Me encantou demais

Giulia

Vamos terminar a maratona que começamos, né? Hahahaha
MARATONA 5/5 🌻

João sumiu essa semana. Nem sinal dele por canto nenhum e se realmente ele estiver pensando que vai ser eu quem vai mandar o famoso "oi sumido" acho melhor ele excluir essa ideia da cabeça. Não vou ficar correndo atrás, já chamei ele pra vir aqui mas parece que ele está envolvido com outra menina. Eu não tenho nada a ver com isso, mas não curto também ficar zoando com a minha cara. Eu fiz uma jantinha rapidinha só pra mim mesmo e comi rapidamente porque eu tinha que resolver sobre algumas consultas de amanhã. O meu telefone tocou e eu olhei no visor ser o número do João, ele tinha mandado mensagem mas como meu celular estava no quarto eu não tinha lido.

— Oi — respondi.

— Fala vizinha, sua comida tá cheirando bem pra caramba. Vai me chamar pra comer não?

— Eu deveria? — perguntei irônica.

Ele riu do outro lado da linha — Só me autoconvidei.

— Entendi — dei uma risada para abafar o gelo — Se você quiser ainda tem um pouco do macarrão que eu fiz.

— Não é daqueles integrais, não né? — ele deu uma risada e eu resmunguei.

— É sim.

— Mesmo assim. É melhor do que comer miojo.

— Se livra desse troço na sua casa, João. Você é novo pra morrer. Vem aqui em casa que eu te alimento. Pobre homem indefeso.

— Por isso que eu gosto de você, né? — ele respondeu e eu pude perceber pelo tom de voz que ele deu uma risadinha.

Em menos de dois minutos o desgraçado estava entrando pela porta da minha casa, me deu um beijo no rosto. — Tá lá, pode botar sua comida.

— Pô, aí vi vantagem. — ele respondeu e foi até a boca do fogão botar o prato dele. Eu peguei uma salada de fruta na geladeira e me sentei para terminar a série que eu estava assistindo, João se agitou e se sentou ao meu lado, comendo e observando a série sem entender nada. — Que série é essa?

— É um dorama.

Ele franziu a testa — Um do o que?

— Dorama. Série asiática — respondi — Você já assistiu?

— Não, não gosto de série.

— Hm.

Ele estava devorando meu macarrão para alguém que disse que não gostava de nada integral. Eu dei uma olhada de rabo de olho e ele devorava meu macarrão integral como se fosse a primeira e última coisa que ele comeu na vida. — Tua casa tem comida não? Você tem que vir comer na minha?

— Eu queria também arrumar uma oportunidade de falar contigo — ele respondeu.

Eu olhei debochada — WhatsApp tá aí, se não te atendesse a minha porta é a do lado.

— Não, pô. Queria vir aqui falar contigo mesmo.

— Falar do que?

— Não quero que fique um clima chato, entende? Eu fiquei com uma menina nesse meio tempo, ela é conhecida e sempre cola nos rolês com a gente e....

Interrompi aquele show de desculpas desnecessária do João — Eu não tenho nada com isso.

— Só queria que o clima não ficasse pesado.

— Falou com a pessoa errada — respondi sincera — Você não vai me ver fazendo show igual aquele ridículo da Nicole naquele dia, né? Eu não vou me prestar a esse papel.

— Não quis dizer isso, Giu. — ele tentou se redimir mas eu acho que a minha expressão já estava fechada demais para ele dizer mais alguma coisa. Eu odiava quando alguém pressupõe o que eu posso fazer sem conhecer e saber dos meus limites. Minha mãe quebrou muito a cara correndo atrás de homem que não ligava para ela, ela pode ter esse jeito meio louco e meio livre porém é minha mãe e desde pequena eu sempre a vi quebrando tanto a cara que eu cresci com esse meu temperamento e com essa bolha que me envolve e não me permite ser mais do que eu poderia ser.

— Foi mal, Giulia. — ele cortou meus pensamentos e eu concordei com a cabeça mas não fiquei mais na sala. Peguei um prato que estava ali na sala sem lavar e fui lavar a louça, segundos depois o João apareceu ali me olhando encostado na parede. — Desculpas.

— Tudo bem. Eu só quis te avisar disso. — respondi.

— Eu não quis dizer que você era emocionada nem nada.... Mas eu não sei qual seria sua reação.

Eu virei tão rápido com o pano de prato na mão que o João até recuou achando que eu ia voar com aquilo na cara dele. Deu vontade. — Minha reação é não ter reação nenhuma, entendeu?

— Entendi.

— Que bom. Que seja esclarecido assim.

Ele engoliu em seco e lavou o prato dele, em seguida me olhou com aquela cara de cachorro sem dono. Sinceramente, eu gostava do João, gostava dos beijos, das transas e dos momentos mas não me deixaria levar e ser chamada de emocionada porque era uma coisa da qual eu odiava de verdade. — Acho que vou pra casa.

— Tudo bem. — respirei fundo e saímos da cozinha. Escutei a campainha tocando e eu fui atender a porta enquanto o João esperava abrir a porta para poder sair. Quando eu abri eu quase caí para trás. Só poderia ser brincadeira mesmo que tudo aconteceu no mesmo instante.

— Oi bebe. Mamãe tá aqui! — ela sorriu e veio me abraçar. Eu abracei mas ainda sem reação.

Eu não esperava ela ali.