Capítulo 26 - Ele me construiu

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~Megan~


Desperto antes de abrir os olhos e permaneço assim por um momento, sem me mexer, apenas absorvendo o cheiro tranquilo dele.

Dormimos abraçados e estou aconchegada em seu corpo como se Adam fosse uma almofada gigante e moldada para o meu corpo. Seu peito é quente e mexe com suavidade enquanto ele respira calmamente.

Ao abrir os olhos, estou encarando a barriga lisa dele. Um lençol nos cobre parcialmente e eu me permito estar dentro daquele abraço caloroso por mais alguns momentos.

Não consigo ver a janela, e nem levanto a cabeça para conferir, mas pelo silêncio que nos cerca, imagino que a chuva já passou. As velas já não queimam mais, mas já não está escuro. O amanhecer já me fornecia iluminação suficiente para discernir formas.

Ergo a cabeça com cuidado para não acordá-lo, e tenho sucesso.

Adam tem cílios longos e o ar sai baixo do seu nariz. A boca está levemente aberta e um ronco leve treme o peito. Os músculos tão relaxados mas ainda sim me abraçam com firmeza.

A noite passada foi além de tudo o que eu esperava. Muito além do que eu já li, senti. A experiência fluiu de maneira tão natural, ele foi tão atencioso, nos encaixamos tão bem que até mesmo agora, sinto a conexão quase como um elo físico. Algo se encaixou dentro de mim, e não no sentido literal, mas algo figurativo que agora me parece bem mais significativo.

Tenho que me soltar dele, já que minha bexiga parece estar acordada tem um bom tempo e está gritando pra ser esvaziada. Estico meus músculos ao redor dele e consigo ficar de pé, sem perturbar o seu sono.

Ele é bom demais para ser verdade. Tão perfeito para mim que assusta. Ele me transborda, completa e brilha.

Mesmo com as minhas reservas, meu coração não teve a menor chance. Quis me manter distante, quis tanta coisa, mas agora só quero que ele continue na minha vida. De certa forma, com a distância e as conversas que tivemos, a nossa ligação ficou ainda mais forte.

Cubro o seu corpo e me afasto, indo até as janelas, apenas para perceber que todas as cortinas estão fechadas. Me visto, pra poder sair da cabana para ir ao banheiro.

Dou o meu melhor para abrir a porta silenciosamente, e como a cabana é nova, tenho a sorte de conseguir sair silenciosamente. Sei que o dia já raiou pelos pequenos relances de iluminação que passam pelas nuvens grossas e ainda pesadas.

Mas não está chovendo, e a floresta na minha frente está num silêncio que me gelou a alma.

A pequena cabana com o banheiro está ao lado da principal e depois de esvaziar a bexiga e lavar as mãos, fico um pouco ali na varanda, sentada na madeira fria, apenas descansando a mente e tentando preparar a mente para os desafios que ainda vou enfrentar.

Adam senta ao meu lado e não parece saber o que falar. Eu resolvo tomar as rédeas e me aproximo dele, descansando a cabeça em seu ombro.

— Bom dia pra você — minha voz parece alta demais para quietude.

— Bom dia Meg — ele ergue o braço, fazendo com que eu me encoste completamente em seu peito, me abraçando.

— Esse silêncio me perturba muito mais do que os trovões e relâmpagos de fogo. Mas você me deixa mais calma.

— Não sei se calma é uma coisa que eu quero que você fique nesse momento. Estou aceitando um estômago com borboletas, ou pelo menos um coração minimamente acelerado! — ele brinca e dá uma risada.

O Décimo DomínioWhere stories live. Discover now