To The BlackPink

Capítulo Um

- E aí, Lary?

- Bom, segundo meus cálculos binários totalmente irrefutáveis, esse dinheiro não daria "malemá" as passagens. - Disse Laryssa desviando o olhar do notebook em seu colo para suas duas melhores amigas deitadas em sua cama.

- POXA DEUS, É PEDIR DEMAIS PRA QUE ALGUMA COISA DÊ CERTO NA MINHA VIDA?! - berrou Jennifer dramaticamente.

- É, amada. - Rosa engrossou a voz para responder.

Jennifer em meio a risadas falou:

- Ai besta! Mas é sério, a gente já  tá trabalhando naquele bar a três anos, virando noites pra conseguir se mandar pra Coreia e cada vez mais parece mais distante...

- Ah... Foda... - as três suspiraram em conjunto.

- Aliás... falando no bar temos que ir correndo pra lá, estamos atrasadas! - alertou Laryssa olhando para seu relógio de pulso.

E sem dizer mais nada as três correram pra se arrumar.

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Já era perto de umas oito e meia da noite, Jennifer bocejava de tédio enquanto observava Laryssa servir uma mesa, e não demorara muito para Rosa juntar-se à ela.

As duas estavam tão distraídas que levaram um susto ao ouvir os repentinos berros vindos dos fundos, Rosa e Jennifer que não eram nada curiosas foram lá bisbilhotar.

Rosa encostou-se na porta de madeira tentando ouvir.

- O que que ele tá falando? - sussurrou Jennifer.

- Espere... Não consigo ouvir direito...

Repentinamente a porta foi aberta fazendo com que as duas entrassem com tudo na pequena sala.

O proprietário contrariado olhou as duas e perguntou:

- O que vocês estavam fazendo?

Rosa com o maior cinismo do mundo respondeu:

- Senhor Pedro... Nós duas, essas belíssimas trabalhadoras do proletariado, estávamos apenas preocupadissimas com o senhor! O que passas, meu querido chefe?

Ele bufou e enfim falou:

- O desgraçado do cantor que contratei acabou de furar pelo telefone, hoje é sexta feira, sem algum entretenimento esse bar vai ficar um cáos!

- Ninguém mandou você fazer todo esse estardalhaço por causa daquele cantor! E agora? - Jennifer indagou.

- "E agora?" Hah, agora me resta agradecer o tempo que passamos juntos, meninas.

De repente Rosa puxou Jennifer pelo colarinho do uniforme para um canto e sussurrou:

- Está pensando o mesmo que eu?! É a nossa chance de mostrar para alguém o nosso talento!

- Rosa, o pessoal que frequenta esse bar não gosta de kpop, sua doida!

A garota afagou os cabelos da menor e disse:

- Bom, é o que temos, mesmo que tenhamos que cantar Calcinha Preta... Bom o que temos à perder?

Jennifer ponderou, e realmente, não treinou coreografias sua adolescência inteira para negar uma oportunidade.

- Bom, então vê com a Lary que eu converso com o Seu Pedro.

- Seu Pedro...

- Sim, Jennifer?

- Tenho a solução para os seus problemas!

Ele coçou a cabeça.

- Você ganhou a Mega da virada?

- Quem me dera, mas... Não, eis sua solução. - Disse apontando para si mesma.

Pedro franziu as sobrancelhas como que não entendeu e cruzou os braços.

Jennifer então perdeu a pose e então pôs-se de joelhos e implorou:

- SEU PEDRO PELO AMOR DE DEUS, DEIXE EU E AS MENINAS NOS APRESENTARMOS NO LUGAR DO CANTOR!!

- E vocês lá sabem cantar, menina?

- Duh! É claro, senão não estaríamos nos candidatando, e lembrando... O relógio está quase no nove e o senhor sem nenhuma atração, vish...

Ele pensou por um tempo e depois de hesitar bastante, enfim finalmente cedeu:

- Ok...

Jennifer não se conteu e deu um abraço apertado no proprietário e depois saiu correndo para contar às amigas.

Rosa havia ido correndo para sua casa e pegou o que mais chegava perto de um figurino de apresentação.

Quando a insatisfação começou a reinar no salão, as três meninas se entreolharam e constataram: chegou a hora.

- Vamos lá!

Meio tímidas ela subiram ao palco e Laryssa explicou:

- Bom, quem estava na espera do cantor sinto muito, ele não pode comparecer, mas estamos aqui para subistitui-lo!

Rosa estava muito sorridente, bom, até um sem noção fazer suas sem noçãozisses.

- EAI, GOSTOSAS!

A garota franziu o cenho e não se aguentou:

- Amado?? Primeiramente, você tem idade pra ser nosso avô, então fica sussa aí! Segundamente, poupe os meus ouvidos meu anjo, que meu pé é melhor na minha bota do que no meio da tua cara!

O homem se encolheu na cadeira e Rosa com um sorriso satisfeito passou o microfone para Jennifer.

- Estamos abertas à sugestões de músicas!

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As horas corriam às pressas, a plateia ia à loucura com toda a empolgação e talento das meninas, que nessa altura da noite já estavam um pouco fora de si anunciaram:

- E para encerrar a noite, poderíamos apresentar uma música original nossa, se vocês quiserem, claro.

O público logo confirmou e empolgadas começaram.

Essa música fora composta pelas três amigas após um loooongo período de decepção amorosa de cada uma, só a melodia, arrepiava por inteiro cada uma das três, apesar de nunca conseguirem concluir direito essa música, esta canção partilhou toda a adolescência delas, e agora, estava sendo apreciada por outras pessoas além delas mesmas... a sensação era única e insubstituível, mesmo que estivessem se apresentando para no máximo cinquenta pessoas, isso não importava, esse era apenas um mero detalhe que não deixava esse momento ser menos perfeito.