Capítulo 8

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-Só queria que soubesses que estou arrependido pela forma como te tratei à bocado, e que aqui se precisares-depois de dizer essas palavras levantou se, mas eu agarrei novamente a sua mão

-Fica, por favor-pedi baixinho

-Tu discutiste com ela para me defender-o Pietro comentou e eu olhei para ele

-Era suposto fazer o quê? Ouvi la falar mal de ti e não dizer nada?-sorri um pouco

-Isso quer dizer que não te arrependes?-perguntou e eu rapidamente neguei

-Nem por um segundo, por mais que me deixe triste estar mal com ela eu faria de novo-ele acariciou o dorso da minha mão com o polegar

-Tu perdoas me?-ele disse do nada, deixando me confunda

-Perdoar pelo quê?-perguntei

-Eu fui um idiota contigo Malia, tu não merecias isso-ouvi o Pietro suspirar, e eu apertei a sua mão

-Não te preocupes. Eu só queria entender-admiti e ele olhou para mim

-Eu não me sinto preparado para entrar em detalhes, mas eu já perdi uma pessoa muito importante naquele bar, não te posso perder também-ele tinha uma expressão sofrida, que fez o meu coração apertar

-Onde é que essa pessoa está?-perguntei curiosa, mas logo me arrependi quando vi os seus olhos encherem se de lágrimas

-Ela morreu-sem pensar duas vezes eu abracei o, desejando que o meu toque amenizasse a sua dor

-Desculpa, eu não devia ter falado nisso-sussurrei

-Está tudo bem-afastou se e sorriu, apesar de o seu olhar ainda denunciar a sua dor- Eu vou ajudar te a arranjar emprego ok? Posso ligar a alguns amigos a ver se temos sorte, mas no bar não por favor-eu apenas concordei

-Amanhã eu vou sair cedo para procurar trabalho também-comentei confiante

-Posso perguntar uma coisa?-olhei para ele, incentivando o a continuar- Como é que vais fazer para pagar a faculdade?-ele parecia preocupado e isso fez me sorrir

-Felizmente, quando eu nasci os meus pais abriram uma conta no banco e tanto eles como os meus avós começaram a depositar lá dinheiro para que, caso um dia tivéssemos dificuldades, os meus estudos estivessem salvaguardados. O dinheiro que eles juntaram é mais que suficiente para pagar todas as minhas despesas da faculdade-expliquei e ele concordou, visivelmente aliviado

-Nunca falaste dos teus avós-o Pietro disse

-Tu nunca perguntaste-brinquei encolhendo os ombros

-Tens razão-riu se um pouco

_Nunca tive muito contacto com os meus avós maternos por eles viverem no Canadá, mas em compensação sou muito apegada aos meus  outros avós. Quando era mais nova ia para lá todos os fins de semana, assim como os meus primos. Acho que eles são a única coisa de que tenho saudades, da imagem do meu avô sentado na poltrona a ler um livro, ou do cheiro do bolo de chocolate da minha avó-sorri ao lembrar me deles

-Sei como é, também tenho saudades da minha avó-os seus olhos brilharam, e isso foi o suficiente para eu perceber o quanto ele a amava

-Conta me mais sobre ela-pedi curiosa

-Ela cuidou de mim e da Serena, trabalhava o dia todo para nos dar o melhor. Tudo o que sou devo a ela-falou com carinho

-Quem é a Serena?-perguntei

-Essa é uma conversa para outro dia-disse e eu vi o seu olhar triste, que me impediu de fazer mais perguntas

Ficamos o resto da noite a conhecer nos melhor, descobri coisas aleatórias como por exemplo: ele beber chá todos os dias quando acorda; o seu filme preferido ser o "Creed: O Legado de Rocky"; e o seu destino turístico dos sonhos ser a Grécia. Só percebi que já estávamos à horas naquela varanda quando vi o céu começar a ficar claro

A Escolha: Amor ou Amizade?Where stories live. Discover now