Contra as leis do amor

Trinta e dois

- Então é feliz comigo? - Brandon sorri mordaz encarando o mar.

Quando nossos olhos se cruzam, torço os lábios buscando uma resposta. Ou uma alternativa para fugir de sua questão da qual eu mesma provoquei.

Neste instante, me sirvo com um canapé.

- Vai ignorar minha pergunta?

- Deixe que o tempo responda por mim.

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A água abstergida e azul colide com meu corpo, relaxando todos os músculos tensos possíveis.

Fecho os olhos e prendo os fios de cabelo num coque.

Me sinto uma celebridade tomando vinho numa jacuzzi, sem preocupações em ser flagrada ou qualquer coisa do tipo. Ainda mais quando consigo ouvir apenas o som da leve garoa se chocando contra as folhas das árvores e do solo.

Só me faltou tocar minha playlist do Spotify para que tudo sumisse de vez.

Acho que encontrei paz espiritual uma vez na vida.

- É sério que não ia me chamar?

Com um sorriso honesto nos lábios, nem mesmo me viro para respondê-lo.

Como depois de tanto tempo grudados um ao outro ainda sinto que sua voz tem um efeito terrivelmente arrebatador em mim?

- Posso pelo menos me servir com esse vinho? - ele se senta ao lado, com um taça na mão.

Balaço a cabeça em sinal positivo.

Brandon passa a fixar seus olhos escuros em mim, como se eu fosse de outro mundo. Melhor, como... A primeira vez que ele me viu em Prince Hills.

- Para. - Dou um leve tapa em seu ombro.

- Com o quê?

- Não quero que me olhe assim.

Ele cai em uma risada que se eu pudesse, gravava para ouvir milhares de vezes quando quisesse.

- Achei que já estivesse acostumada.

- É difícil se acostumar com você, Brandon.

- Por quê?

Viajo dentre todos os nossos momentos juntos até chegar onde estamos.

Um filme curto dedicado a Phillips e Campbell.

- É a nossa primeira vez no amor, Brandon. Na mesma quantia que nos dá prazer, nos machuca.

Ele fica em silêncio.

Dá para imaginar o peso dessas palavras da qual carregamos dia pós dia? Não é simples e nunca será. Um imenso labirinto que se refaz quando nos aproximamos da saída.

Brandon tira sua camisa e entra na jacuzzi.

Dividimos o pequeno espaço sem nem mesmo olhar para a cara um do outro.

Não quero imaginar o que se passa em sua cabeça.

De repente sinto meus pés sendo puxados para si, e vejo que é ele quem o faz. Sem um piscar nem palavras frívolas, Brandon e eu nos rendemos a um beijo ardente que apresenta mais do que o desejo carnal.

É o desejo de termos um ao outro.

Eu poderia beijar centenas de pessoas tal como ele poderia o fazer, mas nunca nos encaixaríamos da maneira em como nos damos agora.

Ágil, ele rapidamente desamarra a parte de cima do meu biquíni.

E eu o permito a fazer o que quiser.

Estou aqui, Brandon.

Nunca estive tão viva quanto agora. Juro pelos deuses que existem, nada me mataria além de esperar por esse momento. Quantas vezes não pintei esse quadro? Quantas vezes não me preparei psicologicamente para isso?

Brandon é o único que quero.

O único que irei além das estrelas e tenho certeza disso, eu sinto.

- Eu preciso de você - ele diz em um tom baixíssimo, enquanto passeia pelo meu corpo em seu colo.

Seus dedos são promissores. Eles vão até onde quero, e com destreza, dançam dentro de mim.

Fecho os olhos e gemo baixo, então ele morde meu lábio inferior.

O que me deixa além dos meus limites com uma terrível libido é sua ereção da qual agora brinco feito criança. Rígido, apenas esperando acesso para invadir o que mais procura.

“Eu só quero ver você dançar em
câmera lenta

Então pequena, deixe seu cabelo para trás, tome um gole

Enquanto eu vou e ponho a língua em você

E eu vou acelerar isso pra você em apenas um segundo”.

Vou gritar seu nome até morrer.

E vou arrancar os lençóis brancos quando minhas unhas cravarem-se neles.

Que este pecado nunca seja perdoado.

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NA:

Tentei dar um gostinho a vocês, pelo menos para que sintam a vibe dos dois.

Já passando para desejar um feliz 2020 a todos vocês! E que venham mais surpresinhas...