Sunset 『joaley』

③⑤ passado

Joalin

Sai de casa e fui até o carro do Bailey, entrei e fui recebi com um belo beijo.
– Te amo
– Também te amo
– Animada para conhecer minha família ?
– Animada e nervosa
– Por que nervosa ?
– Bailey e se algum deles não for com a minha cara e me acharem a pior pessoa do mundo
– Você tá sofrendo por antecipação, todos eles vão te adorar, Joalin – ele disse enquanto fazia carinho nas minhas bochechas – agora vamos, e vai dar tudo certo, ok ?
– Ok – deposito um selinho em seus lábios, colocamos o cinto de segurança e fomos a caminho da casa dele.
Quando chegamos aqui, fui recebida pela minha cunhada
– Maya, essa é a Joalin minha namorada – ele disse dando ênfase na palavra minha
– Oi, então você é a famosa Joalin, tive que aguentar muito surto do meu irmão por sua causa e agora compreendo totalmente ele, seja bem vinda
– Oi, obrigada
Entramos na casa deles e fomos para a cozinha onde estavam meus sogros, meu nervosismo aumentou muito na hora que os vi, mas para a minha sorte todos alí gostaram de mim, almoçamos e passamos boa parte da tarde jogando alguns jogos de tabuleiro, fazendo mímica, jogando futebol, o qual eu fui um completo desastre, e no fim da tarde, meu namorado me levou de volta para casa.
Cheguei em casa e passei por um pequeno interrogatório de como foi na casa do Bailey, já que a Sabina estava aqui em casa e minha mãe também quis saber como foi.
                     dia seguinte
Acordei, me arrumei, fui tomar café e depois de muito enrolar no meu quarto assistindo séries, desci para ficar com os meus irmãos e meu pai conversando e jogando alguns jogos.
No meio da tarde, apenas eu e minha mãe ficamos em casa, já que meu pai e meus irmãos foram ao parque e tomar sorvete
– Filha, nós precisamos conversar sobre um assunto sério
– Bom, não irei fazer nada agora então se quiser conversar agora
– Eu adoraria, mas preciso terminar os relatórios para entregar amanhã
– Faltam quantos ?
– 3
– Isso vai demorar muito ?
– Creio que não, gastarei no máximo uma hora e meia fazendo isso.
Aquilo era tempo demais para mim, mas tudo bem irei esperar
– Quando terminar me chama de novo ou vai ao meu quarto estarei lá
– Tudo bem meu sol
Subi as escadas até meu quarto com um único pensamento: que merda eu fiz ??
Já que geralmente minha mãe nunca falava que queria conversar sério comigo.
Essas uma hora e meia se passaram, e para falar a verdade elas mas parecerem duas eternidades do que uma hora e meia.
Escutei a porta do meu quarto se abrindo
– Vem, vamos conversar no meu escritório
– Ok – cada passo que eu dava mais apreensiva eu ficava, não faço idéia do porquê
– Sobre o que a senhora gostaria de conversar mamãe ? – a perguntei assim que entramos em seu escritório
– O tema principal da conversa é o passado, sente-se meu amor, essa será uma longa conversa
– Perdão te interromper, mas a senhora está me deixando nervosa
– Eu até tentaria ser rápida, mas com esse assunto isso é impossível, e acho que já está na hora de você saber sobre todo o seu passado, inclusive sobre o seu "pai" – a última palavra foi dita junto com o ato de aspas com o dedo.
No momento que ela falou essa última palavra eu gelei, travei não sabia se aquele era o momento certo para isso, nossas vidas indo tão bem, não acho que trazer um fantasma do passado para o nosso futuro seja uma boa ideia, mas mesmo assim irei escuta lá.
– Mãe, antes de você começar a falar só quero que saiba, que independente do que aconteceu sempre vou estar do seu lado, sei o quanto você batalhou para conseguir cuidar de mim sem a ajuda de ninguém.
– Obrigada minha filha, mas agora eu realmente preciso tirar esse peso das minhas costas
– Eu tô aqui para te ouvir
– Minha relação com esse cara foi uma coisa linda no começo, o típico relacionamento que todos queriam ter. Tudo começou em uma festa de quando ainda estávamos no ensino médio, eu era líder de torcida e ele apesar de jogar de futebol, também era um ótimo dançarino de break.
E foi alí, naquela palavra que tinha tanto significado para mim que eu comecei a entender os motivos da minha mãe por simplesmente odiar o break.
Nós nos esbarramos no quintal da casa, eu estava levemente alcoolizada e ele também não estava muito sóbrio então ele acabou esbarrando em mim e caímos no chão, depois que levantamos conversamos a noite toda, acabamos gostando tanto um do outro logo de cara que começamos a sair todos os dias.
Por dois anos nosso relacionamento foi incrível, e fazendo uma pausa na história já quero antecipar que você não teve culpa de absolutamente nada – sua voz começava a falhar nessa parte
– Mae, ta tudo bem ? quer uma água ?
– Está sim, não precisa.
Agora continuando, mas no nosso último ano no ensino médio tudo começou a mudar, ele estava prestes a ir para uma grande competição de break dance quando eu descobri que estava grávida de você, e eu estava muito animada apesar de ainda ser uma adolescente, eu iria contar para ele até tinha pensado em fazer uma surpresa bonitinha, mas ele descobriu tudo antes da hora e ele simplesmente surtou de uma maneira ruim, um detalhe importante um amigo meu também iria participar dessa competição e esse lixo que eu chamei de amor por dois anos e meio, começou a me xingar, falar que eu tinha feito isso para ele não conseguir partir da competição e não ganhar, e eu ainda me lembro de tudo como se tivesse acontecido ontem. 
Ele foi para a competição e acabou perdendo, justamente para o meu amigo e foi aí que ele surtou completamente, começou a me acusar de ter montado esse "teatrinho" com a gravidez só para fazer ele perder a competição que mudaria a vida dele, entrou na minha casa, quando eu estava sozinha, me agrediu e tentou nós matar, mas graças a Deus e a um anjo que ele nós enviou aquele dia, o Sr. Andrade que era policial, achou estranha toda a movimentação na casa e decidiu entrar, impedindo que algo mais grave acontece, mas infelizmente a prisão desse lixo não deu certo, já que os pais dele eram podres de ricos, depois que foi soltou começou a me ameaçar novamente, e depois seus avós quase foram assassinados, me obrigando a mudar de país por medo.
Filha eu achava que aquilo era amor, mas depois de algum tempo passou a não ser então, me escuta.
O amor é carinho, é compreensão, é confiança, é respeito, é felicidade, é apoiar o outro nos piores e melhores momentos, é ajudar quando o outro se machuca, é apoiar e sonhar junto com a outra pessoa os sonhos dela, e o amor também é saber que a outra pessoa faria tudo isso por você, e se isso não tiver acontecendo não se força a ficar em uma relação tóxica, que só está te machucando, e se a pessoa não tiver respeito por você acaba o que existe o quanto antes porque as coisas podem piorar e muito, então eu peço que você tome cuidado com seus relacionamentos, não quero que essa história se repita, e apesar dele ser a pior pessoa que eu já conheci ele me deu o meu melhor presente, você
– Mãe – foi  a única coisa que eu consegui dizer antes de abraçar ela e continuar em seu abraço
– Agora eu consigo entender o porquê do ódio ao break, e também entendo meu apelido. Eu sou o seu sol e você é o meu não importa quem entre em nossa vida sempre será assim, ok ?
– Ok, meu sol – encarei seu rosto e limpei as lágrimas que escorriam me soltando do abraço logo em seguida
– Eu te amo, agora vem vamos descer e passar um tempo em família e esquecer essa parte do passado
– Eu ainda quero conhecer seu namorado
– Vou chamar ele para a noite da pizza aqui em casa, claro se você não se importar
– Pode chamar.
Fomos até a sala conversando e rindo, escolhemos um filme da Barbie para relembrar minha infância e ficamos assistindo todo o catálogo de filmes da Barbie até a hora da pizza.
Já havia mandado uma mensagem para o Bailey perguntando se ele gostaria de vir aqui em casa, e avisei meu pai de consideração que ele conheceria seu genro hoje.