- David.
- Certo, David, é o seguinte: eu preciso da sua ajuda. Não diga que não pode. Agora você não tem essa opção. Any voltará em poucos minutos com a polícia e, tanto você quanto seus parceiros vão se dar mal. Entendeu?
- Então por que eu ajudaria você? - ele me observa.
- Bem, primeiro, porque você pode ser muitas coisas, mas não é como os outros caras. Segundo, porque como eu disse, você não tem escolha. Ela levou sua carteira. Sua identidade estará nas mãos das autoridades e você será preso. Podemos aliviar pro seu lado, mas isso só acontecerá se me ajudar.
- Ok, ok. - ele bufa. - O que quer que eu faça?
- Ouvimos seus parceiros falarem sobre uma terceira pessoa sequestrada. Uma mulher. - explico. - É Yonta Taiwo?
- Sim. É ela.
- Ótimo. É tudo o que eu precisava saber. Agora você vai me levar até ela sem que os outros dois caras percebam. Nós vamos libertá-la e depois vamos embora daqui.
Ao contrário do que imagino, David aceita minhas ordens de primeira. Ele se coloca a minha frente e pede que eu siga seus passos. Apesar de notar que o rapaz não parece desonesto, prefiro não arriscar, e o acompanho o tempo todo com a arma em punho, por via das dúvidas.
Seguimos por um corredor, diferente do que Any e eu utilizamos mais cedo, até chegarmos a uma escada em espiral. Segundo o homem, ela dá para o porão, onde Yonta se encontra. Não posso vacilar, então entrego as chaves a ele e o ordeno que vá na frente. Entramos juntos quando a porta é aberta.
- Josh? - a mulher pergunta, claramente surpresa em me ver. - O que você... Como você chegou aqui?
- Longa história. Podemos conversar sobre isso mais tarde. Agora eu só preciso que venha comigo, está bem? - seguro sua mão. - Vamos sair desse lugar.
- Certo. - ela concorda, ainda que pareça confusa.
Fazemos o caminho de volta em poucos segundos, ainda com David a nossa frente. Ele nos mostra uma saída diferente dessa vez, alegando que assim, não corremos o risco de cruzar com os outros dois caras. O problema é que, justo agora, um deles cruza nosso caminho.
- Mas que porra está acontecendo aqui? - o homem de pele clara e cabelos ruivos, aparentando ter um pouco menos que a minha idade, pergunta. - David, o que você fez? Cadê a garota?
- Ela fugiu, Mike. A essa altura, já deve estar longe.
- Como deixou isso acontecer, seu burro? - ele bufa de raiva e faz menção de sacar sua arma, mas sou mais rápido e o surpreendo. - Uou! Calminha aí, cara!
- Coloque a sua arma no chão. - ordeno, apontando a minha pra ele. Mike olha o comparsa como se pedisse ajuda, mas David apenas dá de ombros. O ruivo, então, revira os olhos e faz o que peço. David pega a arma. - David, tranque ele em um dos cômodos. Rápido! - digo. O homem assente.
- Evan! - o ruivo grita quando David começa a arrasta-lo. - Evan!
- Calado! - ordeno.
Ele me ignora e continua a gritar, então atiro no chão, assustando a todos. Um clima ainda mais tenso paira sobre nós. Mike se cala, mas agora é tarde. Sei que Evan, provavelmente o terceiro sequestrador, está vindo e vai me causar problemas. Minha ideia se confirma quando vejo o rosto de Yonta revestido por medo e David engolir em seco. O ruivo desgraçado dá um sorrisinho de lado. Viro-me lentamente apenas para confirmar o que já sei. O terceiro cara está bem no fim do corredor e sua arma está apontada para mim. Merda!
Meu coração bate forte. Milhões de coisas passam pela minha cabeça. Penso na minha mãe, no meu pai e até no insuportável do Jaden. Eu daria qualquer coisa para abraçá-los uma última vez. Penso também na Any e em tudo o que ainda poderíamos viver juntos. Meus olhos começam a arder, mas não me permito chorar. Não posso quebrar agora.
- Abaixa a arma, Evan! - David diz ao homem que se aproxima a passos rápidos. - É melhor deixar eles irem, cara.
- E me queimar com o chefe? - ele responde, rindo. A arma ainda apontada pra mim. - Não conte com isso.
- Isso aí, Evan. Mostra pra eles quem manda! - Mike diz em tom divertido.
- Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento, loirinho. Não é nada pessoal, sabe? Apenas ansiedade pra terminar o serviço e receber a bolada que me prometeram. - ele está bem a minha frente agora. Sem delongas, retira minha arma.
- Tudo bem. Apenas acabe logo com isso. - suspiro, me dando por vencido. Não tenho pra onde correr, afinal.
- Josh, não. - Yonta, que até então assistia a tudo, atônita, diz com a voz embargada.
- Relaxa, dona. Você ouviu o cara. Está tudo bem. - Evan sorri e me encara. - Fique de costas. Rápido, porque eu não tenho o dia todo. - sem opções, obedeço.
- Ah, meu Deus! - Yonta começa a chorar descontroladamente agora. Sinto vontade de abraçá-la, mas não posso.
- Agora fique de joelhos. Não quero que o seu sangue respingue nas paredes. Limpar o chão será mais fácil. - o homem volta a falar, de maneira debochada. Covarde! Obedeço mais uma vez, o coração prestes a sair pela boca. Um calafrio percorre todo o meu corpo quando ouço a arma ser engatilhada. - Últimas palavras?
- Vá pro inferno. - respondo, irritado.
- Legal. É uma boa sugestão. - ele ri. - Pode ter certeza que te procuro por lá assim que eu for me juntar a você, daqui há alguns anos. Agora chega de conversa. Já falamos demais.
Então ele se cala. Tudo o que ouço são minha respiração pesada e o choro inconsolável de Yonta. Fecho os olhos com força, permitindo que algumas lágrimas rolem pela minha face. Meu coração bate tão forte que chega a zumbir em meus ouvidos. Talvez esteja batendo pela última vez. E então, o tiro.
***
Cinco coisas:
1° Tô sofrendo junto com vocês;
2° Ainda não decidi o final dessa história, então tudo pode acontecer;
3° A fic está chegando ao fim. Termino em dois ou três capítulos;
4° Volto ainda hoje pra terminar (provavelmente durante a madrugada, mas vou tentar postar antes da meia noite);
5° Sei que sou eu quem tá escrevendo isso, mas tô chorando... Pqp!!!
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Your Love Saved Me • Beauany
FanfictionDominando as paradas de sucesso, Any Gabrielly tem o mundo aos seus pés. Com fãs super dedicados, vários contratos publicitários e inúmeros prêmios em sua estante, a jovem brasileira é uma das maiores divas pop do momento. Quem a vê sorridente nas c...
Quase suicida
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