04. Preste atenção.

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A fila da montanha russa, então, nem se fala. Ainda assim, eles se dirigiram ao final desta, atrás de uma mulher carrancuda que tentava controlar três crianças super empolgadas de uma vez.

Midoriya não tinha tanta intimidade com Mina nem Kirishima, e não conversava com Bakugou a anos. Então, enquanto os três conversavam animados em sua frente – Katsuki nem tanto –, ele e Todoroki ficaram em silêncio, atrás.

Prestou certa atenção em Todoroki, que se antes aparentava não estar bem, agora havia piorado. O garoto estava pálido, e isso fez com que a preocupação de Izuku subisse a níveis tão altos que ele não se controlou em perguntar.

– Todoroki-kun, tudo bem? – perguntou baixo, para não chamar a atenção dos outros.

Shouto suspirou.

– Tudo, eu só… – hesitou, o rosto ficando um tanto corado – não gosto de montanhas russas.

Ele parecia estar tão envergonhado, mal conseguia encarar Izuku nos olhos. Mas era normal, ora! Ter medo é normal. Midoriya queria dizer isso pra ele, mas apenas soltou uma risadinha e, na intenção de conforta-lo, segurou a mão de Shouto e a apertou levemente.

– Tudo bem, Todoroki-kun. – sorriu. – Eu vou estar do seu lado.

Claro que, depois, quando percebeu o que fizera, morreu de vergonha. Mas naquele momento, apenas queria passar o máximo de conforto para o maior.

E Todoroki também não fez menção de soltar sua mão.

•°O°•

– Nunca mais vou num negócio desses na minha vida – foi a primeira coisa que Shouto disse assim que se recuperou da tontura causada pela montanha russa, após quase vomitar ali no chão mesmo.

Midoriya colocou a mão na boca para abafar a risada.

Os outros três que estavam com eles haviam sumido de repente – saíram correndo ou algo assim – então, convenientemente, estavam apenas ele e Todoroki. Desconfiava que Uraraka tinha feito alguma coisa, mas apenas deixou pra lá e curtiu o momento.

– Onde você pretende ir agora? – perguntou olhando ao redor.

– Não sei. Que tal a casa assombrada?

Midoriya congelou dos pés a cabeça e olhou para o maior como se estivesse indo para a forca.

– S-sério? – forçou um sorriso. – Nossa, ouvi falar que tá em manutenção… que coisa triste, né?

Todoroki o observou por uns segundos.

– Midoriya – disse por fim –, você tem medo de fantasmas?

Claro que Izuku ficou vermelho.

– Ah... eu… – fitou o chão – sim…

Escutou uma risada baixa. Novamente estava ouvindo Todoroki rir, e novamente ficou encantado com aquele som.

– Ah, vamos, você me fez ir na montanha russa – cruzou os braços, mantendo uma face séria. – Eu podia ter morrido.

– Eu não fiz nada! – fez um biquinho e franziu o cenho, emburrado. – Você que quis ir.

Midoriya estava surpreso com a fluidez da conversa, de como Todoroki parecia estar mais aberto, e de como seu nervosismo tinha diminuído se comparado a antes. Se sentia confortável com a presença do maior.

– Eu vou estar do seu lado – Todoroki repetiu a mesma frase que ele tinha dito minutos atrás. – Prometo, Midoriya.

O esverdeado perdeu toda a compostura diante daquilo.

Como Se Declarar Para o PaqueraWhere stories live. Discover now