Capítulo 3

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Passou o dia inteiro entre seus afazerem e planejando um encontro com os velhos amigos da escola que ainda tinha contato, numa balada, um barzinho talvez, tudo que ele precisava era sair e distrair um pouco. Ficar trancado em casa e tão focado no trabalho estava tornando-o um velho de vinte e sete anos.

Chegou em casa apressado se arrumou e seguiu ao encontro dos amigos, estava animado já que Otávio tinha retornado mais cedo da lua de mel e, depois de muitos anos, aceitou sair com sua antiga turma. Olhou pro telefone e encontrou 10 chamadas perdidas da sua mãe, sabia que tinha que passar lá, mas não hoje. Estava justamente fugindo de toda essa cobrança e pressão.

- Não acredito que o Tavinho está conosco novamente! – Cristian brincou ao ver seu antigo amigo.

- O bom irmão ao barzinho torna! – Otávio riu entrando na brincadeira – Se bem que na minha memória isso era bem mais agradável.

- Casou não tem um mês e já tá parecendo um senhor de idade – Tiago zombou do desconforto do amigo diante de tanta gente e barulho.

- Verdade, cara, você está tão mudado – Carlos disse tomando mais um gole da sua bebida – Como está a vida de casado?

- Está ótima. Nós meio que já estávamos acostumados com a vida juntos, mas confesso que a gravidez da Barbara tem sido um desafio, tivemos que voltar mais cedo da viagem por causa dos enjoos constantes dela. Mas acho que estamos nos saindo bem.

- Total senhor de setenta anos! – Tiago começou a rir.

- Pelo menos eu não tô obcecado pela minha vizinha, nem sendo cobrado por filhos, já que agora eu tenho três – Otávio rebateu a mangação.

- Eu não tô obcecado pela Julia e quem topou nesse assunto foi você e não eu – ele se defendeu – A pessoa não pode nem reclamar das coisas que o chateiam no dia a dia...

- Julia, é? Parece que temos um avanço – Cristian falou interessado – Ela é gostosa?

- Pior que é! – Tiago admitiu – Eu jurava que era uma velha dona de trinta gatos, mas ela é incrível, muita beleza pra pouco silencio.

- E o que você está esperando? Não é do seu perfil fazer o tímido – Carlos questionou.

- Verdade, cara. Parte pra cima! Engravida ela, realiza o sonho da sua mãe logo – Otávio começou a rir.

- Só porque você tem trezentos filhos não significa que todo mundo tem que ter. Eu não tenho interesse pela Julia, ela é minha vizinha e ficaria um clima super estranho depois, além do que não acho que conseguiria viver com o jeito bagunceiro e barulhento dela. E tem todo um clima estranho ao redor dela, melhor não mexer vai que é uma maluca!

- Eu estou realmente rodeado de senhores, o que aconteceu com meus amigos? – Cristian zombou.

Ficaram mais algumas horas rindo e lembrando de histórias antigas até que tiveram que retornar para suas casas, estavam realmente velhos, não tinham mais a disposição de encarar uma noitada e também tinham diversas obrigações para cumprir no dia seguinte. Tiago se jogou na cama e dormiu em seguida, hoje nenhum barulho, grito ou zumbido tiraria seu foco em dormir.

Acordou renovado, com o passar do tempo percebeu que beber demais nunca era uma boa opção quando se trabalharia no outro dia. Fez uma vitamina de banana e pegou sua pasta, estava com uma arte em sua mente para o refeitório de uma clínica e precisa colocar no papel urgentemente. Seguiu para o elevador e quando a porta estava se fechando viu um emaranhado de cabelos e diversas sacolas virem em sua direção.

- SEGURA PRA MIM! – ela gritou derrubando algumas sacolas.

Ele segurou o botou meio em dúvida se perdia a decida ou ajudava com as sacolas, quando estava prestes a ir ajuda-la viu que já tinha reunido tudo e seguiu até o elevador.

- Obrigada! – ela disse isso e não falou mais nada durante o trajeto.

Ele olhou de lado as vezes tentando entender o furacão que era a vizinha. Ela estava com um sobretudo bege que cobria todo o seu corpo, óculos escuros e os cabelos soltos, mal dava para ver um centímetro de pele sua. Porque será que ela se escondia tanto? Olhou para as sacolas, mas todas estavam fechadas e para ver melhor ele teria que olhar diretamente, o que ele não queria fazer para que não fosse pego no flagra. Se arrependeu amargamente de não ter dada uma olhada em sua correspondência quando pôde.

- Atrasada? – ele tentou puxar conversa. Assim teria uma desculpa para olhá-la.

- Hurum! – ela resmungou procurando alguma coisa na bolsa, a única que parecia normal para uma mulher normal e não suspeita usar.

O elevador se abriu e ela saiu como um furacão. Nada no mundo pararia aquela mulher, ela olhava para todos os lados enquanto caminhava. Era isso. Ela era uma terrorista, fugitiva da lei, alguma coisa que tenha que se esconder da justiça, só podia ser isso!

Ele entrou dentro do carro tentando tirar essa história maluca da cabeça e seguiu para o escritório. Não seria nem louco de se envolver com alguém assim. Ela era o resumo do ditado "Chave de cadeia" vai que ela envolve ele nas loucuras e vai parar na prisão também.

Tinha que ficar longe dela definitivamente.

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Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

E não é que estou uma escritora exemplar? kkkkkkk

Capítulo fresquinho para vocês com participação do nosso Otávio, que como vimos está no time da Marta querendo netos kkkkkkkkkkkkk

E ai o que acharam?? Me contem tudo!

Até terça! 

Xeeeero S2

De Repente Vizinhos - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora