferente de Jace ele não era um robô que andava conforme o pai mandava.

Alec gostava de se sentir livre, gostava de ser independente e principalmente, gostava de tomar suas próprias decisões independente se seu pai fosse gostar ou não.

Quando percebeu ele já estava em frente a uma praia. Olhou em volta e viu que estava vazio, e pensou, por que não? Ele não estava nem um pouco a fim de ouvir seu pai falando sem parar pelo que havia feito com seu irmão.

Poderia comprar uma casa e morar sozinho ou até mesmo com a noiva, mas enquanto ele não casasse, continuaria com a família pelos seus irmãos menores.

Tirou os sapatos, o blazer que estava vestido e jogou-os no banco de trás antes de sair do carro e começar a andar pela praia.

A areia macia tocando seus pés e o vento, não muito frio, assoprando no seu rosto lhe deu uma rara sensação de paz.

Se sentou perto do mar e ficou observando-o. Alec não saberia dizer quanto tempo fazia que ele não tirava um tempo pra si mesmo, ficar sozinho, sem preocupações, obrigações, balas ou o que quer que fosse.

Eram poucas as vezes em que ele saia, tentava dividir o tempo entre trabalhar na galeria, ajudar o pai com os negócios e treinar. Dava graças a deus por já ter terminado a faculdade, porque se tivesse que estudar também estaria perdido.

Dentre todas essas coisas ele também tentava ser presente o máximo possível na vida da irmã, além de dar atenção a sua noiva.

Estava relaxado sentado na areia quando sentiu uma presença. Alec não estava mais sozinho, ele sabia perfeitamente o que fazer.

Pegou a arma em um movimento absurdamente rápido e apontou para quem quer que fosse.

Revirou os olhos quando viu o asiático debochado na sua frente com um sorrisinho indecente nos lábios. Magnus não estava o apontando uma arma, mas mesmo assim Alexander não abaixou a sua, não o conhecia e muito menos confiava nele.

-Estou aqui em paz..-Falou colocando as mãos pra cima. -Qual é, Alexander, você quer que eu balance uma bandeira branca? -Falou rindo, mas Alec continou sério, porém abaixou a arma e voltou a se sentar. Segundos depois Magnus sentou do seu lado.

-Então quer dizer que a guerra das nossas famílias acabou? -Alec perguntou olhando para o mar, vendo as ondas batendo e tentando se concentrar nelas e não no cheiro maravilhoso que vinha do seu inimigo.

-Claro que não, depois que sairmos daqui eu vou te matar. -Falou e foi a primeira vez que Alec riu. Foi um risinho discreto, assim como ele era, mas Magnus percebeu.

-Isso se eu não matar você primeiro, Bane. -Alec falou com a voz grave.

Magnus não podia negar que a voz dele era sexy demais.