Sangue nos cacos de vidro parte I

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Arregalei meus olhos, me sentei sentindo aqueles cacos em todo o meu braço. Aquela dor de haver objetos dentro da minha pele era agoniante. Estava inchado de uma forma monstruosa. Aquilo era mesmo real? Ela colocou mesmo o nome do filhote dela com o nome do ex? Ela era suicida?

— Changyo... eu não sabia disso... foi por isso que você abandonou seu filho?

Ele se aproximou de mim, tocou meu maxilar e o apertou. Eu estava sentindo tanta dor nas outras partes do meu corpo que aquela não me acrescentou muito. Contanto que ele não tocasse meu filho, ele podia fazer o que quisesse comigo.

Ele me beijou, mesmo que eu sentisse nojo, eu tentei retribuir da forma mais entregue possível, tudo para que mais nada acontecesse e eu pudesse recuperar sua confiança, mesmo que eu nunca tivesse tido um dia.

— Você é meu, Taehyung. A marca dos dentinhos dele vai sair, mas a minha não, ela é mais funda. Nunca vai sair — ele sussurrou entre o beijo e eu assenti, fingindo estar conformado com aquela fala. O olhei um tanto vesgo, quanto mais dissimulado eu fosse agora, melhor para mim.

— Me perdoa por fugir... eu nunca devia ter feito isso. Eu fui um péssimo ômega. Me dê uma segunda chance.

— Ainda bem que eu não paguei 6 mil won para aquilo nascer...

Eu não disse nada, apenas fiquei parando o ouvindo. Seja lá o que ele quisesse fazer, eu ia obedecê-lo. Ele pegou algo de seu bolso e me encarou, seu olhar era assustador.

— Me dá sua mão! — Eu entendi e ele a puxou com força, meu braço já estava doendo tanto que parecia que ia ter que amputar de tanta dor. Ele colocou uma pulseira, ele me mostrou um aparelho que tinha um sinal verde e uma bolinha vermelha. Ah, um rastreador. — Agora vá para o banho e trate de ser o melhor ômega para mim essa noite.

Assenti e me curvei para ele com dificuldade, fechando meus olhos para de alguma forma tirar alguma força que ainda existia dentro de mim. Ergui minha cabeça para falar olhando diretamente nos seus olhos.

— Apenas me deixa ficar com o meu filho e eu vou fazer tudo o que você me ordenar, serei obediente.

Ele não me respondeu nada. Eu aproveitei aquilo, peguei meu filho rapidamente e subi as escadas. Fechei meus olhos assim que eu consegui entrar no banheiro e trancar a porta. Toquei meu peito respirando aliviado e tirando aquela seringa das mãozinhas do meu pequeno. Que até agora não tinha feito nada além de olhá-la curioso. Eu o coloquei deitado no tapete e ele ficou olhando para mim.

— Eu não sei o que fazer agora, meu filho... como eu vou te proteger agora?

Eu fui até a pia para tirar aquele sangue do meu corpo e aqueles cacos. Tentei não fazer barulho, e a posição que Minhyuk estava, ele só poderia ver o teto do banheiro, assim ele não se assustaria com aquela cena bem à frente dele.

Assim que eu me limpei totalmente, eu enchi a banheira e o peguei no meu colo. Tirei sua roupa e olhei para aquela seringa. Changyo não sabia que ela tinha vindo comigo. Aquela era a minha chance de me livrar dele quando ele estivesse distraído. Escondi a seringa e coloquei ele em meu peito para que ele não se afogasse na água. Ele estava mexendo seus bracinhos e pernas na água.

— Calma, meu amor — sussurrei — você quer nadar? — ergui seu corpo e encostei seu rostinho no meu. — Eu vou salvar sua vida, ta bom? Seu papai vai vir nos salvar e pelo menos um de nós vai embora com ele, eu prometo — sussurrei, mas ele começou a chorar imediatamente. Provavelmente estava com fome. E agora? O que eu ia fazer?

Tentei distrair meu bebê ao máximo o colocando para brincar na água. Ele ficava com uma carinha assustada, mas parecia estar se divertindo.

Desci as escadas após o banho e não vi ninguém ali. Já era um alivio. Corri até a geladeira para procurar leite, qualquer leite era suficiente, mesmo que eu soubesse que meu bebê tinha que tomar o leite certo, ele não ia ficar com fome.

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now