III

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Me assusto, com um som de algo sendo arranhado. Pensei ser minha vó, então depois de coçar os olhos percebi que vinha do lado de fora, olhei no relógio, já era uma hora da manhã, estava frio e não queria sair de debaixo das cobertas. O barulho continuou como se tivessem raspando a parede, levantei relutante e fui até a sala, uma vela no centro da mesa iluminava o ambiente. Pensei em olhar pela viseira da porta, mas chamaria muita atenção, então fui até a janela ao lado da porta, me abaixei levantei um pouco a cortina e fiquei espiando, mas estava tudo deserto, desci e quando olhei novamente, uma mulher andava lentamente pela rua, mas tinha um problema, ela estava nua, era maluca ou eu estava sonhando? Esfreguei os olhos, mas ela ainda estava lá, era loira e pele muito pálida, corpo esguio com um aspecto sujo, olhando atentamente, os seus dedos da mão estavam negros. Então ela empacou, como se uma parede invisível estivesse na sua frente, nesse estante eu me encolhi no chão com o coração acelerado, imaginando que ela tinha me notado, mas então ouvi som de pegadas perto da porta, me fazendo ter certeza. Esperei uns segundos estava um total silencio, fui rastejando para o quarto. Entrei debaixo das cobertas e rezei muito, fosse sonho ou não, eu queria esquecer e ao mesmo tempo não...

                                                                   
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Vila CarmesimOù les histoires vivent. Découvrez maintenant