Na Sua Jogada

04- obrigações

Estou apenas procurando por um pouco de paz
-Shine a Light, Banners

Tédio era o que me resumia, eu estava em mais um daqueles jantares horríveis que meu pai me obrigava a frequentar, onde todos fingiam ser perfeitos. Eu odiava aquela merda. Eu forçava um sorriso para um dos sócios do meu pai que estava falando alguma coisa sobre viagens quando avistei o Dean e pedi licença indo em sua direção.
Nós frequentamos os mesmos lugares por consequência de nossa família, o josh também era pra está aqui mas a família dele não se importava muito com essas coisas superficial. As vezes eu tinha inveja de sua família.
Dean não reparou na minha aproximação pois estava secando uma menina.

- Só tome cuidado pra não babar - falei em tom de provocação atraindo sua atenção.

- Não sou eu que vou babar hoje a noite.- disse olhando pra garota de vestido vermelho.

- Você é nojento pra caralho.

Ele apenas riu e mudou de assunto.

- o Josh não veio de novo né?

- Ele nunca vem. - respondo.

- Vai ter a festa dos caras da faculdade, você vai? - ele pergunta mesmo já sabendo a resposta.

-Não, e você também não deveria, amanhã tem treino e você sabe que o treinador não pega leve com a gente.

- A qual é, é só uma festa.

- Da última vez que você disse isso nós acordamos na casa de um desconhecido do outro lado da cidade.

Ele riu e eu fui junto.

- Aquilo fui um pequeno incidente.

Não tinha sido, depois da nossa vitória do campeonato no segundo ano nós enchemos a cara até ficar sem memória.

Ainda estava rindo com o Dean de nossas "aventuras" até ver meu pai se aproximando com uma cara nada boa.

- Eu não acredito que você deixou um dos meus sócios mais importantes pra vim falar merda com seu amigo.

- Oi pra você também, senhor Storm.- disse Dean em seu típico tom de brincadeira.

Respiro fundo pra não começar uma briga ali mesmo. Eu prometi pra minha mãe que não faria isso.

- Se é um sócio tão importante por que você não estava lá com ele.

- Eu não vou tolerar mais esse seu comportamento, você poderia ser mais como seu irmão e menos como um delinquente.

Aquilo é como um tapa na minha cara, a minha vida toda meu pai me comparou ao meu perfeito irmão mais velho. A verdade era que nem ele suportava nosso pai e usou a desculpa de estudar fora pra se afastar dessa merda.

Eu solto uma risada anasalada.

- Se seu filho tão perfeito não tá aqui, eu não sou obrigado a tá.

Escuto sua voz me chamando mas não me dou o trabalho de virar pra olhá-lo.

Porra, a única coisa que me prende ao meu pai é único e exclusivamente minha mãe. Se não fosse por ela eu já teria desaparecido, ela tem uma saúde frágil e eu não quero piorar isso.

Eu não fui direto pra casa, eu tava stressado e precisa aliviar isso, então enquanto saia liguei para Lidsney, ela era uma foda quente e o melhor, ela tinha mesma vontade de um compromisso tanto quanto eu: zero.
Nós nos dávamos bem e era tudo fácil. Eu ligava, ela atendia. Nós trasavamos e depois eu ia embora e nós seguíamos amigos, era exatamente o que eu precisa agora.

Já tinha se passando uma semana de aula e a única coisa que eu conseguia pensar era em quanto eu estava fudido na minha vida acadêmica. Porra, aquelas matérias simplesmente não entravam na minha cabeça.

Eu estava sentado um pouco atrás daquela garota que Caren tinha feito piada a alguns dias. Enquanto eu não conseguiu me concentrar no que o Sr . Philips dizia por mais de cinco minutos e ela mal piscava.

E de repente, eu me peguei analisando-a.
Ela tinha longos cabelos pretos, a boca era levemente vermelha e por Deus, parecia ser tão macia.
Que merda de pensamentos eram aqueles? Eu só podia tá muito entediado.
Não é que ela seja feia, na verdade era bem bonita, o que me faz pensar o porque de eu nunca ter reparado nela antes. Mas simplesmente não fazia meu tipo.

Parece que ela sentiu está sendo analisada, quando virou o rosto procurando, e quando seus olhos se encontraram com o meu ela corou e se virou rapidamente pra frente. Droga, aquilo foi adorável.