Foi amor à primeira vista

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Nossa primeira noite de amor parecia não ter fim, e foi como eu tinha imaginado.

Assim que despertei ao amanhecer, meu olhar logo encontrou ela, ali dormindo ao meu lado. Abri um largo e bobo sorriso nos lábios, na minha mente passou um filme, desde o primeiro momento que vi Natalie pela primeira vez, aos poucos nossa história foi passando lentamente na minha cabeça.

Levei minha mão em meio aos seus cabelos, e suavemente os enrolei em meus dedos acariciando-os, eram macios como a sua pele. Natalie era tão linda, foi então que me dei conta, que era a primeira vez que estava apaixonada por alguém, eu havia me apaixonado no primeiro instante que a vi, isso era uma certeza para mim.

Olhei para o teto e pensei em meus pais, principalmente meu pai. Como eu ia enfrentar o que estava a vir pela frente. Eu de fato, não tinha as respostas, voltei a olhar para Natalie, eu não deixaria ela se afastar novamente. Foi então, que me levantei devagar para não acordá-la, me vesti e deixei o quarto.

Assim que a porta do elevador se abriu em frente a recepção, caminhei em direção ao balcão.

_ Bom dia Caio.

_ Bom dia Lis.

Antes mesmo que eu viesse a perguntar, Caio me disse.

_ Seu pai está esperando por você na sala dele.

_ Foi mais rápido do que pensei.

_ Não entendi.

_ Nada, - sorri - eu vou falar com ele, peço que ninguém nos interrompa.

_ Certo Lis.

_ Eu preciso de um favor seu Caio. Peça um café da manhã com um ramalhete de rosas vermelhas para entregar no quarto 306. Me empresta uma caneta e um cartão em branco por favor. Obrigada.

Respirei fundo e fui ao seu encontro.

Abri a porta lentamente, lá estava ele, sentado com a cabeça baixa e suas mãos em meios aos seus cabelos grisalhos.

_ Pai, posso entrar?

_ Entra, eu estava te esperando, feche a porta.

_ Estou aqui pai. O que quer falar comigo?

_ Acho que é você Lis que tem algo pra me falar, sente-se.

Ao ouvir suas palavras, percebi pelo seu tom de voz que o mesmo estava chateado, triste talvez.

_ Prefiro ficar em pé pai. Na verdade, - comecei a andar de um lado para o outro - eu preciso te falar algo.

_ Estou te ouvindo Lis.

Como eu falaria isso a ele, pensei. Quais palavras eu usaria sem que ele pudesse surtar. Olhei para ele que estava com o olhar fixo em mim, me dei conta que não havia as palavras certas se não fossem as que de fato, pudessem expressar o que eu estava sentindo.

_ Pai, eu estou apaixonada.

Notei seu olhar encontrar o meu, ele não expressava reação alguma.

_ Fala alguma coisa pai.

_ O que quer eu diga Lis, me fala você, o que veio até aqui para me falar.

_ Pai?

_ Quem é a pessoa Lis?

Ao ouvir " a pessoa " me deu a certeza, que meu pai já sabia o que eu tinha pra falar.

_ A pessoa, é...

Olhei profundamente em seus olhos.

_ É, ela meu pai.

Não pude deixar de observar a tristeza em seu olhar, a decepção dele olhando para mim.

Um Amor de Carnaval (Lésbico) - CompletaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora