XXII - Cartas à Morte

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Ele assentiu – Dylan disse que tinha um homem albino morto quando encontrou você. Disse que você parecia abalada.

-Não era ele – senti meus ombros caírem – Era um homem negro. E ele me beijou outra vez depois, quando estávamos ambos sóbrios. E foi apenas isso.

-Você... – algo endureceu no rosto dele, e ele se forçou algo que claramente não queria saber a resposta – Gosta dele?

Tive que parar por um minuto, mesmo sabendo a resposta. Neguei com a cabeça, devagar – Não. Não mais do que qualquer uma das pessoas que cuidou de mim. Mas achei que deveria contar a você.

-Sim, deveria – ele confirmou, olhando para algum lugar acima dos meus olhos – Eu sou seu rei.

-Não – balancei a cabeça, dando um passo para trás – É meu noivo – mordi a bochecha por dentro, um pouco desconfortável – Eu acho.

-O que faria se eu não fosse? – ele perguntou, uma curiosidade cruel no tom de voz dele.

Mordi o lábio – Perguntaria se já tem uma nova bibliotecária no palácio em Paris.

Aquilo o fez voltar a sorrir.

-Provavelmente eu ainda não tenho – ele falou, o lábio levantado para o lado esquerdo de uma forma carinhosa. Eu diria que ele estava aliviado, mas eu não era capaz de entender todas as emoções atrás da fachada de Fox, mas ele não soava mais cruel quando voltou a falar – Estava ocupado tentando convencer a todos que eu não precisava de uma nova noiva. Muitos queriam que eu escolhesse outra pessoa logo, se você não aparecesse.

Pessoa. Não pessoas, mas como se todos já tivessem alguém em mente, tão rápido assim, mesmo que as opções mais prováveis estivessem indisponíveis agora. Guardei aquilo, mas não perguntaria ainda. Não deixaria minha curiosidade se transformar tão facilmente em uma cena de ciúmes que só prejudicaria a nós dois, ainda mais tão tarde da noite.

-Não culpo ninguém por isso – suspirei, abraçando o próprio corpo – Não imagino como deva estar tudo para você agora.

-Um pouco pior depois do ataque – ele deu um sorriso triste para o chão, e então para o relógio – Está tarde. Prometi a Annie que deixaria você descansar, não quero minha irmã irritada comigo outra vez.

Então Annie tinha se irritado com Fox na minha ausência. Outra coisa que eu teria que entender com o passar dos dias. Mas balancei a cabeça concordando, sentido meus olhos pesando de repente.

-Fox... – falei, quando ele já estava se virando para abrir a porta – Foi bom ver você.

Ele sorriu, soltando a maçaneta e me abraçando. Ficamos ali por algum tempo, e então ele se foi e eu fiquei ali, em pé, naquele lugar quente e seguro.

-Não me olhe assim – grunhi para a garota no espelho – Eu tenho muito a explicar, mas vou chegar lá.

-Não me olhe assim – grunhi para a garota no espelho – Eu tenho muito a explicar, mas vou chegar lá

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O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora