❝ 素 子 ❞ • [ Universo paralelo | +16 ]
Em um universo inimaginavelmente distante da U.A. como a conhecemos, o segundo semestre daquele ano prometia ser tão chato quanto o primeiro; mas depois de dois meses, algumas novidades tiraram as classes 1-A e...
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| esse capítulo é um filler | • • •
❝ Criança covarde Não aguentou ouvir um não. Eu não sou seu lixo, Meu amor eu lamento De que adianta ser lindo por fora E horrível por dentro? ❞
- Eu Não Sou Seu Lixo, Johnny Hooker
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Já era madrugada quando Motoko deixou seu quarto sutilmente, silenciosa como um felino. Ela vagou pelo corredor parcialmente escuro do dormitório em direção ao primeiro lance de escadas.
O prédio do dormitório era tão novo, as paredes ainda tinham o irritante cheiro de tinta que toda casa recém reformada possuia. O lugar inteiro estava quieto, já eram três da manhã e o toque de recolher havia sido soado por Iida-kan a muitas horas atrás.
Acima de tudo, era estranho ver tantas portas fechadas. Durante o dia era um entre e sai de meninas do quarto de Hagakure-san, reuniões femininas que por enquanto Motoko evitava. A questão era que ela já havia estudado durante alguns meses em um internato britânico: eram sempre festas que ocupavam todo o corredor do dormitório e que surgiam em qualquer hora do dia ou da noite. Rodinhas de garotas sentadas no chão com assuntos interminaveis, ou algum casal se beijando espremido contra alguma parede.
"Aquilo era o bom da vida." ela pensou sorrindo ao lembrar das fofocas de corredores, mas logo ficando séria ao se lembrar que naquele tempo ela não estava incluída naqueles eventos de seus colegas ingleses.
Mesmo que tenham sido poucos meses, Motoko sempre desejara mais privacidade e uma folga daquelas pessoas. Durante as poucas temporadas que passou na Inglaterra, Motoko sempre fora taxada como careta por repudiar certos costumes ocidentais e discriminada por seus traços asíaticos. A xenofobia sempre irá existir, independente do país, ela constatou depois de um tempo.
Só que a questão era que ela mal tinha espaço para se expressar entre aqueles engomados, muito pouco lhe davam voz para conversar ou a conhecerem melhor. Mesmo seu inglês sendo impecável.
Por isso os boatos de que ela era a "japonesa caretinha" logo ganharam mais vida do que ela mesma. E uma mentira contada varias vezes torna-se verdade depois de um tempo.
Algo totalmente diferente dos anos que passou estudando no internato feminino no Japão.
Nele, mesmo que quisesse ficar quieta e reclusa em seu canto, ela jamais conseguiria. Participava de quase todas as festas de pijama secretas de suas colegas, ajudava na recepção de calouras, e seu rosto sempre encoberto era um dos principais motivos de especulação e fofocas nos corredores, além de ser um dos principais alvos amorosos daquelas garotas. (͡° ͜ʖ ͡°)
