Epilogue.

165 33 29
                                    

oi, desculpa a demora
como vocês estão nessa quarentena? eu tô vivendo de altos e baixos
tô rachando de ansiedade, não acredito que esse é o último TO REALIZADA
eu gostei muito mesmo desse capítulo, espero não decepcionar ninguém. o começo é meio triste mas eu prometo que... (descubram, é mistério djaknfkd)
espero que não esteja com a formatação bugada >:(
boa leitura bebês 💖
***

Gerard pensou que nunca ficaria bem.

Se sentia frágil, impotente, vazio.

As primeiras semanas sem Frank foram realmente muito difíceis, resumidos em dias inteiros na cama, sem forças de continuar vivendo e crises de choro. Falava sozinho esperando o fantasma aparecer, esperando que toda aquela cena fosse apenas um sonho.

Havia dias que ele estava bem: trabalhava, conversava, dormia, comia adequadamente. Fazia suas atividades, sentia esperança, pintava às vezes. E, no dia seguinte, ele vegetava e não tinha forças para nada. A dependência emocional que havia pegado era muito intensa e a ausência de Frank parecia o massacrar em cada canto daquela casa, e ele não sabia como lidar a não ser tentando se alienar com filmes, realitys shows e séries. Não funcionava muito.

Até que Gerard acabou perdendo seu emprego pelas faltas cometidas devido sua saúde mental. E aquilo quase o fez desistir de vez, mas ter contato com um espírito suicida e presenciar todo o sofrimento o fazia mudar de ideia rapidinho. Ficar preso ali era tudo que ele não queria; afinal, seu único objetivo era reencontrar o amado.

Numa tarde qualquer e monótona, o Way havia levantado contra sua vontade para sair de casa. Mikey o convidou para jantar e ele não teve coragem de dizer não pela milésima vez – já que estava recusando a quase dois meses. Tomou banho e se encarou no espelho, notando o quanto estava abatido e parecia ter perdido peso devido às costelas levemente saltadas. As olheiras eram escuras ao redor de seus olhos, a boca estava ressecada e ferida, sua pele parecia ainda mais pálida. Se sentia doente, mas se esforçou para ficar apresentável.

A cabeça de Gerard estava sempre longe, flutuando. Boa parte dos novos momentos vividos pareciam borrões de memória e a interação social para ele era automática, sem emoção. A apatia o dominava completamente, enquanto rolava os olhos pela mesa bonita repleta de comida e o prato intocado em sua frente. Bebericou o vinho, analisando sem interesse o ambiente ao seu redor, tentando disfarçar seu enorme desconforto existencial.

 Contudo, a última parte da frase dita por seu irmão mais velho o despertou de seu transe:

"... E estou me mudando para New York no mês que vem." 

"O que?" Perguntou, atordoado.

"Vou pra New York, Gee. Já tenho casa alugada e emprego pronto." Mikey sorria, demonstrando o quanto estava feliz com sua conquista.

Gerard não pôde evitar tentar sorrir, mesmo com o semblante entristecido e a sensação de estar 'boiando' na conversa.

"Isso é… incrível." Suas palavras eram sinceras, apesar do peso no peito pela partida de seu irmão. Ficaria mais sozinho do que já estava...

"Mas não é só isso. Eu quero que você vá comigo." A mão magrela se esticou por cima da mesa, tocando a mão fria do irmão mais velho. "Lá tem tantas oportunidades pra você, agora que está desempregado pode ser um pouco mais ousado e investir em sua carreira artística. Você tem muito potencial, não esquece."

Seu olhar estava repleto de esperança e carinho. Gerard tornou a ficar sério, sem reação alguma diante da proposta a não ser de puro pessimismo. 

"Bom, vou pensar no assunto." Forçou um sorriso. "Parece uma boa ideia."

O resto do jantar seguiu tranquilamente, embora o Way mais velho não estivesse no melhor dos ânimos. Ao chegar em casa, se sentia esgotado, irritado e sonolento por se esforçar tanto pra parecer bem e legal. Tomou mais um banho quente e deitou-se, mas não dormiu por nenhum instante pensando na ideia de se mudar do apartamento.

If I Should Go Before You • FrerardWhere stories live. Discover now