Capítulo 24 - A última barreira

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— Não há surpresa que abale aqueles lá. Eles estão de pé. E vão permanecer de pé o tempo que for necessário.

— Você tem razão — um sopro de coragem me preenche e meus joelhos se firmam o suficiente para que me coloque de pé. Adam está segurando minha mão e nos apoiamos um no outro.

Uma movimentação nos arredores me chama atenção e mesmo debilitada, reúno meus domínios trôpegos e me apoio ainda mais em Adam para me preparar para um possível combate.

Mas não era perigo.

Mas de alguma forma não tornava mais fácil de enfrentar.

Um pequeno esquilo de grandes olhos pretos e brilhantes pulou de um arbusto, e congelou ao olhar para o lado e encontrar os dois dominadores.

Os dentes proeminentes ficam ainda mais evidentes quando o queixo do animal cai e os olhos parecem brilhar um pouco mais por conta de uma severa umidade que tomou conta deles.

As palavras ficam presas na garganta, e não consigo me mover enquanto a fumaça que cobre o corpo do pequeno animal se confunde com a produzida pelo incêndio e me vejo encarando os olhos brilhantes e agora bem humanos do meu guardião.

— Megan... — sua voz carrega tanta coisa.

— Você está bem? — a pergunta já está saindo do meu peito bem antes que possa me controlar.

Ele solta uma risada sem graça e pensa na resposta.

— Já tive melhor. E vocês como estão? A queda das barreiras deve ter afetado bastante seus corpos...

— Não foi uma coisa tão grave, já que não estamos muito perto das barreiras der...

— O que você faz aqui? — pergunto cortando a fala do Adam.

— Antes que você pense errado, eu não estava atrás de você — seu tom é seco, mas não grosseiro. — Como percebeu, as coisas em Nihal estão caóticas, e Moe pediu-me para que viesse vasculhar o local, para saber se tudo foi devidamente destruído.

— Moe? Você o conhece?

— Sim. Suas forças no momento vão se juntar com as nossas. Seu exército está indo buscar a Laura e o cristal com o poder da barreira para que temos como nos defender dos ataques do Tobias que virão. Com força total agora.

Engulo em seco ao perceber que todos os caminhos mesmo indo em diferentes direções, ainda se encontram no final num único sentido.

— Juntar tudo o que Tobias quer destruir e obter em um único local não me parece muito sensato... — digo.

— Mas as nossas defesas também vão estar reunidas. E quando as coisas que podemos perder são escassas, ele vai ter que trabalhar muito mais pra retirar das nossas mãos... — Martin diz.

Sei que o que ele diz faz sentido.

— Então o acampamento não foi atacado? — pergunto apontando para a cortina de destruição não distante de nós.

— Ah, ele foi sim. Mas Moe estava preparado e conseguiu evacuar as tropas e destruir qualquer evidência que pudesse levar Tobias as fraquezas dos nossos exércitos...

— E ele apenas deixou que eles se movessem sem interferências?

— As forças dele estavam separadas quando ele fez o ataque. Ele seria massacrado caso tentasse algo contra esse acampamento. Tobias não é idiota, então apenas perdeu essa batalha.

— Por isso ele destruiu — Adam diz. — Para que quando Tobias voltasse não encontrasse nada.

— Sim — Martin confirma. — E percebendo que a melhor chance deles é juntando forças com todos que querem se erguer contra Tobias, Moe veio nos procurar.

O Décimo DomínioWhere stories live. Discover now