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Eu e Simon estávamos no metrô. Simon falava sobre a complexidade de estar vivo.

-... Estar vivo é muito complexo, tipo, o corpo inteiro não é você de verdade, mas sim uma espécie de proteção para o cérebro poder viver. -Ele dizia empolgado.

-Hm... Eu penso mais sobre a natureza do cérebro, tenho lá minhas dúvidas sobre o que realmente é estar vivo. Eu quero fazer psicologia apenas para entender isso.

-Você quer fazer psicologia? -Ele perguntou.

-Sim. Desejo fazer, desejo entender o porquê das pessoas serem de determinadas formas. -Digo.

-Hum, entendi. Mas, antes de tentar compreender os outros, já compreendeu a si mesma? -Ele perguntou apontando para meu tórax.
Eu sorri e o abracei, coisa que o deixou meio sem jeito, ele retribuiu o abraço.

-Eu acho q gosto de você. -Disse, estava de olhos fechados. Sentia o abraço dele. Era muito bom, parecia que eu estava na área mais segura do mundo e naquele momento, eu me senti realmente feliz.

Seguimos até a avenida central e fomos até uma loja de bicicletas e ele disse para que eu esperasse. Ele voltou com latas de tintas e disse para seguí-lo.

-Vamos explodir um Colégio. -Ele dizia. Vamos no Colégio onde eu estudava e vamos pichá-lo.

-Vamos pichar um Colégio? -Perguntei.

-Claro! Vai encarar? -Ele disse desafiando-me.

-Você quer ser preso? -Perguntei.

-Talvez.. -Ele sorria. -Vamos!!

-Certo! -Sorri e saímos correndo dali. Fomos na avenida principal RichMan e descemos a rua, lá estava uma grande escola. Era um Colégio que estava em horário de aulas.

-É esse Colégio que vamos pichar? -Perguntei.

-Exato. Nesse horário, eles estão em Educação física. O plano é seguinte: Vamos pular o muro, seguimos até o segundo ano e pichamos a sala.

-Você tá ficando louco? -Perguntei. -Vou fazer isso não.

-Não esperava que fosse desistir agora. -Ele disse. -As câmeras estão todas danificadas (por mim) e eu sei que ninguém anda pelos corredores. Ninguém vai saber o que aconteceu.

-Posso fazer o que eu quiser? -Perguntei.

-Temos 40 minutos.

...

Ele fez um pezinho e me jogou para cima do muro. Pulei e ele me deu a mochila dele.
Ele deu um salto e pulou o muro oor conta própria. Passou pela entrada do Colégio e pôs sua biometria. Deu positivo e em seguida ele passou um cartão por baixo do aparelho biométrico.

-Eles não vão saber que estive aqui. Com isso, eu posso andar pelo Colégio inteiro. Se alguma câmera me encontrar, não vai gravar meu rosto por conta da biometria.

Andamos pelo corredor e eu me escondia por trás dele. Andamos algumas salas e chegamos na 2° A.
Entramos na sala, não tinha ninguém. Ele pegou as latas e começou a escrever nomes de garotos com vários xingamentos. Peguei minha lata de tinta spray e comecei a desenhar na as paredes. Desenhei planetas e estrelinhas. Enquanto eu desenhava, ele jogou luvas para mim e disse para que eu jogasse álcool nas latas depois.
  Após algum tempo, passei álcool nas latas, ele pegou as latas, usando as luvas, e pôs numa mochila e disse para sairmos dali. Fomos até o refeitório e apertamos o alarme de incêndio e saímos correndo. Ele saiu pelo portão principal e foi até o muro e fez o pezinho. Eu peguei impulso no pezinho dele e pulei para cima do muro. Ele veio logo em seguida escalando o muro. Pulamos e fugimos juntos. Escutamos uma grande movimentação de gente. Simon começou a rir e fugimos juntos.

Já estava de noite. Eu e ele fomos até a parte de trás do nosso Colégio e nos sentamos. Ele abriu a mochila e pegou uma garrafa de vinho.

-Topa? -Ele perguntou. Olhei para ele, estávamos sentados num tronco de árvore no escuro. As únicas luzes que haviam ali eram alguns poucos carros que passavam numa estrada perto de onde estávamos.
-Pode ser, já estamos aqui mesmo. -Respondi. Nunca tinha tomado alguma bebida alcoólica, então eu acho que isso seria especial por ser com ele.
Pego a garrafa da mão dele e tomo. Amargo e forte. Era estranho, não gostei muito no começo, foi ficando melhor conforme foi passando o tempo.

-Ei, vai com calma. -Ele disse esboçando um sorriso. -Eu trouxe copos.
Ele pegou dois copos de plástico na mochila e me ofereceu um. Ele sorria para mim e olhava nos meus olhos o tempo todo que eu olhava para ele. Ele flertava comigo. Era um sentimento bom e eu n conseguia deixar de sorrir quando ele me olhava daquele jeito. Eu sentia meu corpo todo quando ele me tocava. Vinha arrepios.
Eu bebi meu copo e ele chegou mais perto de mim. Eu via o olhar dele. Os olhos estavam baixos, a boca flexionada.
Coloco o copo no chão e ponho a mão no rosto dele.

-Eu acho que eu também estou apaixonada por você, seu idiota. -Disse.
Puxei ele para mim, nos beijamos intensamente, e eu conseguia sentir meu corpo estremecer a cada toque que ele dava. Eram toques suaves e eu adorava quando ele pegava com força.
Eu me levantei e sentei no colo de frente pra ele. E ele beijou-me enquanto tocava meu peito. Eu sentia arrepios e ficava mais excitada a cada mais um toque que ele dava. Estava sendo muito bom. Eu sentia sua excitação. Eu sentia o calor de seu corpo. Sentia sua boca, sua língua, seus fortes batimentos acelerarem, seu mão esquerda no meu peito e a esquerda na minha coxa. Era fascinante e naquele momento, percebi que eu realmente gostava daquilo e queria que ele continuasse a me tocar daquela forma, por um longo tempo.

O Garoto da BibliotecaWhere stories live. Discover now