A Escolha: Amor ou Amizade?

Capítulo 17

O toque do meu telemóvel despertou me do sono, tentei ignorar mas a pessoa que estava a ligar não parecia disposta a desistir

-Desliga isso-o Pietro pediu com a voz rouca de sono

Sorri ao observa lo de olhos fechados, pelos vistos os dois tínhamos adormecido enquanto ouvíamos música

Chamada On

-O que foi?-perguntei sem me dar ao trabalho de ver quem tinha ligado

-Não foi essa a educação que te dei Malia Lewis-a minha progenitora repreendeu me

-Não queiras ir por aí, porque ambas sabemos que a pouca educação que tenho não foste tu que ma deste. E já agora, boa noite para ti também-disse irónica olhando para a janela aberta que revelava o céu escuro

-Onde é que estás?-perguntou ignorando o meu comentário

-Em casa-respondi o óbvio

-Não me mintas! Nós acabámos de chegar e não te encontrámos em canto nenhum-disse irritada

-Eu não estou a mentir. Eu estou na minha casa, não na vossa-senti a mão do Pietro na minha perna, um olhar preocupado estava presente no seu semblante e eu sorri, mostrando lhe que estava tudo bem

-Pára com as brincadeiras! Tu és uma criança que ainda depende dos pais, como é que podes ter uma casa para chamar de tua que não seja esta?-e lá estava ela novamente a tentar fazer me sentir inferior

-Aí é que te enganas. No tempo que vocês estiveram fora eu organizei a minha vida e finalmente me posso orgulhar de não depender de vocês para nada-eu estava feliz por aquilo finalmente ser possível

-Diz me onde é que estás ou eu juro que chamo a polícia-ameaçou com a voz elevada

-Faz como quiseres, eu já sou maior de idade, sou responsável pelas minhas ações, e nenhum polícia me vai obrigar a voltar para casa-fez se um silêncio, pela primeira vez tinha a deixado sem palavras- Boa noite mãe, manda um beijo ao pai-pedi antes de desligar

Chamada Off

-Estás bem?-o rapaz perguntou envolvendo me num abraço

-Foi libertador ter lhe dito estas coisas, saber que finalmente sou capaz de me sustentar sem precisar das suas mesadas. Eu amo os, mas a ausência deles e a minha mãe a querer sempre controlar tudo eram coisas que me magoavam-desabafei

-Não te quero ver triste-sussurrou quando eu me aconcheguei melhor nos seus braços

-O pior é que ela não pareceu preocupada nem por um segundo-murmurei

-Talvez a tua decisão de sair de casa a faça mudar, ela ainda se vai arrepender-disse com convicção

-Será?-perguntei sentindo uma faísca de esperança reacender se

-Tenho a certeza que sim. Dá tempo ao tempo, até à vossa próxima conversa não podes ficar mal-tentei sorrir- Sei de uma coisa que te vai animar-ajudou me a levantar da sua cama

-Tenho medo dessas tuas ideias-brinquei

-Alguma vez te arrependeste de vir comigo a algum lugar?-perguntou olhando me profundamente

As suas palavras fizeram me lembrar da noite que fomos ao miradouro e nos beijamos pela primeira vez, até hoje pensar naquele momento fazia o meu coração acelerar

-Nem por um segundo-respondi e ele beijou o dorso da minha mão, entrelaçando os nossos dedos em seguida

Estranhei quando vi que ele tinha apertado um botão do elevador que eu nunca tinha reparado, ainda tentei perguntar mas o rapaz ao meu lado apenas sorriu, encolhendo os ombros.
Abri a boca em espanto quando as portas se abriram e vi uma piscina enorme, com algumas espreguiçadeiras à volta

-Que lindo, como é que eu nunca vim aqui?-perguntei aproximando me da piscina e vendo o meu reflexo na água

-Eu raramente venho cá, por isso esqueci me de te sintas sobre a sua existência-explicou e eu assenti- Vamos entrar?-perguntou começando a despir se

-Nem morta, a água deve estar gelada-respondi olhando para o seu corpo semi nu

-Vamos ver isso então-nem tive tempo de responder, ele saltou para a piscina e puxou me consigo

-Eu ainda estava vestida Pietro-choraminguei olhando para a camisola preta colada ao meu corpo

-Vês? A água não está fria-sussurrou nadando até mim

Pegou me ao colo, sentou me na borda da piscina e colocou as mãos na minha camisola, olhou para mim como se pedisse autorização e eu apenas concordei, deixando o retirar aquela peça do meu corpo

-Que vergonha-abracei o, escondendo o rosto no seu ombro

-Não tenhas vergonha, o teu corpo é lindo-respondeu observando o

-Não sei dizer quanto tempo ficamos naquela piscina, eu contei lhe mais sobre a minha vida em Brooklyn e ele contou me de alguns momentos da sua infância enquanto os pais ainda eram vivos

-Para onde é que aquilo dá?-perguntei reparando numa porta preta

-Já vais ver, espera aqui-beijou me e saiu da água, dando me uma visão privilegiada do seu corpo

Não demorou mais de cinco minutos até ele voltar, chamou me e quando fiquei à frente da porta tapou os meus olhos

-Estás a deixar me ainda mais curiosa-comentei e ouvi o rir atrás de mim

-Pronta?-sussurrou no meu ouvido depois de darmos poucos passos

Em resposta eu coloquei as minhas mãos em cima das suas, retirando as dos meus olhos. O que vi deixou me maravilhada, à minha frente estava  jacuzzi que parecia chamar por mim

-Não acredito, sempre quis entrar num-comecei parecendo uma criança animada

-Dás me a honra de participar dessa experiência?-perguntou de forma teatral e eu ri

-Adoraria-beijei a sua bochecha

Ele entrou primeiro e sentou me entre as suas pernas, a água quente e o seu corpo atrás de mim fizeram me relaxar

-Eu quero falar contigo-sussurrou e eu olhei para ele, que parecia nervoso

-Sobre o quê? Estás a deixar me preocupada-admiti

-Sobre nós-as suas palavras fizeram o meu coração bater mais rápido- Nós já estamos juntos à algum tempo, mas nunca falámos sobre algo sério-vi o corar

-Onde é que queres chegar?-perguntei ficando de frente para ele

-Eu sei que tu mereces mais do que isto, merecias algo com flores, balões e um discurso pensado, mas este sou eu, não gosto do clichê-entrelaçou os nossos dedos- Eu sou incerto, mas se há coisa que tenho a certeza é que quero ficar contigo, partilhar alegrias, dores, momentos especiais, quero uma vida ao teu lado Malia. Namoras comigo?-perguntou e eu senti os meus olhos lacrimejarem

-Eu não quero um pedido de namoro com flores, balões ou discursos pensados, não consigo imaginar algo mais especial que este momento. Claro que eu quero namorar contigo-sorrimos um para o outro e finalmente juntei os nossos lábios