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258 dias antes.

Acordo sentindo dor na cabeça. É sempre assim quando decido encher a cara.

Vou para o banho, tentando acalmar a dor que eu sentia e depois tomo meu café para me despertar antes de tomar o remédio. Me arrumo, colocando um óculos escuro para não ter que aguentar a luz do Sol em meus olhos. Saio de casa após pedir um uber.

Não estava com vontade de aguentar o caos de Nova York no banco de motorista. Seria demais para minha dor de cabeça. Só de pensar, ela já doía. Quem dirá, dirigindo.

Chego em meu escritório, vendo que Emily já estava ali.

-Bom dia, senhorita Fabray. Acho que seus clientes só virão a partir das três horas. - Assinto, caladamente, ainda de óculos escuros. - Hm... A senhorita quer que eu cancele?

-Não... Está tudo bem, eu aguento ficar esperando.

-Deveria ligar para a farmácia?

-Não precisa.

-Tudo bem.

-Caso alguém apareça antes, por favor, bata na porta! - ela assente e eu saio da recepção, indo até minha sala.

Coloco meu casaco no cabideiro e minha bolsa em cima da mesa. Olho para o sofá e depois para o relógio na parede, percebendo que eu tinha algumas horas antes do primeiro cliente chegar. Me deito no sofá e pego no sono rapidamente.

(...)

Batidas na porta me fazem acordar, me levanto enquanto tento me ajeitar, e olho pro relógio.

12. A.M

Ótimo, apareceu cliente antes do horário.

Abro a porta e vejo a figura de Emily parada.

-Senhorita Fabray, eu devo pedir seu almoço? - percebo que ela estava um pouco sem graça.

-Sim... Já teve alguma ligação?

-Aparentemente, apenas o senhor Clinton virá, os outros desmarcaram por conta da chuva que está prestes a acontecer.

Olho para a janela, vendo que o céu estava nublado,

-Ok... Então acho que nós duas estaremos liberadas depois desse cliente! - sorrio fraco.

-Ok! Vou fazer o pedido do almoço.

Ela sai da sala me deixando sozinha. Pego meu celular e vejo que estava sem bateria, conecto na tomada e ligo ele, que começou a apitar diversas vezes.

Meu Deus, será que estou tão sumida assim?

Vejo as mensagens e percebo que algumas eram de minha mãe, Sam, Santana e Joe. Respondo os três primeiros, dizendo que eu estava bem e por último abro a conversa de Joe, pois era a que mais tinha mensagens. Percebo que eu tinha mandado alguns áudios que eu nem lembrava e que suas respostas para eles eram confusas.

Resolvo escutar um por um e definitivamente eu só queria enfiar minha cabeça num buraco.

"Eu não sei o que eu tinha na cabeça quando resolvi te dispensar para ficar como Puck antes de ir para Yale. Eu era tão... Imatura. Você era o cara legal e eu a menina má... Se arrependimento matasse, eu estaria na minha sétima missa..."

"Eu sempre faço as coisas erradas, mesmo que não querendo deixar aparecer..."

"Me desculpa por ter feito o que fiz, eu juro que não queria ter terminado daquela forma... A noite que tivemos após as Nacionais foi tãaaaao boa, mas eu tive que fazer aquilo pra você não precisar ficar me esperando enquanto eu estava do outro lado do país... Mas o que adiantou também? Minha vida continuou uma merda."

D E L I C A T EWhere stories live. Discover now