40- Você nunca lutou por nós

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"Mas eu acabo abrindo mão de uma parte de mim
Cada dia que acordo e fico com você..."

Midnight train, Sam Smith

Meu coração batia forte contra o peito

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Meu coração batia forte contra o peito. Ele doía. Muito.

Apenas com a possibilidade do que foi dito ser verdade.

Não consigo desgrudar os olhos do rosto petrificado de Will a minha frente. Sinto os dedos de Stefanny tocar meu braço tentando chamar minha atenção.

- Vamos sair, não compensa fazer isso aqui. - Ela diz mas eu a ignoro.

- É verdade Will? - Repito a raiva rápida tomando conta da mágoa.

- Não foi bem assim... - Ele começa mas essas palavras já são o suficiente. Minha corrente sanguínea parece se concentrar tanto no meu ouvido que não consigo escutar mais nada.

Algumas pessoas pararam pra observar a pequena cena que se formava ao nosso redor e minha respiração ficou engasgada na garganta.

Mordo minha bochecha a fim de sentir dor pra voltar a realidade. Meio que funciona.

- Bem, eu avisei. - Escutar a voz de Caren despejando todo aquele veneno é o máximo que eu aguento antes de me levantar e abrir espaço pelas pessoas até está fora daquele lugar que parecia um cubículo nos últimos minutos que passei lá dentro.

Escuto meu nome numa voz bem reconhecível. Respiro fundo tentando não derramar as lágrimas acumuladas nos olhos.

- Eu tava falando sério lá dentro. Talvez tenha começado por isso, mas foi só uma desculpa idiota que eu usei pra fazer o que já estava com vontade.

- Claro, porque gostar de mim não era aceitável. - Murmuro sentindo um gosto amargo na boca.

- Não, não foi isso que eu quis dizer.

- Então o que você quis dizer? Que esse tempo todo que passamos juntos foi tão verdadeiro e real que foi por esse motivo que você não me contou sobre isso? - Cuspo tudo de uma vez não contendo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.

Toda vez que meus olhos me traiam e o olhava era uma lembrava nossa que vinha na cabeça e uma pontada de dor no meu coração vinha de brinde.

- Eu não te contei por medo de te perder. Eu te amo, Vermelhinha. - Eu conseguia sentir a angústia na sua voz, mas não acreditava que era porque me amava.

- Não, você não o faz. Você só não quer perder sua distração. Seu espetáculo de circo privado. Não é? - Passo as mãos no meu rosto a fim de limpar todas as lágrimas.

- Não. - A voz embargada quase me convence que aquilo é de verdade. Começo a ir embora pra sair dali quando sua mão, que agora não parece mais tão quente e acolhedora me para. - Não vai embora. Eu não posso te perder.

Na Sua Jogada Where stories live. Discover now