O Que o Espelho Diz - A Rainha da Beleza Livro II [NÃO REVISADO]

III - O Conselho Real

Dia seguinte ao anúncio do noivado de Fox e Bethany

Teodore Venezza já havia partido quando acordei, e havia levado Livie com ele em um grande carro vermelho que Alicia não soube me explicar de onde saíra. Um dos privilégios de ser o primogênito da família Venezza, eu presumi sentada em uma poltrona azul do quarto dela aproveitando o café da manhã.

Ela ainda tinha olheiras, mas se recusou há revelar quantas horas havia dormido. Passava quase a noite inteira cuidado de Apolo e, quando vinha para o quarto, eu sabia que ela passava mais boa parte das horas preocupada com ele, rolando na cama.

-Eu sei que deveria encontrar outras coisas para fazer – ela suspirou, cruzando as pernas sentada na cama – Acho que Apolo se aborrece que eu passe tanto tempo cuidando dele...

-Apolo está apenas sendo um homem – falei, sorrindo para ela – Provavelmente se sentindo infeliz por estar preso em uma cama e, conhecendo ele, ele não deve ficar feliz em prender você ao lado dele.

-Mas eu não estou presa – ela defendeu-se, fazendo um bico – Quero ficar ao lado dele o quanto eu puder. Assim que ele se recuperar, Fox irá coloca-lo nestes turnos insanos como os outros guardas ou pior, manda-lo de volta para Berlim.

-Ele não fará isso – falei, sem nenhum modo de garantir aquilo de verdade. Minha voz falhando com a incerteza – Vou pedir que não faça.

-Não prometa coisas que não pode cumprir, Bethany – ela me deu um sorriso gentil – Você mal consegue olhar para Fox, quanto mais pedir qualquer coisa para ele. Não estou dizendo que você está errada... – ela se apresou em dizer, quando abri a boca para me defender – Só estou dizendo que não precisa lutar pela minha felicidade, quando está em uma encruzilhada a caminho da sua.

-Acha que Fox é minha felicidade? – perguntei, puxando os pés descalços para cima da poltrona, ouvindo os pequenos passarinhos azuis de Alicia cantarem em suas gaiolas. Ela nunca as fechava. Não era raro vê-los voando pelo quarto durante o dia mas, naquele momento, todos estavam em suas gaiolas – Que este casamento é... Não sei, meu destino?

-Não sei se acredito em destino – ela mordeu o lábio, olhando para cima de forma pensativa – Acho que prefiro acreditar que pessoas escolhem pessoas. Alguém que eu não conheço um dia achou que eu deveria me tornar uma musa, ao invés de morrer, e escolheu escrever para o palácio. Um guarda bonito um dia caiu do cavalo ao me ver pela primeira vez e eu escolhi ajuda-lo a se levantar.

-Mas Fox não me escolheu – falei, dando os ombros – Então, talvez não nos encaixemos na sua conta. Talvez sejamos apenas outra historia de amor que não aconteceu.

-Mas você o escolheu. Deixou Fox penetrar um pedacinho deste coração de órfã que não acredita em romances – ela apontou para mim, com um sorriso satisfeito – A pergunta é o que mudou é o bastante para mudar isso?