Um Gesto Ingênuo de Amor

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escrita por: saytrus

Todos os dias deveriam ser dias de esperança e reflexão, a compaixão não deveria ser expressa apenas no dia 25 de Dezembro, e a maioria das lojas de conveniência estavam abertas, então por que a única perto de casa não estava? Como eu prepararia o...

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Todos os dias deveriam ser dias de esperança e reflexão, a compaixão não deveria ser expressa apenas no dia 25 de Dezembro, e a maioria das lojas de conveniência estavam abertas, então por que a única perto de casa não estava? Como eu prepararia o bolo de chocolate que In Woo pediu sem o chocolate?

Eu sempre detestei os feriados e datas comemorativas, nunca gostei de ficar em casa e nunca sobrava dinheiro o suficiente para gastar de forma imprudente. In Woo havia ganhada um par de sapatos novos de uma senhora da vizinhança e algumas balas da escola, enquanto eu não poderia nem oferecer um mero bolo de chocolate para o meu próprio filho.

Ser mãe aos vinte e dois anos de idade era uma experiência incrível. Eu amava o meu filho e não o trocaria por todo o achocolatado desse mundo. In Woo era a minha única companhia, e embora, muitas vezes ele se reprimisse devido a nossa condição, ele sempre me pedia o possível para me alegrar. Que mãe não gostaria de fazer a vontade do filho?

Estava de mãos atadas, naquele momento, sabia que In Woo não ficaria frustrado por não ter nada diferente para comer e no dia seguinte, se sentiria acanhado em brincar com as outras crianças do bairro, embora eu soubesse que ele não deixaria barato se o ofendessem.

Suspirei e ajeitei o meu casaco quando um vento frio passou por mim. Eu não tinha certeza se nevaria naquela noite, mas era impossível avistar alguma estrela ou a lua no céu nublado. O vento estava frio, algumas pessoas andavam com guarda-chuva em mãos. Eu precisa voltar para casa antes que a chuva caísse sobre mim. Não poderia deixar In Woo sozinho e correr o risco da casa inundar se o córrego transbordar.

Apressei os meus passos, minha casa não ficava longe da loja de conveniência, porém as ruas eram medonhas para se andar a noite. Só que eu não fui rápida o suficiente, a chuva conseguiu me alcançar antes que eu pudesse adentrar na vilazinha e desmanchou todo o penteado que In Won havia feito em mim de manhã.

Meu corpo tremia devido ao vento frio e a água gelada que rapidamente me encharcou completamente. Estava difícil caminhar com um chinelo de dedo, provavelmente levaria um tombo feio se não o retirasse dos meus pés. Então, me apoiei contra a parede de uma casa e retirei os meus chinelos sujos.

- Chae! Choi Chae! - Sobressaltei-me quando escutei meu nome ser chamado. Minha mente pensou em In Woo, mas eu não conseguiria avistá-lo nessa chuva. - Chae! Aqui!

Uma luz branca iluminou o meu rosto e sinalizou onde a pessoa que me chamava estava. Sem pensar se era perigoso ou não, apertei os meus chinelos contra o meu peito e corri em direção a luz.

- Veja só, você está encharcada, minha jovem. - Torci a barra da minha camiseta e sorri para o Sr. Son, que havia me indicado o caminho até o seu pequeno comércio.

- Obrigada, Sr. Son. A chuva me pegou no caminho. - Curvei-me agradecendo.

- O que está fazendo na rua uma hora dessas? In Woo está bem? - Concordei, agradecida pela preocupação com o meu filho. Nós sempre vinhamos ao varejo do Sr. Son comprar algumas verduras. In Woo, apesar de ter apenas onze anos, sabia como pechinchar um pouco e o Sr. Son sabia como agradá-lo.

Um Sonho de NatalWhere stories live. Discover now