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259 dias antes.

Ajeito as coisas rapidamente na mesa de centro que eu tinha na sala e arrumo meu cabelo. Escuto a campainha tocar e vou rapidamente para a porta. Respiro fundo parecendo uma boba prestes a ter o primeiro encontro na vida.

Abro a porta e fico boquiaberta e surpresa com a visão que tive.

-Você não é o Sam... – falo sem graça.

-E eu não acredito que você ia atender ele assim. – Mercedes fala um tanto desacreditada.

Dou espaço para ela entrar, sorrindo sem graça.

-Então... O que aconteceu para estar aqui? – fecho a porta e caminho até ela.

-Sam me pediu... Então é assim que você tenta resolver seus problemas? – ela aponta para o vinho e depois para mim.

-Não, claro que não. – Bufo tentando disfarçar. – Eu chamei o Sam, porque ele sempre me anima quando eu preciso.

-Sim, eu imagino em como ele te anima... – ela me olha. – E isso não é legal, para nenhum dos dois, Quinn.

-Até agora não deu problema... – rio fraco e me sento o seu lado. – Pensa pelo lado bom. Eu poderia ir para um bar e ir para a cama com algum cara qualquer e sabe se lá quem seria esse cara e....

-Quinn! – ela chama minha atenção e olho para ela. – Porque você está agindo assim?

Olho para baixo, sem graça com a situação.

-Eu não sei... – rio fraco. – Eu acho que minha vida tem ficado tão confusa e eu estou perto de fazer trinta, parece que todo mundo está feliz e realizado, porém eu estou aqui... Nem um pouco contente com a vida que eu tenho.

-E você chamar o Sam para te "ajudar", resolve alguma coisa? – vejo ela abrir a garrafa de vinho e colocar um pouco nas duas taças.

-Por algumas horas sim... – dou um sorriso fraco. – Eu sei que é errado, mas funciona. – Dou de ombros.

-Você sabe que se um dia o Sam começar a se envolver com alguém, isso vai acabar, né? – Assinto e suspiro. – Então porque continuar com isso? – Ela bebe o vinho e me olha. – Você merece mais que isso, Quinn. Todo mundo merece mais que uma foda casual. – Rimos de seu comentário. – E você já passou por tanta coisa... Você não precisa disso. – Olho pra baixo me sentindo um pouco tola por toda a situação. – Ah não ser que você realmente queira e não porque você quer suprir algo... Sem contar que fazer trinta não é tão ruim assim, olhe para a vida do Mr. Schue, ele só conseguiu fazer o que sempre quis com quase quarenta anos!

Quase cuspo a bebida por conta da vontade de rir.

-Mr. Schuester com certeza é uma fonte de inspiração de diversas formas. – Rio.

-E está tudo bem, ele tem o emprego que sempre quis, realizou o sonho dele de ter uma escola de artes, é casaco com a mulher que ama e está cheio de filhos. E ele precisou passar por muita coisa até chegar aonde sempre quis. – Ela coloca a mão em meu braço e nos olhamos. – Cada um tem seu tempo, Quinn, não se culpe por estar no tempo diferente de outras pessoas. – Mercedes sorri pra mim e retribuo.

-Obrigada, Mercedes. Eu vou tentar parar de fazer essas coisas. – Sorrio de lado, ainda sem graça.

-Tudo bem, tentar é melhor do que nada. E sempre que precisar conversar, é só me ligar que eu posso tentar pegar meu jatinho e vir pra cá. – Ela se gaba e rimos. – Mas agora me conta, o que te fez ficar assim?

-Eu acho que foi exatamente ver o pessoal conseguindo que sempre quis, construir suas famílias e eu não tinha ninguém... E nem feliz com meu trabalho eu estou. Parece que eu só sou advogada porque cresci acreditando que eu sempre quis aquilo. – Suspiro e apoio minha cabeça no sofá, olhando pro teto. – No início parecia tudo perfeito, mas agora... – dou de ombros. – É tudo tão rotineiro.

D E L I C A T EWo Geschichten leben. Entdecke jetzt