16 - Halloween

Começar do início
                                    

- Não sabe o que é um bordel? - pergunta.

- Não... - falo com vergonha.

- É uma casa de prostituição.

- Quê? - pergunto besta.

- Mas não se preocupe, não está ligado a tráfico humano nem nada disso, eu garanto.

- T-tráfico humano? Prostituição? Kwan, você...

- Se acalme, deixe eu explicar - ele diz. - As mulheres e os homens que estão lá se candidataram, fizerem entrevista de emprego. E não é qualquer espelunca, é uma boate arrumada e bem frequentada, só entra quem tem dinheiro. E acredite, a última coisa que eu quero é que entre no ramo da prostituição. O trabalho é como garçom.

- Então por isso não posso falar nem olhar para ninguém - falo tentando entender a informação.

- Acredite, você não quer chamar atenção de alguém que tem dinheiro para comprar um jato, e, consequentemente, você também.

- Um jato?

- Foco, TaeHyung. Eu estou avisando. Se você começa a se prostituir, você não para. Começa com, eu estava precisando de dinheiro daquela vez e depois se torna mais fácil do que fazer outra coisa e quando vê está preso. Claro que alguns ficam ricos com isso, mas...

- Mas não tem nada a ver com Kum, nem nada desse tipo, certo?

- Claro que não, garoto. Já disse que é tudo "legal" - faz as aspas com as mãos. - Eu não complicaria a sua vida ainda mais. Você disse que precisava de emprego e...

- Certo - o interrompo. - E quanto eles pagam? - Ele sorri.

- Duzentos e cinquenta mil, por noite.

- Para ser garçom? - pergunto besta.

- Tecnicamente você teria que ser um super garçom para trabalhar lá, mas eu cobrei um favor. Você quer? Eu sei que não é o melhor ambiente de trabalho, mas...

- É claro que eu quero. Tipo, com certeza. Duzentos e cinquenta mil por noite, quantas noites por semana? - pergunto ansioso.

- Três. Sexta, sábado e domingo. Das onze às cinco.

- Sim, muito muito obrigado - falo animado.

- Mas no caso você começaria hoje - ele diz.

- Mas hoje é quinta.

- Mas vai ter uma festa lá, então eles precisam de mais gente - explica.

- Certo, como eu chego lá?

- Eu vou com você, estou trabalhando hoje - fala.

- Fazendo pizza? - pergunto.

- Você vai ver.

Ele nos leva de carro até uma casa gigantesca no meio de gangnam.

- É aqui? - eu não consigo acreditar que esse lugar é um centro de prostituição.

- Sim, é aqui.

Ele me guia até a entrada dos fundos e de lá até uma sala.

- Não fale nada - diz e assinto.

Ele abre a porta e me espera passar para fechá-la.

- Ah? - Ele chama e, como se fosse um supervilão, a cadeira de couro, atrás da mesa, vira revelando um cara de mais ou menos quarenta anos.

- É ele? - pergunta.

- Sim - Kwan fala.

O homem me encara de cima a baixo e me lembro do dia em que conheci Kum:

Forever - KTHOnde as histórias ganham vida. Descobre agora