Capítulo 33: Nature's Child

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Ao final do café da manhã, os campistas começaram a se organizar. Uns ficariam arrumando os chalés, outros começariam a planejar suas bigas, enquanto um grupo menor iria realizar as tarefas diárias para não atrasar nada.

Enquanto os semideuses corriam de um lado para o outro, Clara começou a andar em silêncio pelo acampamento. Sua cabeça estava cheia de pensamentos. Queria arranjar um ligar para a construção do chalé, estava pensando no que iria fazer mais tarde, em como encararia Zeus e o julgaria, o que poderia acontecer a ela.

A menina parou ao encarar o bosque, sentindo um leve formigamento na nuca. Atrás de si, o amontoado de chalés se erguia há alguns metros de distância; à sua esquerda, a arena de combate estava vazia e silenciosa como Clara nunca vira antes; ao seu lado direito, a menina podia ouvir as ondas batendo na areia da praia, enquanto à sua frente ela ouvia o rio correr e o som dos insetos vivendo em meios as árvores.

Tudo aquilo encheu Clara com uma sensação de pertença. Ela, finalmente, sentia-se parte daquele lugar, mesmo agora sendo uma olimpiana, Clara sabia, não haveria para ela lar melhor como era o Acampamento Meio-Sangue.

A garota sentou-se e tocou o chão com a ponta dos dedos, sentindo vibrações vindas da terra. Pela primeira vez não sentiu vergonha ou raiva pela sua descendência, não sentiu nenhum medo por ser filha de Gaia, deixou o poder de toda aquela terra e de todo o bosque à sua frente preencherem seu corpo.

Ela podia sentir. Sentia porque Gaia era tão poderosa. Sentia porque a temiam tanto. A terra era poderosa! A natureza tinha uma força bruta e descomunal. Era uma questão de tempo para que o mundo sucumbisse a ela, não a Gaia, mas a uma criação dela, uma criação que se tornara viva, independente e ainda mais forte do que a própria deusa.

Clara sorriu ao sentir aquela energia enchê-la, a sensação era parecia com um abraço, como se a menina estivesse reencontrando uma velha e grande amiga.

- Meditando? – A menina ouviu a voz atrás de si.

Virou o corpo e encontrou Will Solace de pé, com uma prancheta nas mãos.

- Acho que decidi onde vou construir meu chalé. – Clara falou, batendo a terra da parte de trás do short.

- Vai precisar de ajuda? Podemos organizar alguns semideuses, começamos o trabalho amanhã mesmo...

- Obrigada Will, mas não vai precisar. Não quero jogar minhas responsabilidades em cima de vocês.

- Mas, nós já construímos todos os outros, não seria uma novidade.

A menina sorriu, agradecida, colocando a mão no ombro do menino.

- Eu falei que não seria como os outros deuses, não é?

Os olhos de Will marejaram, seu peito se encher de algo que ele reconheceu como orgulho, sentiu uma brisa morna e verão soprar-lhe o rosto como se o beijasse. E sentiu que tudo ao redor deles, todas as árvores, o rio, o mar, o vento e a terra se curvavam à Clara! Todos os elementos a estavam reverenciando. Ele sentiu os próprios joelhos falharem um pouco.

- Tudo bem? – A menina perguntou, o olhar preocupado no rosto.

- Ah, ahn, sim... Eu só... Me distraí um pouco.

- Vai fazer parte da comissão hoje? – Ela perguntou, olhando a prancheta na mão do loiro.

- Ah, sim... Espero que eles tenham arrumado aquele chalé todo, ou vão ouvir mais tarde.

- Pega leve com eles, conselheiro chefe.

Os dois riram, encarando-se logo depois.

- Tem certeza de que não precisa de ajuda? – O semideus perguntou, um sorriso ainda estampado no rosto.

Black Amber || A Riordanverse StoryWhere stories live. Discover now