06. Tenha coragem!

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Midoriya apenas assentiu em resposta.

•°O°•

Izuku tinha que admitir uma coisa: Todoroki era realmente bom em escolher lugares para possíveis encontros. O esverdeado não estava com as expectativas muito altas para aquele lugar, então se surpreendeu quando chegaram à cafeteria. O estabelecimento era realmente lindo, tanto fora quanto dentro.

Shouto lhe guiou até uma mesa mais afastada, no canto, e os dois se sentaram, desconcertados. Se olharam por um tempo, observando as feições um do outro, se perdendo em cada detalhe. Era impossível não perceber o quão apaixonados os dois estavam, mesmo que não dissessem nada – e nem era necessário.

Uma atendente simpática veio até sua mesa e anotou seus pedidos – uma torta de limão e um café expresso para Midoriya e uma torta holandesa, acompanhada também por um café, para Todoroki.

Quando ela saiu, o silêncio voltou a se fazer presente. Não era desconfortável, apesar de tudo.

– Todoroki-kun – Midoriya começou, decidido –, e-eu realmente quero te dizer uma coisa.

– Pode falar.

O sorriso de canto que surgiu na face do bicolor foi suficiente para acabar com a compostura do esverdeado. Não era provocante, era apenas um pequeno sorriso de canto inocente.

– B-bom, eu não sei bem como começar – fitou a mesa, suas mãos trêmulas e seu coração apertado não lhe ajudavam muito. – Sabe, eu fiz todo um planejamento pra esse momento. Você já deve imaginar o que é – olhou rapidamente para Todoroki, mas desviou o olhar para outro ponto aleatório novamente, nervoso demais para encará-lo. – Todo esse plano me trouxe até aqui, e tudo aconteceu tão rápido que é até meio engraçado… Digo, eu nunca me imaginaria, duas semanas atrás, tendo uma conversa decente com você.

Todoroki apenas o observava, ouvindo atentamente cada palavra dita. Era perceptível que ele também estava nervoso, apesar de não demonstrar tanto.

Midoriya suspirou.

– Eu até pesquisei na internet como fazer isso direito. – sorriu envergonhado – Não segui as dicas corretamente, eu acho, mas pelo menos cheguei até aqui.

Foi interrompido pela atendente que voltou com seus pedidos e os colocou em sua frente, curvando-se rapidamente antes de sair para atender outros clientes.

Izuku fitou a torta em sua frente por um tempo antes de continuar.

– Todoroki-kun, eu… eu gosto de você.

Por alguns segundos – que pareceram uma eternidade –, teve apenas o silêncio como resposta, o que fez o desespero crescer dentro de si. Talvez tivesse sido precipitado demais. Já estava preparado para a rejeição, preparado para sair correndo dali e nunca mais encarar Todoroki Shouto novamente. Sentiu seus olhos lacrimejando devido ao nervosismo e arrependimento. Já estava abrindo novamente a boca, dessa vez para se desculpar, mas foi impedido por Todoroki.

– Eu também gosto de você – disse ele. – Na verdade, acho que isso ficou meio óbvio quando eu te dei aquele selinho no parque. E quando você me beijou de volta, eu tive certeza que era correspondido.

Midoriya estava tão aliviado que teve vontade de deixar as lágrimas escaparem, mas as segurou.

– Meu Deus, Todoroki – riu nervoso –, acho que todo mundo já sabia, muito antes de você.

Os dois eram incapazes de controlar os sorrisos em seus rostos.

– Como assim?

– Ah, fala sério, eu sou super apaixonado por você já faz um tempão! – Midoriya exclamou. – Me surpreende que você nunca tenha percebido.

Todoroki franziu o cenho, confuso.

– Sério?

– Sim.

– Uau… eu nunca percebi…

– Você é realmente bem lerdo pra essas coisas – disse Izuku ainda rindo.

– Ei, quem procurou ajuda na internet não fui eu – Todoroki rebateu, provocante.

Midoriya ficou todo corado.

– Ah, cala a boca! – cobriu o rosto com a mão. – E-eu não sabia como fazer!

Todoroki apenas riu.

– O que a gente faz agora? – perguntou baixo.

– Não faço idéia – Midoriya respondeu no mesmo tom. – Não tenho nenhuma experiência com essas coisas…

Os dois se encaram novamente, e Midoriya se pôs a observar aqueles olhos heterocromáticos que ele amava tanto. Sentia uma sensação boa, parecia estar sonhando. Talvez ele fosse intenso ou apaixonado demais, mas não conseguia evitar. Todoroki era seu primeiro amor, e esse amor havia acabado de lhe dizer que ele era correspondido. Todos aqueles sentimentos que ele guardou por tanto tempo eram mútuos, e pensar naquilo lhe dava um frio gostoso na barriga.

– M-melhor a gente comer logo antes que o café esfrie. – disse Midoriya, desviando o olhar para a comida.

•°O°•

Ainda não estava tão tarde quando saíram do estabelecimento, era aproximadamente 15h. A rua estava calma, e o dia ensolarado.

Todoroki lhe perguntou se não queria ir a algum lugar, apenas para passar o tempo. Disse que não queria ir para casa, então Midoriya o levou num parque ali perto.

Era um lugar agradável, com alguns brinquedos simples para crianças – balanços e escorregadores – e uns bancos distribuídos pelo local. Izuku foi tomado por uma onda de nostalgia quando chegaram lá, já que costumava brincar sempre com Bakugou ali quando os dois eram crianças. Um sorriso melancólico se abriu em seu rosto, o que não passou despercebido por Shouto.

– Tudo bem?

– Ah, sim, é que eu costumava vir aqui com o Kacchan quando a gente era pequeno – Midoriya respondeu enquanto se sentava em um dos bancos. Todoroki se sentou ao seu lado. – Era bem legal... Sinto falta daquela época.

Todoroki ficou em silêncio, apenas olhando para o garoto ao seu lado.

– Posso te beijar? – ele perguntou depois de um tempo.

– Q-quê? – Midoriya o olhou um tanto surpreso, mas relaxou. – Pode…

E Todoroki não hesitou. Se aproximou de Midoriya com cautela e tocou seu rosto com a mão esquerda, delicadamente. Seus lábios se tocaram, e céus, como era bom! O esverdeado sentiu um leve formigamento por todo o seu corpo, assim com seu coração que batia forte em seu peito. Todoroki pediu permissão para introduzir a língua, que logo foi cedida pelo menor sem hesitação. Era um beijo calmo e apaixonado.

Midoriya apenas se deixou levar pelo momento, aproveitando cada segundo, explorando cada canto da boca do maior. Não sabia como rotular sua relação com Todoroki naquele momento, mas sabia que já não eram apenas amigos normais.

Se separaram devido a falta de ar, ambos totalmente vermelhos.

Izuku só queria aproveitar o máximo que pudesse daquilo que estavam construindo, e apesar de tudo ter acontecido tão repentinamente, tinha a sensação boa de que estava fazendo a coisa certa. Como se os dois fossem destinados um ao outro. Estava feliz demais, poderia até explodir.

E então, beijou-o de novo.

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gentee sou muito boiola por esses gays

bom, não vou poder postar o próximo capítulo esse final de semana. provavelmente só segunda-feira, então, até lá!

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Como Se Declarar Para o PaqueraWhere stories live. Discover now