Capítulo 22

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Após várias horas de planejamento, escolha de lanches e roupas adequadas Julia subiu para chamar Tiago. Havia madrugado para preparar tudo ela mesma, queria que fosse um dia perfeito, ele estava fazendo tanto por ela, queria agradecer e mostrar o quanto ele era importante em sua vida. Subiu animadamente as escadas e entrou no quarto já abrindo as cortinas das janelas.

- Acorda, dorminhoco! – ela falou sacudindo-o.

- Não! Só mais cinco minutinhos – ele gemeu puxando ela pelo braço e caindo sobre ele – Venha, vamos dormir mais um pouco.

- Preguiçoso! E o piquenique? – ela estava rindo com a manha dele – Já está tudo pronto, temos que nos apressar se quiser aproveitar o dia, está meio nublado é provável que tenhamos que voltar antes.

- Tá bom, sua chata! – ele disse soltando-a e levantando.

Se arrumaram, tomaram café da manhã e uma hora depois saíram. Usaram apenas um cavalo para que ela guiasse enquanto ele levava as coisas. Foi um passeio tranquilo e animado, o local era bem bonito e afastado de quase tudo. O silencio e a paz que a natureza traz é capaz de animar qualquer pessoa.

- Nossa! É bem mais bonito de perto – ele disse assim que desceram do cavalo.

- A mamãe conseguiu convencer o papai a construir pra gente, adorávamos explorar a fazenda então para nos deixar seguras ela pensou nisso – Julia estava nostálgica – Você pode deixar o trovão solto ele não vai muito longe é bem mansinho.

Entraram na casinha para explorar e se organizar, após trocarem de roupa e pegarem as coisas do piquenique seguiram a pé para o lago. Tiago pegou em sua mão e ela não protestou, estava um dia tão lindo iria aproveitar.

Caminharam um pouco, arrumaram o chão com as coisas do piquenique, Julia tinha caprichado na variedade de bolos, biscoitos e doces, juntando com a cesta e a toalha xadrez estava tudo perfeito. Depois de um tempo resolveram tomar um banho e fazer uma clássica guerrinha na agua entre gritos, gargalhadas e felicidade. Após isso trocaram de roupa e foram aproveitar o banquete.

- Tenho tantas lembranças daqui, consigo visualizar a Ana pulando no lago, a gente brincando de pega-pega correndo ao redor da arvore enquanto a mamãe gritava preocupada, o Juliano nos ensinando a cavalgar, o Max rabugento reclamando que o papai não iria gostar de meninas brincando como moleques – ela já estava com os olhos cheios de lágrimas.

- Como ela morreu? – ele perguntou curioso.

- Foi um acidente de carro, ela estava... ela... Desculpa, Tiago, mas não sei se consigo falar sobre isso ainda – ele a puxou imediatamente para seus braços.

- Desculpa eu sei que não gosta de falar dessas coisas – ele beijou sua cabeça – Vamos mudar de assunto. Me conte uma coisa boa.

- Esse dia. Tem sido de longe o melhor em um bom tempo – ela falou sincera – Eu gosto de você, Tiago. Eu nunca pensei que diria isso mas, obrigada por ter me perseguido.

- Nunca pensei que fosse ser agradecido por isso – eles começaram a gargalhar.

- Sério! Você agora me conhece bem melhor, minha família e tudo mais, acho que consegue entender o que eu quero dizer – ela falou olhando em seus olhos profundamente.

- Devo dizer que te conhecer foi a coisa mais extraordinária que aconteceu em meu ano, você me tirou do eixo, da zona de conforto, graças a você eu tô aqui de férias e sem minha mãe no meu pé – ele tentou fazer graça.

- Sua mãe é um amor. Com duas conservas você consegue super entender porque ela quer netos e como você é um filho ingrato – ela defendeu a "sogra" – Espero que você tenha uns dez filhos e realize o sonho dela.

- Vai ser difícil achar alguém a altura das expectativas da minha mãe – ele disse cansado.

- Realmente, tem que ser uma mulher perfeita – ela riu, mas se calou ao vê-lo sério.

- É... Perfeita – ele disse olhando em seus olhos e sem dar tempo para pensar ele a beijou.

Permaneceram um tempo assim até que uma gota d'água caiu cobre eles e depois outra e outra até se intensificar tornando numa chuva grossa. Eles recolheram as coisas às pressas e correram para dentro da casinha. Estavam encharcados e com frio. Minutos depois ouviu-se um trovão e Julia logo deu um pulo, morria de medo de tempestades.

- Aqui não tem energia, Tiago – ela disse amedrontada – Temos que voltar pra casa.

- Eu vou atrás do trovão e nós podemos ir – ele tentou sair, mas ela o segurou.

- Não adianta. Ele se chama trovão exatamente por esse motivo, morre de medo de barulho, já deve ter corrido há muito tempo de volta pra fazenda.

- Então vamos ter que nos arranjar por aqui – ele falou analisando a casa – É muito arriscado andar debaixo dessas arvores no meio de uma tempestade.

- Eu não gosto de tempestades – ela estava com medo e começava a tremer de frio.

- Vem! Vou te proteger, não precisa ter medo – ele a abraçou forte.

Quando ela se acalmou mais ele a deixou na cama e tentou organizar o que sobrou da comida, aproveitou para pegar o tecido de xadrez para cobri-la. Ligou a lanterna do celular, já que sem área servia apenas para isso e voltou para a cama onde ela estava encolhida.

- Espero que isso diminua o frio – ele disse colocando o tecido sobre ela – Ei, calma! Eu tô aqui.

- Me abraça! – ela pediu sussurrando.

- Julia, olha pra mim! – ele pegou seu rosto e a fez olhar em seus olhos – Eu vou cuidar de você, preciso que confie em mim. Você confia?

- Confio – ela disse sem pestanejar. Porque realmente se sentia segura ao seu lado.

Ficaram algum tempo se encarando até que Julia se acalmou mais e começou a sentir algo bem diferente. A conexão dos olhos deles, o toque, a respiração acelerada... E ignorando tudo, o barulho da chuva, os trovões, raios, o medo, a família difícil, o ex-noivo, a adoção, o namoro falso... eles se beijaram. Um beijo intenso e demorado que acabou desencadeando mais e mais emoções, em questão de minutos estavam atracados, com várias peças de roupa a menos.

Sabiam que isso não fazia parte do acordo, que não tinha ninguém observando e que não era necessário. Mas era tão bom... Que em um contrato silencioso resolveram ignorar a racionalidade e apenas se entregar ao que estavam sentindo.

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Oi, amores!!!

Tecnicamente quando estava postando isso ainda era sábado kkkkkkkk

Como vocês estão? Eu estou com sono, muuuuuuuuuuito sono kkkkkk

O que acharam do capítulo? Ahhh, vou logo deixando claro que não sou mulher de HOT kkkkk Leio vários, mas não sei escrever. Acho que isso tem que ser feito de uma forma beeeem delicada senão fica algo mecânico e sem graça. Então prefiro não escrever e deixar pra imaginação de vocês kkkkkkk 

Comentem o que acharam, votem, compartilhem, comentemmmmmmmm

Xero e até quarta S2

P.S. Criei realmente o grupo e estou adorando conhecer vocês, caso alguém queira entrar deixa aqui no comentário o número ou mande por mensagem pra mim para não mostrar o número.

De Repente Vizinhos - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora